A Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV) é um dos principais sectores exportadores da economia portuguesa e motor da actividade económica do Vale do Ave.
Durante anos, a ITV apresentou bons desempenhos, em parte, devidos aos baixos custos da mão-de-obra. Esta indústria assumiu um papel relevante em termos de emprego e de peso na economia. Actualmente, existem cerca de 7000 empresas em todos os subsectores, embora na maioria PME, sendo estas conhecidas pela sua flexibilidade e resposta rápida, know-how e inovação. Localizam-se maioritariamente no Norte (Porto, Braga, Guimarães e Famalicão), embora se encontrem algumas na Beira Interior (Covilhã).
O Vale do Ave, situado no Noroeste, ocupa uma área de 1.246,2 km² (6% da superfície do Norte, 1,4% da superfície Nacional) e é composta por 8 Concelhos: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. Esta tornou-se numa das sub-regiões mais dinâmicas e industrializadas do país.
A indústria da sub-região caracteriza-se pela predominância de micro e pequenas empresas dinâmicas, que se mantêm fiéis aos sectores de actividade tradicionais, mas que evidenciam alguma capacidade para reter nichos importantes dos mercados. A sua população activa concentra-se no sector secundário, atingindo os 72,2 %, enquanto o sector terciário concentra cerca de 25% e o sector primário 4%.
Historicamente, a sub-região teve uma tradição industrial que remonta ao séc. XIX e através de ciclos de expansão, estabilidade e recessão, tem dado um precioso contributo para o desenvolvimento económico, assumindo-se como um dos principais pólos de desenvolvimento económico do Norte.
O aparecimento das artes têxteis teve a sua origem na larga produção de linho e algodão. Em Portugal, mais frequente no norte, cultivava-se linho e no que concerne à sub-região, essa produção aliada à abundância de água encaminhou-a para a produção têxtil através da utilização da mão-de-obra artesanal. Informações sobre a produção têxtil, regimes de produção, técnicas e maquinaria utilizada são escassas, contudo, sabemos que a sub-região começou desde logo a apostar na produção artesanal. Mais tarde, com o aparecimento da 1ª máquina de fiar movida a água, ampliou-se o rendimento do trabalho contribuindo para o aumento da produção global. Hoje o processo é todo automatizado.
Esta ligação histórica à industrialização favoreceu o aparecimento do cluster da ITV que compreende vários sectores heterogéneos e diferenciados dentro da ITV.
A relativa proximidade da sub-região com Espanha (seu maior exportador), bem como as condições da rede viária e ferroviária e a privilegiada ligação com portos marítimos e aeroportos fez com que, além dos factores históricos, o cluster se mantivesse e desenvolvesse nesta sub-região até aos dias de hoje.
Num cluster estão inseridas indústrias relacionadas e de suporte que influenciam a capacidade das empresas que o integram de melhorarem a sua vantagem competitiva, estimulando e facilitando a inovação e o aumento da produtividade. Nesta sub-região a fabricação de máquinas, armazenamento e comunicação, design são as indústrias relacionadas e de suporte da ITV.
Relativamente às condições dos factores mais importantes são os Recursos Humanos, que devido à inovação e tecnologia têm levado à necessidade de maior especialização dos trabalhadores. A esse respeito sabe-se que actualmente mais de 70% da população concluiu o ensino secundário, o que evidencia o aumento da especialização. E são as Instituições Sectoriais, que apresentam um leque variado de potenciadoras de desenvolvimento, como escolas profissionais (CENETEX, CITEVE, ANIT-LAR, etc.).
É também necessário permanecer no caminho da inovação, reposicionando-se num patamar superior de competitividade. A exigência e sofisticação do mercado interno pressiona as empresas a atingirem padrões de qualidade elevados, sendo o caso mais conhecido o Grupo Inditex (Zara, Pull & Bear, etc.). A sub-região concentra quase toda a produção neste grupo através da subcontratação.
No contexto de globalização e abertura ao comércio exterior, tem-se vindo a perder competitividade, contudo o Vale do Ave apresenta um saldo positivo na sua Balança Comercial.
Este cluster, apesar de importante na indústria portuguesa, deverá no contexto mundial saber potencializar e aproveitar as suas fontes de economias externas e investir em inovação e qualidade no processo produtivo para que recupere competitividade. As empresas deverão direccionar as suas estratégias para a especialização em produtos de qualidade ou na segmentação do mercado, formando assim uma “marca de referência”.
