Sintra é uma vila pertencente ao Distrito de Lisboa com cerca de 377249 habitantes, um dos municípios mais populosos de Portugal.
Podemos encontrar em Sintra uma paisagem cultural em que é possível recolher testemunhos de praticamente todas as épocas da história portuguesa. Na candidatura de Sintra a Património Mundial/Paisagem Cultural junto da UNESCO, tratou-se de classificar uma unidade cultural que permanecia intacta em relação a palácios e parques, casas senhoriais e respectivos hortos e bosques, palacetes e chalets inseridos no meio de uma exuberante vegetação, várias igrejas e capelas e claro a Serra de Sintra. Encontram-se muitos vestígios entre estes monumentos que apontam para ocupações desde há muitos anos.
Os mais antigos testemunhos de ocupação humana localizam-se num cume da Serra de Sintra. A ocupação datada do período Neolítico é encontrada junto à Capela do Castelo dos Mouros, pela presença de cerâmicas decoradas. Durante o Império Romano, César (49 a.C.) concedeu a Sintra o estatuto de Municupium Civium Romanoru. Foram encontrados vestígios romanos que sugerem a sua presença desde os séculos I a.C. e V d.C.. Enquanto vigorou o domínio Muçulmano surgiram os primeiros textos que referem explicitamente a Vila de Sintra como o centro urbano mais importante logo a seguir a Lisboa.
Durante o século XIX decorreu uma grande construção em Sintra, o palácio da Pena, obra marcante do romantismo português. Este palácio foi construído com o que restava do velho Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena (século XVI), mas conservando-lhe partes fundamentais (a igreja, o claustro, algumas dependências), adquirido por D. Fernando II. Embora sendo este o Palácio que dá reconhecimento a Sintra, existem outros; são eles: Palácio Nacional de Sintra, Palácio de Monserrate, Palácio dos Ribafrias e Palácio de Seteais.
Merecidamente, Sintra foi classificada Património Mundial, no âmbito da categoria “Paisagem Cultural”, no dia 6 de Dezembro de 1995.
Com o título de Património Mundial, as visitas a Sintra têm uma tendência crescente ao longo dos anos, por exemplo, no ano de 2010 recebeu cerca de 1,9 milhões de visitantes, cerca de 86,1% foram estrangeiros e 13,9% portugueses.
Em termos de receitas provenientes dos Monumentos, o Palácio da Pena é o mais visitado, e em 2006 esteve perto de 1,3 milhões de euros com 382 mil visitantes. Em comparação com o Palácio Nacional de Sintra que arrecadou 1 milhão de euros com cerca de 391 mil visitantes.
O facto de esta vila ter muitos registos do nosso passado histórico e ter tido reconhecimento por parte da UNESCO, fez com que os responsáveis por alguns dos mais famosos monumentos começassem a cobrar um preço simbólico pelas visitas.
Esta medida fez com que o valor dessas receitas pudesse ser usado para a manutenção do próprio monumento e para que pudessem ser contratados guias especializados, para que de alguma forma o preço cobrado ‘valesse a pena’ para os visitantes. Isto não fez com que a curiosidade de os visitar morresse nas pessoas, o que possivelmente alterou foi a época em que essas visitas pudessem ser feitas, por norma há mais afluência nas férias, sejam elas de verão, natal, páscoa… ou mesmo nos feriados ou fins-de-semana.
Hoje em dia, quase todos os monumentos podem ser visitados mediante um pagamento que pode incluir guia ou não. Falando nos palácios, o Palácio Nacional de Sintra cobra 7€ a cada visitante, já o Palácio da Pena varia os preços entre 9€ e 12€ dependendo da época do ano. Em relação a certos museus, uns são de entrada gratuita: Museu de História Natural de Sintra, Museu Ferreira de Castro, entre outros; já outros têm um custo que varia entre os 2,5€ e 4€ - Museu do Brinquedo, Museu Arqueológico de Odrinhas, etc.
Concluindo, Sintra é uma vila muito privilegiada tanto pela presença de inúmeros parques naturais como os monumentos falados anteriormente. Isso fez com que o número de visitantes aumentasse de ano para ano e hoje em dia as receitas excedem as expectativas. Fez também com que a vila crescesse em termos turísticos, construção de hotéis/casas de turismo rural de forma a oferecer conforto aos visitantes; restaurantes e pastelarias; e claro, todo o comércio que se desenvolveu pelo aumento de população.
Ana Isabel da Costa Miranda
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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