As áreas florestais são uma parte essencial do território rural em Portugal, podendo assim consistir num factor fundamental do seu desenvolvimento sustentado, tanto pelo contributo para o emprego como para o rendimento, mas também pela sua importância social e ambiental. Assim sendo, podemos considerar este sector importante pela sua função económica (produzindo matérias-primas e frutos, gerando emprego e riqueza), social (fornecendo ar puro e espaços de lazer, contribuindo para a qualidade de vida da população) e ambiental (sendo fundamental na conservação dos solos, contribuindo para infiltração das águas no subsolo e ainda representa uma importante tarefa na preservação da biodiversidade).
Analisando num contexto nacional, o Pinheiro Bravo é a espécie que domina o solo florestal, representando cerca de 30% do total da área dedicada à prática desta actividade. O sobreiro e o eucalipto são também culturas importantes que ocupam cerca de 21% cada do terreno destinado à silvicultura. Não menos importante será a azinheira que povoa cerca de 14% da área florestal.
Os PROF- Planos Regionais de Ordenamento Florestal - foram criados em 1996 e são instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional. Estes desenvolvem as orientações recomendadas ao nível do planeamento florestal nacional podendo-as converter, sempre que necessário, em programas de acção, em atribuição de competências ou em normas concretas de silvicultura e de utilização do território.
No entanto, a silvicultura apresenta alguns problemas em Portugal. O efeito de vários planos e projectos de que foi alvo este sector veio a revelar-se insuficiente para promover o seu desenvolvimento sustentado.
A fragmentação da propriedade florestal é um exemplo no que concerne a problemas estruturais. Esta medida traduz-se num grave problema na medida em que em vez de termos grandes florestas temos muitas mas pequenas. Com o desenvolvimento assente na falta de ordenamento a fragmentação tornou-se numa realidade do solo florestal. Este facto tem efeitos preocupantes na redução do habitat e consequente extinção de espécies.
Um outro factor que constrange a silvicultura é a baixa rendibilidade da exploração provocada pelo lento ritmo de crescimento das espécies. Este problema tem particular incidência na floresta do Norte e do Centro, assim como em algumas áreas serranas do Sul, causada em parte por um défice de gestão das áreas florestais a que se vem juntar o crescente abandono de muitas áreas rurais. Este despovoamento e abandono da prática silvícola reduzem a limpeza florestal elevando assim o risco de incêndio. Este acontecimento está também ligado a um dos problemas da exploração florestal na medida em que esta representa uma actividade de elevado risco devido aos incêndios.
Assim sendo, torna-se evidente que é preciso adoptar medidas para devolver a atractividade deste sector, fomentando assim o desenvolvimento do território envolvente.
A promoção do emparcelamento através de incentivos e da simplificação jurídica e fiscal pode combater o problema da fragmentação. Por vezes, existe um total desinteresse na propriedade por parte dos indivíduos sendo que até lhes poderia interessar a venda do território a vizinhos podendo estes unir as duas parcelas criando-se assim uma floresta maior. O associativismo poderá ser uma solução interessante na medida em proprietários poderão fundir as suas terras, tornando-as mais eficientes para depois as explorarem em conjunto. Os PROF representam também importantes instrumentos de ordenamento e gestão florestal que permitirão combater a fragmentação das florestas.
A formação profissional e a investigação florestal poderão impulsionar os processos produtivos tornando a área florestal mais produtiva, reduzindo assim os baixos níveis de rendibilidade.
No que concerne à prevenção de incêndios importantes medidas podem ser tomadas. A promoção de limpeza de matos, povoamentos e desbastes são políticas necessárias porque permitem manter as florestas limpas dificultando a propagação dos fogos. A melhoria e construção da rede viária e de linhas corta-fogos poderão ajudar a combater os fogos assim como a optimização dos pontos de água. Regularmente assistimos na comunicação social a campanhas de sensibilização sobre práticas de bom uso do fogo, nomeadamente com fósforos isqueiros e cigarros. Deve-se tentar melhorar a coordenação dos meios de detecção e combate de fogos para permitir uma eficaz e rápida intervenção.