Cláudia Oliveira
Durante anos, a ITV apresentou bons desempenhos, em parte, devidos aos baixos custos da mão-de-obra. Esta indústria assumiu um papel relevante em termos de emprego e de peso na economia. Actualmente, existem cerca de 7000 empresas em todos os subsectores, embora na maioria PME, sendo estas conhecidas pela sua flexibilidade e resposta rápida, know-how e inovação. Localizam-se maioritariamente no Norte (Porto, Braga, Guimarães e Famalicão), embora se encontrem algumas na Beira Interior (Covilhã).
O Vale do Ave, situado no Noroeste, ocupa uma área de 1.246,2 km² (6% da superfície do Norte, 1,4% da superfície Nacional) e é composta por 8 Concelhos: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. Esta tornou-se numa das sub-regiões mais dinâmicas e industrializadas do país.
A indústria da sub-região caracteriza-se pela predominância de micro e pequenas empresas dinâmicas, que se mantêm fiéis aos sectores de actividade tradicionais, mas que evidenciam alguma capacidade para reter nichos importantes dos mercados. A sua população activa concentra-se no sector secundário, atingindo os 72,2 %, enquanto o sector terciário concentra cerca de 25% e o sector primário 4%.
Historicamente, a sub-região teve uma tradição industrial que remonta ao séc. XIX e através de ciclos de expansão, estabilidade e recessão, tem dado um precioso contributo para o desenvolvimento económico, assumindo-se como um dos principais pólos de desenvolvimento económico do Norte.
O aparecimento das artes têxteis teve a sua origem na larga produção de linho e algodão. Em Portugal, mais frequente no norte, cultivava-se linho e no que concerne à sub-região, essa produção aliada à abundância de água encaminhou-a para a produção têxtil através da utilização da mão-de-obra artesanal. Informações sobre a produção têxtil, regimes de produção, técnicas e maquinaria utilizada são escassas, contudo, sabemos que a sub-região começou desde logo a apostar na produção artesanal. Mais tarde, com o aparecimento da 1ª máquina de fiar movida a água, ampliou-se o rendimento do trabalho contribuindo para o aumento da produção global. Hoje o processo é todo automatizado.
Esta ligação histórica à industrialização favoreceu o aparecimento do cluster da ITV que compreende vários sectores heterogéneos e diferenciados dentro da ITV.
A relativa proximidade da sub-região com Espanha (seu maior exportador), bem como as condições da rede viária e ferroviária e a privilegiada ligação com portos marítimos e aeroportos fez com que, além dos factores históricos, o cluster se mantivesse e desenvolvesse nesta sub-região até aos dias de hoje.
Num cluster estão inseridas indústrias relacionadas e de suporte que influenciam a capacidade das empresas que o integram de melhorarem a sua vantagem competitiva, estimulando e facilitando a inovação e o aumento da produtividade. Nesta sub-região a fabricação de máquinas, armazenamento e comunicação, design são as indústrias relacionadas e de suporte da ITV.
Relativamente às condições dos factores mais importantes são os Recursos Humanos, que devido à inovação e tecnologia têm levado à necessidade de maior especialização dos trabalhadores. A esse respeito sabe-se que actualmente mais de 70% da população concluiu o ensino secundário, o que evidencia o aumento da especialização. E são as Instituições Sectoriais, que apresentam um leque variado de potenciadoras de desenvolvimento, como escolas profissionais (CENETEX, CITEVE, ANIT-LAR, etc.).
É também necessário permanecer no caminho da inovação, reposicionando-se num patamar superior de competitividade. A exigência e sofisticação do mercado interno pressiona as empresas a atingirem padrões de qualidade elevados, sendo o caso mais conhecido o Grupo Inditex (Zara, Pull & Bear, etc.). A sub-região concentra quase toda a produção neste grupo através da subcontratação.
No contexto de globalização e abertura ao comércio exterior, tem-se vindo a perder competitividade, contudo o Vale do Ave apresenta um saldo positivo na sua Balança Comercial.
Este cluster, apesar de importante na indústria portuguesa, deverá no contexto mundial saber potencializar e aproveitar as suas fontes de economias externas e investir em inovação e qualidade no processo produtivo para que recupere competitividade. As empresas deverão direccionar as suas estratégias para a especialização em produtos de qualidade ou na segmentação do mercado, formando assim uma “marca de referência”.
Cláudia Oliveira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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