O turismo é o setor mais importante da economia regional
na Região Autónoma da Madeira. Em 2014, a sua contribuição para o VAB total era
de quase 21% e cerca de 20% do emprego total do arquipélago, com um impacte
induzido considerável nas economias gerais e efeito de transbordamento em
outros setores. O meio ambiente e a paisagem, bem como a natureza distinta da
região são cruciais para o turismo. O turismo na Madeira tem uma tradição
centenária e o arquipélago é um dos principais destinos turísticos em Portugal.
O seu clima subtropical ameno e sua excecional variedade
de fauna e flora indígenas faz da ilha um destino turístico durante todo o ano.
A paisagem e o clima são os dois principais atributos das campanhas
promocionais. A região é conhecida pelo Vinho Madeira, gastronomia, valor
histórico e cultural, sua flora e fauna, paisagens (Floresta Laurissilva), que
são classificados como Patrimônio Mundial da UNESCO, e até mesmo os bordados
típicos. As celebrações anuais de Ano Novo dão lugar a um dos maiores
espetáculos de fogo de artifício do mundo.
A Ilha da Madeira tem um turismo de orientação naturalista e é visitada durante todo o ano. Por sua vez, a Ilha do Porto Santo tem um turismo marítimo mais orientado para as suas praias, que representam o grande fator de atração.
O turismo é, portanto, caraterizado por uma alta
sazonalidade, concentrada nos meses de junho, julho e agosto, enquanto no
inverno a maioria das estruturas de alojamento estão fechadas. Para incentivar
o turismo fora da temporada alta, um campo de golfe foi criado e o governo estabeleceu
um subsídio para os habitantes da Ilha da Madeira que se mudassem para a Ilha
do Porto Santo durante os meses de menos fluxo turístico. Portanto, durante
nove meses, entre outubro e junho, é possível receber um subsídio de 25 euros
para a compra de passagem de ida e volta. Esta passagem é feita pelo navio Lobo
Marinho, que liga as duas ilhas diariamente, durando uma viagem de duas horas e
trinta minutos para percorrer sessenta quilómetros, o que pode por vezes
influenciar a quantidade de pessoas que faz a travessia devido à relação
preço/duração.
A oferta de alojamento na Ilha da Madeira concentra-se no
concelho do Funchal, especialmente na área do Lido. No entanto, o Porto Santo
apresenta uma especialização em turismo de litoral, concentrado principalmente
no período de verão.
O turismo tem ainda um enorme potencial relacionado principalmente com o turismo náutico, principalmente porque há espaço para melhorias neste setor. Atualmente, é difícil estimar o impacte económico gerado pelo turismo náutico. Além disso, um aumento na qualidade de serviços, diversificação dos produtos e do grau de atração de turistas estrangeiros contribuiria para a diminuição da sazonalidade do turismo costeiro, principalmente na ilha de Porto Santo.
Infelizmente, os procedimentos de
licenciamento de atividades de turismo marítimo são burocráticos e geram muitos
constrangimentos que impedem o desenvolvimento dessas atividades. Além disso, a
partilha das mesmas infraestruturas com outras atividades dificulta o
cumprimento do potencial das atividades. Ainda existem restrições tais como a
falta de pessoal qualificado, principalmente no turismo recreativo e náutico e
no turismo marítimo, visto que potencialmente deve ser dedicado aos turistas.
Em termos de infraestruturas, o programa operacional da
RAM apenas menciona que serão feitos investimentos para melhorar a
acessibilidade rodoviária às áreas portuárias. Por outro lado, não estão
previstas medidas específicas de melhoria das infraestruturas do Porto Santo
para transporte via ferry e, em
geral, não foram identificadas medidas que permitam melhor gerenciar áreas
portuárias e para melhorar as sinergias entre as atividades.
As atividades turísticas prediletas e que se podem
encontrar aquando no Porto Santo passam por explorar a ilha de bicicleta, explorar
piscinas naturais e, mais recentemente, existe a aposta por parte de agências
em criar a oportunidade de fazer paddle e
explorar cavernas através de passeios de caiaque e atividades de snorkeling, e, por fim, explorar as
rochas vulcânicas.
Tomás
Ornelas
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)
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