Na minha opinião, uma exploração coesa e sustentada da área florestal terá um importante impacto para as populações rurais num nível económico, social e ambiental. No entanto, será ser sempre necessário especial cuidado para não provocar o desaparecimento das florestas devido à importância que estas representam para o ambiente. Com o nível de tecnologia actualmente existente é possível praticar uma actividade rentável a nível económico conservando as espécies florestais protegendo assim os interesses de toda a comunidade. Em suma, penso que a silvicultura tem condições de ser uma grande influência no crescimento das economias rurais.
Carlos Pereira
Analisando num contexto nacional, o Pinheiro Bravo é a espécie que domina o solo florestal, representando cerca de 30% do total da área dedicada à prática desta actividade. O sobreiro e o eucalipto são também culturas importantes que ocupam cerca de 21% cada do terreno destinado à silvicultura. Não menos importante será a azinheira que povoa cerca de 14% da área florestal.
Os PROF- Planos Regionais de Ordenamento Florestal - foram criados em 1996 e são instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional. Estes desenvolvem as orientações recomendadas ao nível do planeamento florestal nacional podendo-as converter, sempre que necessário, em programas de acção, em atribuição de competências ou em normas concretas de silvicultura e de utilização do território.
No entanto, a silvicultura apresenta alguns problemas em Portugal. O efeito de vários planos e projectos de que foi alvo este sector veio a revelar-se insuficiente para promover o seu desenvolvimento sustentado.
A fragmentação da propriedade florestal é um exemplo no que concerne a problemas estruturais. Esta medida traduz-se num grave problema na medida em que em vez de termos grandes florestas temos muitas mas pequenas. Com o desenvolvimento assente na falta de ordenamento a fragmentação tornou-se numa realidade do solo florestal. Este facto tem efeitos preocupantes na redução do habitat e consequente extinção de espécies.
Um outro factor que constrange a silvicultura é a baixa rendibilidade da exploração provocada pelo lento ritmo de crescimento das espécies. Este problema tem particular incidência na floresta do Norte e do Centro, assim como em algumas áreas serranas do Sul, causada em parte por um défice de gestão das áreas florestais a que se vem juntar o crescente abandono de muitas áreas rurais. Este despovoamento e abandono da prática silvícola reduzem a limpeza florestal elevando assim o risco de incêndio. Este acontecimento está também ligado a um dos problemas da exploração florestal na medida em que esta representa uma actividade de elevado risco devido aos incêndios.
Assim sendo, torna-se evidente que é preciso adoptar medidas para devolver a atractividade deste sector, fomentando assim o desenvolvimento do território envolvente.
A promoção do emparcelamento através de incentivos e da simplificação jurídica e fiscal pode combater o problema da fragmentação. Por vezes, existe um total desinteresse na propriedade por parte dos indivíduos sendo que até lhes poderia interessar a venda do território a vizinhos podendo estes unir as duas parcelas criando-se assim uma floresta maior. O associativismo poderá ser uma solução interessante na medida em proprietários poderão fundir as suas terras, tornando-as mais eficientes para depois as explorarem em conjunto. Os PROF representam também importantes instrumentos de ordenamento e gestão florestal que permitirão combater a fragmentação das florestas.
A formação profissional e a investigação florestal poderão impulsionar os processos produtivos tornando a área florestal mais produtiva, reduzindo assim os baixos níveis de rendibilidade.
No que concerne à prevenção de incêndios importantes medidas podem ser tomadas. A promoção de limpeza de matos, povoamentos e desbastes são políticas necessárias porque permitem manter as florestas limpas dificultando a propagação dos fogos. A melhoria e construção da rede viária e de linhas corta-fogos poderão ajudar a combater os fogos assim como a optimização dos pontos de água. Regularmente assistimos na comunicação social a campanhas de sensibilização sobre práticas de bom uso do fogo, nomeadamente com fósforos isqueiros e cigarros. Deve-se tentar melhorar a coordenação dos meios de detecção e combate de fogos para permitir uma eficaz e rápida intervenção.
Na minha opinião, uma exploração coesa e sustentada da área florestal terá um importante impacto para as populações rurais num nível económico, social e ambiental. No entanto, será ser sempre necessário especial cuidado para não provocar o desaparecimento das florestas devido à importância que estas representam para o ambiente. Com o nível de tecnologia actualmente existente é possível praticar uma actividade rentável a nível económico conservando as espécies florestais protegendo assim os interesses de toda a comunidade. Em suma, penso que a silvicultura tem condições de ser uma grande influência no crescimento das economias rurais.
Carlos Pereira
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[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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