O artigo, pessoalmente, trata de um assunto cativante, o qual me chamou a atenção após exposição do mesmo por parte de um docente numa das aulas de mestrado.
Estamos em presença de “um reencontro entre duas comunidades tão próximas depois de séculos de separação que a História gerou.”
A verdade é que desde a entrada simultânea de Portugal e Espanha na União Europeia (chamada na altura de CEE) e mais fortemente nesta última década, que assistimos a um aumento dos intercâmbios inter-regionais e a um desenvolvimento das estruturas de apoio à cooperação.
Como resultado do Programa de Cooperação Transfronteiriço de Portugal / Espanha 2007-2013, os dois países criaram um Grupo de Trabalho constituído por entidades nacionais e regionais de ambos (nomeadamente a CCDR-N), que desenvolveu actividades durante o ano de 2006.
Numa das áreas específicas do programa está a euro-região Galiza – Norte de Portugal. Favorecida por uma identidade cultural e uma semelhança idiomática, assume-se nos dias de hoje como um espaço de grande relacionamento social, económico e cultural, pleno de oportunidades e com um forte potencial de desenvolvimento futuro. A integração nunca acontecerá se a cooperação falhar, e o segredo para evitar que falhe tem-no a própria população. A eliminação das fronteiras não é possível apenas com a actuação dos governos, a população desempenha um papel determinante na cooperação transfronteiriça, sendo muitos os benefícios que resultam desta realidade: mobilidade nomeadamente quanto aos postos de trabalho oferecidos; maior criação de emprego; redução dos desequilíbrios populacionais existentes nestas áreas; uma actuação conjunta dos centros de emprego dos municípios transfronteiriços originaria uma maior informação sobre ofertas de emprego; iniciativas turísticas a nível local permitiriam um melhor conhecimento das potencialidades e recursos comuns susceptíveis de serem explorados de maneira conjunta; confiança recíproca entre as partes; menor rivalidade; aumento da quota de mercado na Europa; controlo e preservação de áreas de qualidade ambiental, muito características nestas zonas, etc.
Já se diz que “ Norte de Portugal e Galiza formam um país”. Os galegos começaram a vir conhecer melhor Portugal, os Portugueses também viajam muito para a Galiza, eles percebem que há interesse na união para ganhar maior força, o que gera condições para as boas relações.
Mas, apesar das semelhanças, o fosso de desenvolvimento é notório e é consequência da organização do respectivo sistema político. Talvez existam políticas específicas para o Norte e se existisse regionalização “ninguém imaginava que as políticas para a região Norte fossem fotocópia das políticas do poder central.”
Contudo, temos que dar os parabéns a estas duas regiões, que são exemplo de caminho para a cooperação, meio para atingir uma verdadeira integração europeia.
Sónia Esteves
Estamos em presença de “um reencontro entre duas comunidades tão próximas depois de séculos de separação que a História gerou.”
A verdade é que desde a entrada simultânea de Portugal e Espanha na União Europeia (chamada na altura de CEE) e mais fortemente nesta última década, que assistimos a um aumento dos intercâmbios inter-regionais e a um desenvolvimento das estruturas de apoio à cooperação.
Como resultado do Programa de Cooperação Transfronteiriço de Portugal / Espanha 2007-2013, os dois países criaram um Grupo de Trabalho constituído por entidades nacionais e regionais de ambos (nomeadamente a CCDR-N), que desenvolveu actividades durante o ano de 2006.
Numa das áreas específicas do programa está a euro-região Galiza – Norte de Portugal. Favorecida por uma identidade cultural e uma semelhança idiomática, assume-se nos dias de hoje como um espaço de grande relacionamento social, económico e cultural, pleno de oportunidades e com um forte potencial de desenvolvimento futuro. A integração nunca acontecerá se a cooperação falhar, e o segredo para evitar que falhe tem-no a própria população. A eliminação das fronteiras não é possível apenas com a actuação dos governos, a população desempenha um papel determinante na cooperação transfronteiriça, sendo muitos os benefícios que resultam desta realidade: mobilidade nomeadamente quanto aos postos de trabalho oferecidos; maior criação de emprego; redução dos desequilíbrios populacionais existentes nestas áreas; uma actuação conjunta dos centros de emprego dos municípios transfronteiriços originaria uma maior informação sobre ofertas de emprego; iniciativas turísticas a nível local permitiriam um melhor conhecimento das potencialidades e recursos comuns susceptíveis de serem explorados de maneira conjunta; confiança recíproca entre as partes; menor rivalidade; aumento da quota de mercado na Europa; controlo e preservação de áreas de qualidade ambiental, muito características nestas zonas, etc.
Já se diz que “ Norte de Portugal e Galiza formam um país”. Os galegos começaram a vir conhecer melhor Portugal, os Portugueses também viajam muito para a Galiza, eles percebem que há interesse na união para ganhar maior força, o que gera condições para as boas relações.
Mas, apesar das semelhanças, o fosso de desenvolvimento é notório e é consequência da organização do respectivo sistema político. Talvez existam políticas específicas para o Norte e se existisse regionalização “ninguém imaginava que as políticas para a região Norte fossem fotocópia das políticas do poder central.”
Contudo, temos que dar os parabéns a estas duas regiões, que são exemplo de caminho para a cooperação, meio para atingir uma verdadeira integração europeia.
Sónia Esteves
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Desenvolvimento e Competitividade do Território, do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)
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