“i·no·va·ção - Desenvolvimento e uso de novos produtos, métodos ou conceitos”
Vivemos
num mundo que está constantemente em plenas transformações, sejam ambientais,
sociais ou económicas.
Com todas essas transformações é inevitável não existir inovação, isto é, as
duas palavras vêm justapostas. Atualmente, a inovação está também ligada a uma
revolução digital, chamada de Quarta Revolução Industrial (indústria 4.0). Esta
tecnologia é uma mistura de técnicas antigas com novos sistemas inteligentes,
de maneira a se integrarem com várias organizações ou pessoas.
Contudo,
esta inovação não é só importante no mundo dos negócios, mas também no sucesso
das cidades. O relatório Innovation Geographies (2019), que estuda as cidades mais inovadoras do
mundo, indica que os critérios principais para a avaliação do nível de inovação
das cidades são:
§ Investimento
Estrangeiro Direto (IED) em indústrias de alta tecnologia,
valores de capital risco;
§ Gasto em
investimento e desenvolvimento e número de registos de patentes internacionais;
§ Valores de capital
risco.
Por outro lado, existe um outro critério que ajuda na
avaliação das cidades, que se chama: concentração de talento presente numa
cidade, e neste critério são avaliados parâmetros como:
§ Qualidade da
educação superior;
§ Nível educativo da
população e percentagem da mesma entre os 20 e os 40 anos;
§ Percentagem de
emprego em indústrias de alta tecnologia.
Segundo
estes critérios, foram determinadas as 5 cidades mais inovadoras do mundo:
Ø São Francisco (EUA)
Ø Tóquio (Japão)
Ø Singapura (República de Singapura)
Ø Pequim (China)
Ø
Portugal
é um país com bastante variedade empresarial em várias áreas como: calçado, vinho,
cerâmicas, entre outras. No ano de 2019, Portugal subiu mais um nível no ranking
europeu de inovação e 5 lugares fase a posição em 2016 (18º lugar). Estando em
13º lugar, ocupa o grupo de “moderadamente inovadores” muito próximo do grupo
seguinte de “fortemente inovadores”.
Os
pontos fortes do sistema de inovação em Portugal encontram-se principalmente
ligados com:
§ Ambiente para a
inovação;
§ Atratividade do
sistema de investigação;
§ Inovação
empresarial.
Contrariamente
a isto, os pontos fracos de Portugal são relacionados com:
§ Disponibilidade de
capital de risco privado,
§ O investimento em
I&D pelas empresas (I&D - Investigação e Desenvolvimento);
§ O registo de
patentes ou as exportações de produtos
intensivos em conhecimento;
§ Criação de emprego ligado à
tecnologia de ponta.
Apesar de todos os pontos mencionados anteriormente,
devido à situação atual, é inevitável falar sobre o futuro urbano. O surgimento
da covid-19 trouxe uma necessidade muito importante relacionada com o modo de
projetar as cidades.
Inicialmente, podemos não conseguir relacionar a covid-19 diretamente com a
inovação, mas se observarmos bem a situação chegamos à conclusão que é
precisamente a inovação dos países que nos pode ajudar muito neste momento.
Em países onde existe a circulação de milhares e\ou milhões de pessoas diariamente e onde existem congestionamentos diários, por exemplo, como a inovação nos pode ajudar a resolver esses problemas?
·
Exemplo
1: Inovação nos sistemas de estradas vs espaços verdes – “co-living”
Temos os exemplos de Bogotá e Oakland, que atualmente estão a encerrar estradas em proveito de espaços verdes e ciclovias. Isto é uma forma de ganhar espaço nas ruas.
· Exemplo 2: Transportes públicos
Os transportes públicos são e continuarão a ser necessários. É o meio de transporte de muitas pessoas e também evita a circulação de tantos carros nas ruas. Contudo, seria uma boa altura para começar a pensar na possibilidade de tornar estes transportes mais inteligentes, mais verdes e menos congestionados, de forma a convencer as pessoas a deixarem os carros e continuarem a circular de forma segura nos transportes públicos.
·
Exemplo
3: Economia circular
Neste caso falamos da reutilização de produtos e materiais. Este ponto já está a ser implementado em Portugal. Temos o exemplo da falta de materiais de saúde através da descontaminação de máscaras de modo a poder dar-lhes uma segunda vida. Neste ponto, podemos também “investir” nos resíduos urbanos, que podem ser tornados em fertilizantes e usados na produção de alimentos locais.
·
Exemplo 4: Recriar empregos
Por norma, as pessoas escolhem viver nos
centros das cidades pelas maiores oportunidades de emprego. Neste ponto,
podemos pensar que as cidades com os melhores empregos irão atrair novos
talentos locais, novos habitantes e pessoas mais qualificadas, sobretudo uma
faixa etária mais nova. Isto ajuda no desenvolvimento da inovação da cidade em
vários pontos que foram abordados anteriormente, principalmente no que diz
respeito à concentração
de talento presente numa cidade
Patrícia Azevedo
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho)
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