A economia portuguesa está a sofrer uma descontinuidade nos seus padrões de modernização e nos seus modelos de desenvolvimento e evidencia a necessidade de novas estratégias de modernização. A mesma requer um processo de ajustamento estrutural, na sua dinâmica de adaptação ao enquadramento da globalização competitiva e novas linhas de orientação estratégica baseadas em domínios e sectores de actividades económicas que respondam a um leque de questões.
Na segunda metade do séc. XX, assistiu-se a uma profunda transformação das funções económicas dos oceanos e a uma alteração da geografia mundial das actividades a ele ligadas. No entanto, este processo não está finalizado, estando, de novo, a ser alteradas as suas funções. Assim sendo, actualmente, podem resumir-se as funções estratégicas dos oceanos nas seguintes seis funções principais: a função transportes e logística; a função energia; a função defesa e segurança; a função pesca e alimentação; a função passageiros, lazer e turismo e a função construção naval.
Segundo este quadro, o Hypercluster da Economia do Mar configura-se como uma força propulsora e um catalisador capaz de organizar e dinamizar um conjunto de sectores com elevado potencial de crescimento e inovação e capacidade para atraírem recursos e investimentos, nomeadamente externos, de qualidade.
Na dotação de recursos naturais do espaço económico português, o mar é um dos mais importantes, tem sido um dos menos explorados e é aquele que, previsivelmente, será um dos que terá desenvolvimento mais relevante, em termos de criação de factores de desenvolvimento e valor na economia portuguesa.
Numa época de descontinuidades e necessidade de novas afirmações estratégicas, a exploração dos sectores de actividade económica relacionados com o mar aparece, para Portugal, como a possibilidade de criação de condições de sustentabilidade estrutural futura que, para além do potencial em termos de valor e poder, é constituinte da sua identidade histórica.
Assim sendo, embora o valor económico das actividades ligadas ao mar consideradas na economia portuguesa, sejam, ainda, incipientes e representem cerca de 2% do PIB nacional, empregando directamente cerca de 75 milhares de pessoas, possuem fortes condições competitivas e um potencial elevado de crescimento, no quadro da competição global das economias. É ainda de salientar, que estas actividades têm um forte efeito multiplicador em outras actividades económicas e no emprego (efeito multiplicador médio de cerca de 2,8) constituindo, por isso, fortes geradores de valor acrescentado e desenvolvimento para a economia portuguesa.
Um dos projectos no âmbito do Hypercluster da Economia do Mar é a construção do novo Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e a instalação do Parque de Ciência e Tecnologias do Mar (PCTM). O mesmo promete um impacto significativo no desenvolvimento da região do Norte, nos planos turístico, urbano, tecnocientífico e de internacionalização. Este projecto foi integralmente desenhado e concertado pelos actores regionais, com o apoio financeiro do ON.2., tendo demonstrado a capacidade da região conceber e empreender por si própria. Um dos aspectos inovadores da iniciativa reside no facto de os parceiros terem incluído, num só projecto, a construção da infra-estrutura de cais acostável para cruzeiros e a projecção do PCTM. O PCTM acolherá várias valências, tais como a função de investigação (Centro de Ciência e Tecnologias do Mar), a função da incubação de base tecnológica (Pólo do Mar), ou a função de acolhimento empresarial, usufruindo do leque de domínios de produção científica da Universidade, abrangidos pela concepção alargada do recurso específico Mar.
Com o terminal em funcionamento, Leixões dará “um salto muito grande”. Para além dos postos de trabalho criados, os barcos que aportarão no porto serão muito maiores, trazendo muitos mais turistas e tendo uma maior tripulação. Haverá muitos mais passageiros e tripulação a visitar Leixões e a percorrer Matosinhos, influenciando de forma muito positiva a dinâmica da cidade, principalmente nos campos da restauração, transportes, comércio, cultura e lazer, entre outros. Por outro lado, serão criados muitos postos de emprego e prevê-se mesmo uma nova residência em Matosinhos, para quem estiver deslocado a trabalhar.
