quarta-feira, janeiro 13, 2010

As Cidades Aeroportuárias e o Desenvolvimento Regional

A construção de um aeroporto pode ser o motivo para o desenvolvimento de uma região. A cidade aeroportuária, é como se designa à área envolvente que se desenvolve nos arredores do aeroporto, permite potenciar o turismo e aumentar o comércio na região. No caso do novo aeroporto de Lisboa, a sua localização foi influenciada por esse factor. A possibilidade de criar uma cidade aeroportuária com espaço para a sua expansão foi um dos pontos que levaram a optar por Alcochete. Segundo o estudo da LNEC, “Os novos modelos de aeroporto incluem aeroportos mas não são apenas aeroportos”. A construção no novo aeroporto é um investimento de interesse nacional sendo, no entanto, conciliáveis com os interesses regionais, na medida em que vão ter de se fazer esforços de cooperação mútua, pois vai implicar mudanças estruturais na região que vai levar ao crescimento do tecido produtivo e criação de emprego.
Existem vários exemplos relativamente à influência da construção de um aeroporto no desenvolvimento das regiões, muitas vezes com poucas perspectivas de crescimento, e que se transformaram rapidamente a partir de uma infra-estrutura que pode gerar múltiplas actividades que é um aeroporto. Podemos então dizer que é prática actual construir aeroportos em zonas que se pretende desenvolver. Um aeroporto é concebido para desempenhar funções técnicas, económicas e sociais, constituindo um precioso bem para qualquer região pois gera um elevado número de investimentos, de novos postos de trabalho e um fluxo de pessoas e bens, que produzirão efeitos na economia da região. Um exemplo disto é Shannon, na Irlanda, onde a construção do aeroporto promoveu o desenvolvimento de uma zona industrial numa região até então pouco populosa, desfavorecida e com diminutas perspectivas de desenvolvimento.
Em Alcochete, o novo aeroporto vai muito para além da necessidade de auxiliar o aeroporto já existente, que vai ser o principal objectivo, mas também vai dar condições de desenvolvimento de uma zona que tinha poucas hipóteses de crescimento, crescimento esse que tem que ser feito de forma pensada e sustentada, não pondo em causa aspectos sociais e ambientais.

João Ricardo Costa Esteves da Silva
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Desenvolvimento e Competitividade do Território, do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

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