quinta-feira, dezembro 09, 2010

O Interior de Portugal

O INTERIOR DE PORTUGAL: DESCREDIBILIZAÇÃO E DESERTIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO
O interior do país só porque é interior, encontra-se longe dos campos visuais centralmente posicionados e parece estar condenado a ver e a sentir a desertificação da sua população.
A vitalidade e o crescimento das localidades são proporcionados com a presença de pessoas. Mas, com as medidas governamentais adoptadas “convidam” a um esvaziamento, num curto prazo. Em algumas povoações do nosso país, encerram-se correios, escolas, centros de saúde…levando a população a migrarem para o litoral e para as grandes cidades. Mas é possível inverter esta tendência! É preciso ter um país competitivo no seu todo, sem grandes assimetrias.
Sabemos que os acessos para o interior do país são, neste momento, melhores. Contudo, ainda se encontram deficiências, como por exemplo na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, em que a data prevista para a abertura da auto-estrada transmontana em construção é constantemente adiada. Repare-se que a ligação das duas capitais de distrito desta região (Vila Real e Bragança) não tem um quilómetro de auto-estrada.
O governo deve apostar no desenvolvimento do interior do país, pois, com um crescimento e desenvolvimento maior no seu território, temos muito maior competitividade económica. A aposta no turismo rural é bastante credível! Em Portugal existem dezenas de serras cujas maravilhas convidam a visita. Os mistérios rurais de uma natureza preservada, os encantos das paisagens devem ser apreciados por todos nós portugueses e, aconselhados a estrangeiros que visitem o nosso país, pois, há cada vez mais pessoas a querer esse tipo de turismo.
Em matéria de turismo rural, Portugal diverge profundamente em relação aos outros países da Europa. Não se reflecte nas taxas de ocupação nem no número de unidades de turismo rural em função do território e da população.
A procura de produtos turísticos ligados ao mundo rural cresce a taxas superiores a 10%, sendo na conjugação de diferentes instrumentos e políticas que se deve desenvolver o Turismo Rural Português. Estas políticas tiveram e têm tido em muitos países, um importante contributo no combate à desertificação de zonas rurais economicamente deprimidas, na criação de emprego e de micro empresas e, na modernização e bem-estar das comunidades.
Esperemos, portanto, que o governo ganhe incentivo para desenvolver o interior do País, para que haja competitividade no território português todo e, aposte mais no turismo rural, pois, será com certeza uma aposta benéfica para Portugal, para os seus cidadãos, e ficará com a sua imagem credibilizada em matéria de turismo, no estrangeiro.

Hugo Paulo de Castro Sardinha

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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