Desta forma, o novo Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e o PCTM trarão uma nova dinâmica de desenvolvimento, não só a Matosinhos, mas a todo o Grande Porto e Região Norte.
Lisa Cunha
Na segunda metade do séc. XX, assistiu-se a uma profunda transformação das funções económicas dos oceanos e a uma alteração da geografia mundial das actividades a ele ligadas. No entanto, este processo não está finalizado, estando, de novo, a ser alteradas as suas funções. Assim sendo, actualmente, podem resumir-se as funções estratégicas dos oceanos nas seguintes seis funções principais: a função transportes e logística; a função energia; a função defesa e segurança; a função pesca e alimentação; a função passageiros, lazer e turismo e a função construção naval.
Segundo este quadro, o Hypercluster da Economia do Mar configura-se como uma força propulsora e um catalisador capaz de organizar e dinamizar um conjunto de sectores com elevado potencial de crescimento e inovação e capacidade para atraírem recursos e investimentos, nomeadamente externos, de qualidade.
Na dotação de recursos naturais do espaço económico português, o mar é um dos mais importantes, tem sido um dos menos explorados e é aquele que, previsivelmente, será um dos que terá desenvolvimento mais relevante, em termos de criação de factores de desenvolvimento e valor na economia portuguesa.
Numa época de descontinuidades e necessidade de novas afirmações estratégicas, a exploração dos sectores de actividade económica relacionados com o mar aparece, para Portugal, como a possibilidade de criação de condições de sustentabilidade estrutural futura que, para além do potencial em termos de valor e poder, é constituinte da sua identidade histórica.
Assim sendo, embora o valor económico das actividades ligadas ao mar consideradas na economia portuguesa, sejam, ainda, incipientes e representem cerca de 2% do PIB nacional, empregando directamente cerca de 75 milhares de pessoas, possuem fortes condições competitivas e um potencial elevado de crescimento, no quadro da competição global das economias. É ainda de salientar, que estas actividades têm um forte efeito multiplicador em outras actividades económicas e no emprego (efeito multiplicador médio de cerca de 2,8) constituindo, por isso, fortes geradores de valor acrescentado e desenvolvimento para a economia portuguesa.
Um dos projectos no âmbito do Hypercluster da Economia do Mar é a construção do novo Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e a instalação do Parque de Ciência e Tecnologias do Mar (PCTM). O mesmo promete um impacto significativo no desenvolvimento da região do Norte, nos planos turístico, urbano, tecnocientífico e de internacionalização. Este projecto foi integralmente desenhado e concertado pelos actores regionais, com o apoio financeiro do ON.2., tendo demonstrado a capacidade da região conceber e empreender por si própria. Um dos aspectos inovadores da iniciativa reside no facto de os parceiros terem incluído, num só projecto, a construção da infra-estrutura de cais acostável para cruzeiros e a projecção do PCTM. O PCTM acolherá várias valências, tais como a função de investigação (Centro de Ciência e Tecnologias do Mar), a função da incubação de base tecnológica (Pólo do Mar), ou a função de acolhimento empresarial, usufruindo do leque de domínios de produção científica da Universidade, abrangidos pela concepção alargada do recurso específico Mar.
Com o terminal em funcionamento, Leixões dará “um salto muito grande”. Para além dos postos de trabalho criados, os barcos que aportarão no porto serão muito maiores, trazendo muitos mais turistas e tendo uma maior tripulação. Haverá muitos mais passageiros e tripulação a visitar Leixões e a percorrer Matosinhos, influenciando de forma muito positiva a dinâmica da cidade, principalmente nos campos da restauração, transportes, comércio, cultura e lazer, entre outros. Por outro lado, serão criados muitos postos de emprego e prevê-se mesmo uma nova residência em Matosinhos, para quem estiver deslocado a trabalhar.
Desta forma, o novo Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e o PCTM trarão uma nova dinâmica de desenvolvimento, não só a Matosinhos, mas a todo o Grande Porto e Região Norte.
Lisa Cunha
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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