segunda-feira, março 19, 2018

Rota do românico

O projeto da Rota do Românico insere-se num vasto conceito de património cultural e constitui um itinerário que leva os seus visitantes a descobrir o património das terras do Vale de Sousa, do Douro e do Tâmega. Esse itinerário leva os visitantes a conhecer mosteiros, capelas, castelos, pontes, torres que foram construídas entre o século XII e XIV e que caraterizam a paisagem da região. A Rota do românico é um protejo que visa contribuir para o desenvolvimento do Tâmega e do Sousa cujo seu objetivo é promover o território através da valorização do património.
O projeto teve o seu início em 1998, com a seleção de 21 monumentos na zona do Vale de Sousa, e em 2003 deu-se a concretização do projeto com ações de restauro, de conservação e de valorização dos monumentos. Para além dos monumentos, o património imaterial também foi inserido na rota. O projeto foi apresentado ao público em 2008, já com várias estratégias de marketing, como guia turístico, brochuras, um website, vídeos promocionais e outros. Em 2009, a Rota do Românico torna-se membro da TRANSROMANICA, a maior rede europeia de destinos românicos, sedeada na Alemanha, e em 2010 a rota já ligava 58 elementos patrimoniais românicos. Desde a sua criação, a Rota do Românico já ganhou vários prémios turísticos e assume-se como uma presença constante em várias feiras de turismo, tanto nacionais como internacionais. Com toda esta dinâmica, a rota tem ajudado a criar atividades económicas e postos de emprego nas regiões que se inserem na rota, dando destaque a hotéis, restaurantes e até empresas de animação turística.
Foi realizado por António Duarte de Sousa Araújo Pinheiro, autor da dissertação de mestrado em Património e Turismo Cultural “O perfil do turista no destino da rota do românico”, em 2012, um inquérito para traçar um perfil sobre os turistas da Rota do Românico. Foram realizados 91 inquéritos com base no estado civil, sexo, idade, país de origem, localidade, habilitações literárias, situação profissional, rendimento familiar, despesa média por dia e por pessoa, com quem viajou, número de vezes que visitou destinos culturais nos últimos 3 anos, fatores que influenciaram a decisão, motivo da viagem, transporte utilizado para chegar ao destino, meios de organização da viagem, visitas anteriores e modalidade de alojamento. Verificou-se que cerca 52,7% dos turistas são casados e que turistas solteiros detêm uma percentagem de 27,5%. Em questões de gênero, verificou-se uma maior afluência de turistas do sexo feminino, ocupando cerca de 60,4% dos turistas, enquanto que relativamente ao sexo masculino verificou-se um valor aproximado aos 38,5%.
Em relação à idade, registou-se um maior número nas faixas etárias compreendidas entre os 25/34 anos (24,2%) e 55/64 anos (23,1%). Os inquéritos foram respondidos por turistas de 10 países, sendo que os que apresentaram mais participantes foram: Portugal (72,5%), Espanha (6,6%) e França (4,4%).
Nas habilitações académicas, vimos que há mais pessoas com ensino superior, ou seja, turistas que detêm o grau de licenciado correspondem a 32,97%, enquanto que relativamente ao ensino secundário o valor ronda os 19,78% e bacharelato os 14,29%. Ao todo, a soma de turistas com um grau de ensino superior, bacharelato, licenciatura, mestrado e doutoramento faz um total de 61,54%, o que significa que mais de metade dos inquiridos tem curso superior.
Quanto à ocupação profissional, 45,1%, dos questionados trabalha por conta de outrem, enquanto 36,3% são trabalhadores por contra própria, sendo 11% reformados.
Verificou-se que 36,26% viajou com a família e 20,88% com o companheiro(a), e apenas 7,69% viajaram sozinhos. De acordo com os inquéritos os turistas, nos últimos 3 anos, 20,9% visitaram 2 vezes destinos culturais, 11% visitaram 3 e, ainda, 70% viajaram para esse tipo de sítios 5 ou menos vezes. Apenas 5,5% não visitaram algum destino cultural. Nos fatores que influenciaram a tomada de decisão de visita à região destaca-se a internet.
A grande maioria alojou-se em Hotéis, 59,34%, e 12,09% preferiu Turismo de Habitação. Outras modalidades de alojamento utilizadas foram aldeamentos, residência e casa de familiares.
Após a análise dos critérios, conclui-se que mais de metade dos turistas vieram em uma viagem de lazer e os motivos para visitar a região foram: a possibilidade de conhecer a gastronomia da região, conhecer a história e visitar locais de interesse histórico-cultural e, por último, pela simpatia das pessoas.

Isa Micaela Guimarães da Silva

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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