Começo este texto com uma pergunta, “Será que as cidades do interior têm condições para se desenvolver?” Vou falar sobre um exemplo que eu penso que ilustra bem o que se passa nestas cidades.
Há 800 anos atrás existia o trabalho da lã que hoje se reflecte em modernas unidades industriais, sendo a Covilhã um dos principais centros de lanifícios da Europa (era nesta cidade que estava localizada uma das mais antigas fábricas têxteis do país, cujo nome era “Real Fábrica das Lãs”, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764. ) e é por esse motivo uma localidade com forte cultura operária. Para além da indústria têxtil, é um interessante ponto turístico devido ao facto da sua proximidade à Serra da Estrela, e é também importante referir que é uma Cidade que acolhe milhares de estudantes.
De acordo com a minha descrição, a Covilhã aparenta ter capacidades para se desenvolver e se destacar até de muitas cidades do litoral, porém tal não acontece.
Começando pelos transportes intra-regionais, como será possível o estabelecimento de ligações com o litoral, com a duração da viagens entre 4h (camioneta) a 7h (comboio)?
Falando a nível interno, a Covilhã não consegue ter uma linha de transportes eficiente, os autocarros não circulam por todas as zonas e há casos em que demoram cerca de uma hora ou mais a passarem novamente na mesma zona, outros casos em que é necessário dentro da própria cidade apanhar 2 ou 3 autocarros para chegar ao destino.
A nível financeiro, a Covilhã não conseguiu que o seu cluster, o têxtil, prevalecesse, e actualmente toda a indústria que ainda hoje se repara que se manteve em grande abundância, não consegue ser reaproveitada, todas aquelas fábricas não passam de meras recordações, degradando um pouco a imagem da cidade.
A nível cultural, falando mais propriamente no facto da Covilhã acolher muitos estudantes, penso que é uma cidade que não reúne todas as condições necessárias para assegurar o normal funcionamento. Para além da má distribuição dos pólos universitários, em que muitos nem um minimercado perto possuem, as condições de acesso a postos de saúde não conseguem ser eficientes, é inexplicável um aluno ter de gastar 20€ em táxi para chegar ao hospital e voltar para casa, mais 10€ de consulta, estando a falar de pessoas que estão a ser sustentadas por parentes ou por apoios sociais.
A nível turístico, a Covilhã reúne boas instituições hoteleiras, porém só quando lá esteve a selecção de Portugal se tornou numa cidade criativa e emotiva, algo que não é feito com a chegada do inverno, onde provavelmente consegue atingir o auge do turismo embora não o faça. Para combater isto penso que deveriam investir em transportes e aumentar a proximidade entre a Covilhã e a Serra de Estrela.
Para tudo o resto, esta cidade carece de apoios financeiros para se poder sustentar e desenvolver. Com estes apoios conseguiriam criar postos de trabalhos e resgatar muitos dos estudantes para prevalecerem lá e dinamizaram a cidade, para além disso seria possível um reaproveitamento das fábricas de lanifícios, quem sabe para a indústria têxtil ou até instituições de saúde, o que garantia um sustento financeiro a essa cidade.
Joana Ferreira Gonçalves
Há 800 anos atrás existia o trabalho da lã que hoje se reflecte em modernas unidades industriais, sendo a Covilhã um dos principais centros de lanifícios da Europa (era nesta cidade que estava localizada uma das mais antigas fábricas têxteis do país, cujo nome era “Real Fábrica das Lãs”, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764. ) e é por esse motivo uma localidade com forte cultura operária. Para além da indústria têxtil, é um interessante ponto turístico devido ao facto da sua proximidade à Serra da Estrela, e é também importante referir que é uma Cidade que acolhe milhares de estudantes.
De acordo com a minha descrição, a Covilhã aparenta ter capacidades para se desenvolver e se destacar até de muitas cidades do litoral, porém tal não acontece.
Começando pelos transportes intra-regionais, como será possível o estabelecimento de ligações com o litoral, com a duração da viagens entre 4h (camioneta) a 7h (comboio)?
Falando a nível interno, a Covilhã não consegue ter uma linha de transportes eficiente, os autocarros não circulam por todas as zonas e há casos em que demoram cerca de uma hora ou mais a passarem novamente na mesma zona, outros casos em que é necessário dentro da própria cidade apanhar 2 ou 3 autocarros para chegar ao destino.
A nível financeiro, a Covilhã não conseguiu que o seu cluster, o têxtil, prevalecesse, e actualmente toda a indústria que ainda hoje se repara que se manteve em grande abundância, não consegue ser reaproveitada, todas aquelas fábricas não passam de meras recordações, degradando um pouco a imagem da cidade.
A nível cultural, falando mais propriamente no facto da Covilhã acolher muitos estudantes, penso que é uma cidade que não reúne todas as condições necessárias para assegurar o normal funcionamento. Para além da má distribuição dos pólos universitários, em que muitos nem um minimercado perto possuem, as condições de acesso a postos de saúde não conseguem ser eficientes, é inexplicável um aluno ter de gastar 20€ em táxi para chegar ao hospital e voltar para casa, mais 10€ de consulta, estando a falar de pessoas que estão a ser sustentadas por parentes ou por apoios sociais.
A nível turístico, a Covilhã reúne boas instituições hoteleiras, porém só quando lá esteve a selecção de Portugal se tornou numa cidade criativa e emotiva, algo que não é feito com a chegada do inverno, onde provavelmente consegue atingir o auge do turismo embora não o faça. Para combater isto penso que deveriam investir em transportes e aumentar a proximidade entre a Covilhã e a Serra de Estrela.
Para tudo o resto, esta cidade carece de apoios financeiros para se poder sustentar e desenvolver. Com estes apoios conseguiriam criar postos de trabalhos e resgatar muitos dos estudantes para prevalecerem lá e dinamizaram a cidade, para além disso seria possível um reaproveitamento das fábricas de lanifícios, quem sabe para a indústria têxtil ou até instituições de saúde, o que garantia um sustento financeiro a essa cidade.
Joana Ferreira Gonçalves
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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