Bracara Augusta foi fundada pelo Imperador Augusto por volta de 16 a.C., adoptando o nome actual de Braga no século XI. É a cidade mais antiga de Portugal e uma das cidades cristãs mais antigas e conta com mais de 2000 anos de história. Situada a norte de Portugal e habitada actualmente por 181.819 habitantes no concelho, já foi considerada a cidade mais jovem da Europa e foi escolhida para ser a Capital Europeia da Juventude em 2012 pelo Fórum Europeu da Juventude. Esta também é conhecida como a cidade dos Arcebispos devido à sua forte componente religiosa e porque, durante séculos, o Arcebispo de Braga foi considerado o mais importante na Península Ibérica. Se procurarmos num guia turístico de Braga, os monumentos com maior destaque são os de carácter religioso tais como o Bom Jesus, o Sameiro, a Sé ou mesmo algumas estruturas como o Palácio dos Biscaínhos, Casa dos Crivos, Theatro Circo, Estádio Municipal de Braga e a Torre de Menagem mas no que toca à cultura romana, às suas origens, ainda há muitos investimentos a fazer.
Nos tempos romanos, Bracara Augusta foi a maior e a mais importante cidade de Portugal mas grande parte destes vestígios foram desaparecendo, sendo os principais “culpados” os suevos com as suas invasões que devastaram grande parte. Mas no entanto, nos últimos séculos, ao fazer escavações para a construção de edifícios, tem-se descoberto parcelas daquilo que era do tempo romano e têm sido preservados, como o que acontece com o Balneário Pré-Romano de Bracara localizado na Estação de Comboios e na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, que está associada à Universidade do Minho, onde há algumas ruínas romanas.
Os dois monumentos romanos que ainda têm algum destaque a nível de Turismo são a Fonte do Ídolo e as Termas Romanas do Alto da Cividade. A Fonte do Ídolo encontra-se na Rua do Raio, é uma espécie de santuário ao deus duplo das águas Tongoenabiagus (Tongo e Nabia) e foi declarado monumento nacional a 6 de Junho de 1910. Já as Termas Romanas do Alto da Cividade localizam-se na freguesia de Maximinos, perto do centro da cidade, e foram descobertas em 1977 enquanto eram feitas escavações na área. Para além destes dois lugares visitáveis, todos os anos é realizado entre os meses de Maio e Junho a “Braga Romana” que tem como objectivo recriar os tempos romanos com o mercado, cortejos e algum entretenimento com actuações circenses, representações dramáticas, interpretações musicais e bailados da época. Neste evento, encontram-se muitas vezes espanhóis como visitantes e a participar mesmo nas recriações romanas.
Apesar de as suas origens não serem esquecidas, estas ainda não estão no auge do seu potencial como cidade turística devido essencialmente ao escasso financiamento, que a crise actual também não facilita. Em 1999 foi descoberto acidentalmente um teatro romano em boas condições perto das termas do Alto da Cividade e é o único em Portugal e Noroeste da Península Ibérica a céu aberto. Esta descoberta extraordinária pode pôr Braga ao mais alto nível europeu de arquitectura romana, segundo os investigadores. Metade da sua estrutura está escavada, o que falta mesmo é torná-lo visitável. As Ruínas Romanas da Carvalheira, que são um bairro residencial e habitadas até finais do século V, ainda se encontram em processo de estudo e musealização devido à falta de financiamento. Quando o FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) em 2009 financiou a regeneração urbana no Norte, o projecto teve que ser posto de lado pois esses fundos foram utilizados na Casa da Música no Carandá, na requalificação do Parque da Ponte (fim da Avenida da Liberdade) e no prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade, sendo este último, na minha opinião, um causador mais de dores de cabeça do que propriamente algo para melhorar a cidade, porque houve muitas paragens de autocarro que foram desactivadas e realocadas, causando incómodo para aqueles que usufruem deste serviço e o trânsito continua o caos de sempre, se não pior.
Ainda existem outros casos de menor dimensão, mas no final, se houvesse mais investimento nestes projectos eles poderiam atrair maior número de turistas e poderiam ter mais projecção.
Diana Vilaça
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3.º ano do curso de Economia (1.ºciclo) da EEG/UMinho]
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