quarta-feira, abril 25, 2018

BRAGA, CIDADE AUTÊNTICA: ENTRE A TRADIÇÃO E A INOVAÇÃO

            Braga é uma cidade encravada no Norte de Portugal, capital da Região do Minho, que no ano de 2016 foi designada Região Europeia da Gastronomia. É um município com um cerca de 195 mil habitantes, que possui os títulos Capital Europeia da Juventude (ano de 2012), Capital Iboamericana da Juventude (ano de 2016) e Cidade do Desporto Europeu (ano de 2018).
Em um passeio pelo centro histórico, podemos observar uma cultura predominantemente cristã católica, herança de uma história protagonizada por bispos que desenharam Braga como a “Roma portuguesa”. Nas suas inúmeras igrejas, das mais diversas épocas e estilos, podemos nos encantar e viajar pelas artes gótica, barroca, manuelina, romântica, dentre outras.
        Ao visitarmos as termas públicas do alto da Cividade, o museu D. Diogo de Sousa, o sistema de abastecimento de agua das 7 (sete) fontes e o restaurante Frigideiras do Cantinho voltamos ao tempo da Bracara Augusta, cidade romana capital da Gallaecia, e comprovamos a  existência de uma cidade com mais de 2.000 anos de história e patrimônio.
        Numa visita a Braga, que cresceu ao redor do centro histórico, ao moderno estádio, que foi construído para sediar jogos da Eurocopa 2014, podemos perceber uma cidade jovem, moderna e tecnológica. Podemos citar as escolas, a Universidade do Minho e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia, que nos revelam uma cidade que, além de preocupada em preservar seu passado e modernizar seu presente, olha para o futuro com inovações científicas, tecnológicas e educacionais.
         Nas margens da tradição religiosa, podemos observar uma cidade com grande potencial de integração de culturas, pois hoje Braga recebe jovens das mais diversas nacionalidades, etnias, religiões e culturas, que aqui chegam em busca de novas experiências, conhecimentos, aprendizagens e qualidade de vida, seja para morar ou visitar.  Segundo um estudo realizado em 2015 pelo Eurobarómetro, 97% dos bracarenses afirmam que vivem felizes na cidade, portanto Braga é uma cidade jovem e feliz.   
          Braga é uma cidade que nutre e é nutrida por seu Patrimônio Cultural. Ao resgatar e preservar as memórias e valores que emanam das culturas jovens e felizes da cidade, Braga pode se tornar uma experiência singular de integração cultural, credenciais necessárias para fortalecer a sua permanência na rede das cidades interculturais.
          A Interculturalidade é um instrumento para assunção de cidadania plena, visando combater a discriminação e a exclusão social, e se propõe edificar vias alternativas e inovadoras de intervenção e participação social dos cidadãos. Para Braga ser uma cidade intercultural é necessário que ela reconheça a diversidade como fonte de aprendizagem para todos. É também necessário criar equipamentos educacionais que promovam alfabetização cultural, o resgate da memória, da identidade e da cultura. Enfim, é necssário ser e se manter uma cidade capaz de ensinar a ver, conviver e dialogar com o diferente, contribuir com a quebra de paradigmas, preconceitos e  práticas xenofóbicas e produzir informação e formação para integração cultural.
             Braga tem o potencial de preservar as tradições de um passado bimilenar e reiventar nelas os cheiros, os sabores, as cores e as texturas de uma cidade multicultural do presente, tornando-se uma Cidade  Autêntica que marcará seu coração.

Carlos Eduardo Almeida de Farias

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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