Viajar é um dos itens que as pessoas mais incluem na sua lista de desejos. Hoje em dia, é mais fácil descobrir sobre destinos, alojamento, rotas e atividades através de inúmeros sites ou aplicações de turismo digital. Com a era da digitização, muitas mais pessoas estão a navegar em websites de viagens ou excursões onde podem encontrar toda a informação de que necessitam, incluindo a visualização e escolha de locais, que podem até estar disponíveis em vistas panorâmicas sem que seja necessário sair de casa.
Dado
que a pandemia nos deixou confinados em casa, viajar foi algo que fez falta a
muitos ou a quase todos nós. O coronavírus resultou numa grande paragem
mundial, imobilizando quase completamente a indústria do turismo. Neste
contexto, emergiram e cresceram as possibilidades do turismo virtual. E o que é
o turismo virtual? O turismo virtual é essencialmente um conceito híbrido -
combina tanto as noções de realidade virtual como de turismo. Na sua essência,
o turismo virtual facilita uma experiência turística, sem realmente ter de
viajar para qualquer lugar (Harley Stainton, 2020).
Este
tipo de abordagem tem, naturalmente, vantagens e desvantagens. Por um lado,
pode permitir viver aventuras que de outra forma não estariam acessíveis ou,
mesmo, que são impossíveis de realizar. Uma destas "aventuras impossíveis"
pode ser uma pessoa que visita um destino virtualmente porque não tem fundos
para o fazer fisicamente, fazer mergulho em alto mar, ou visitar uma recriação
de lugares do passado, por exemplo. Poderia também incluir experiências que não
estão atualmente disponíveis para a raça humana, tais como voar sobre uma
cidade ou caminhar na Lua. A natureza transportadora da realidade virtual
aliada ao turismo pode oferecer uma solução para quem tem desejo de viajar e
não o pode fazer, por variados motivos. Outra das vantagens é oferecer aos
clientes a derradeira experiência "try before you buy”, que pode ser muito
útil para decidir um destino, ou investir numa experiência.
Por
outro lado, as sensações limitadas são uma desvantagem e um obstáculo. Os
vídeos podem conter sons e vistas mas não podem fazer muito com o olfato, o
tato, ou o paladar, para além de que as experiências de realidade virtual
tendem a ser de duração mais limitada - nada equivalente a férias de duas
semanas no sul de França.
A
pesquisa sobre esse tema despertou certamente uma curiosidade pessoal sobre as
possibilidades do turismo virtual que, embora já esteja bastante desenvolvido,
ainda é desconhecido para muitos, sobretudo em Portugal. Estas descobertas das
oportunidades de exploração real de cenários, paisagens e locais remotos, do
passado ou do futuro, fazem com que a realidade virtual seja um tema que, particularmente
aliado ao turismo, desperta interesse e gera investimento. Pode aproximar-nos de
lugares distantes - e, ao fazê-lo, encorajar os viajantes a abraçar práticas
também sustentáveis, quer escolham ir (ou não ir) aí no futuro.
Ana Isabel Carneiro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)
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