A indústria transformadora da vila de Caldas das Taipas tem uma enorme dependência das metalúrgicas, uma vez que estas têm uma grande importância a nível de emprego e produção para a região. O sector metalúrgico nas Caldas das Taipas possuí três empresas muito importantes, que são a Herdmar, a Cutipol e a Dalper.
A Herdmar foi fundada em 1911 por Manuel Marques e funciona desde sempre como produtora de cutelarias de mesa. Através da persistência dos seus fundadores, conseguiu adaptar-se e ampliar-se, e já nos anos 50 exportava para as colónias portuguesas da altura. Nos anos 70 a empresa aumenta a quantidade produzida e passa a exportar também para a Europa, mas é nos anos 90 que a empresa atinge o topo através de aumentos na quantidade e qualidade da produção, e passa a exportar para todo mundo, através de vendas directas ou de agentes intermediários, fazendo com que o volume de negócios chegue aos cinco milhões de euros.
A Cutipol foi uma das primeiras metalúrgicas a nível nacional, e ao longo dos anos tem vindo a reunir esforços para desenvolver produtos inovadores, através de novos materiais e de diferentes designers, tudo na área das cutelarias de mesa. Actualmente, pretende destacar-se no mercado, através de um design de utensílios de mesa muito inovador, feito através de materiais mais leves e resistente, nunca se descuidando dos produtos com design tradicional.
Desde os anos 50 que o sucesso da Dalper é alicerçado num profundo conhecimento de materiais de primeira qualidade e numa permanente inovação tecnológica. Actualmente encontra-se representada em mais de 40 países, e justifica isto dizendo “a nossa gama de produtos transmite confiança e prestígio, aliando a funcionalidade ao requinte nos detalhes”. Esta empresa baseia a sua produção não só em cutelarias de mesa mas também em cerâmicas.
Estas três empresas são muito importantes a nível económico para a região porque têm um grande fluxo de produção e qualidade reconhecida, o que leva a uma maior procura, não só a nível interno como externo, das cutelarias de mesa produzidas nesta vila.
Este sector não é só importante pela procura e, consequentes, receitas que traz, mas também pela empregabilidade que traz para a região. Caldas das Taipas têm aproximadamente 5 mil habitantes, e as três empresas supraditas empregam cerca de 500 destes, ou seja, eles dão emprego a 10% da população da vila, tornando o sector fundamental para a sustentabilidade desta.
Actualmente, e no contexto do momento controverso que a economia portuguesa atravessa, algumas destas empresas estão a passar parte da sua produção para alguns países africanos, como por exemplo Marrocos, uma vez que os custos de produção são menores, já que os salários são mais baixos, uma situação que se está a tornar preocupante porque esta medida está a afectar seriamente os trabalhadores locais, que temem pelos seus empregos.
É pelo facto de as Caldas das Taipas possuírem as três maiores empresas metalúrgicas a nível nacional, que, esta pequena vila, se candidatou a capital da cutelaria. Uma forma de tentar aumentar, não só o seu prestígio, que já é elevado, mas também o das empresas, que ganhariam um novo folgo para a produção e empregabilidade, e, assim, talvez estas não sentissem a necessidade de “desviar” a sua produção para países onde os custos de produção são mais baixos.
José Luís Ferreira
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3.º ano do curso de Economia (1.ºciclo) da EEG/UMinho]
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