segunda-feira, abril 02, 2018

Dubai – do Deserto a futura Referência Mundial

         Nos dias que correm é inegável associar o Turismo a uma parte significativa e preponderante do PIB. O crescimento do Turismo gera oportunidades, empregos e investimento, contribuindo, assim, de forma preponderante para o desenvolvimento de cada país. O Dubai apresenta muitos “pontos contra” a evolução do turismo, mas é um facto que este tem aumentado nos últimos anos e cada vez mais desempenha um papel preponderante na cidade.
            O luxo e as vistas visionárias são sem dúvida a principal atração da cidade, mas é necessário realçar que as torres luxuosas e os prédios absurdamente altos não são a única atração desta cidade. As belas praias azuis com água que em janeiro apresentam uma temperatura de 25 graus são outro fator bastante atrativo. Uma visita ao Dubai pode fazer-nos acreditar na vida euro-milionária com que tanto sonhamos ou, no mínimo, traduzir-se numa viagem de uma vida com todos os encantos e luxos a que umas férias de sonho dão direito.
            No entanto, é necessário frisar que uma viagem a este lado do mundo pode e deve obrigar a um estudo anterior à viagem derivado do impacto cultural e de todas as diferenças quotidianas com que os visitantes se vão deparar. É de salientar que beijar em público é proibido e que, para típicos portugueses que gostam de um bom vinho a acompanhar a refeição, convém mencionar que a maioria dos restaurantes fora dos hotéis não está autorizada a vender bebidas alcoólicas. O Dubai já permite aos turistas um vestuário relaxado, mas quem por lá passa frisa, inevitavelmente, os olhares controversos da população residente; é também estritamente proibido fotografar edifícios governamentais ou mulheres na cidade, bem como, para fotografar os homens, deve pedir-se autorização. Infelizmente, até as mais pequenas coisas podem tratar-se de gestos ofensivos como, por exemplo, sentar-se com as solas dos pés a apontar na direção de alguém. O trânsito na cidade é caótico mas os preços dos táxis são bastante competitivos e agradam aos visitantes, pelo que estes podem representar a melhor solução de deslocação na cidade.
            Contrariamente, ao que seria de esperar com todos estes “contras”, a verdade é que os pontos a favor têm superado todos estes aspetos menos positivos. A cidade do Dubai é um exemplo de crescimento nos últimos anos, sendo que nesta fase de “início de maturidade” o turismo na cidade passa a desempenhar um papel critico e o seu crescimento é sinónimo de sucesso no desenvolvimento da cidade. “Em apenas três décadas, o Dubai passou de vilarejo de mercadores árabes a um dos destinos de luxo mais cobiçados do Mundo”. Esta cidade cresceu no meio do deserto e nos dias que correm meras fotos da cidade suscitam a nossa admiração, mas como se justifica tal evolução?! O investimento é, inevitavelmente, o suporte deste desenvolvimento, mas o turismo registado nos últimos anos tem sido uma “ajuda” fundamental e as perspetivas de aumento no futuro são cada vez maiores e factuais. Em 2015, o Dubai registou um aumento de visitantes de 7,5% em relação a 2014, com um total de 14,2 milhões de visitantes, mas o objetivo é atingir os 20 milhões por ano até 2020.
            O crescente aumento do turismo justifica-se com as férias balneares que, derivado das temperaturas quentes, tanto a nível atmosférico como ao nível da água do mar, podem ser realizadas durante todo o ano; os preços são inevitavelmente altos mas cada vez mais competitivos, e engana-se quem pensa que o preço do alojamento por noite nesta cidade deve ser necessariamente elevado. No Dubai, por noite, pode gastar-se os exorbitantes 1000 euros ou mais por noite, mas também se consegue passar noites por valores entre 100 e 300 euros. A procura constante por preços competitivos e mais acessíveis aos diferentes tipos de turistas tem sido um ponto chave. 
A cidade dispõe de locais em que a visita deve ser quase imperativa quando se está alojado na cidade, como o Museu do Dubai, a Burj Nahar (monumento histórico), as diversas mesquitas e, ainda, o palácio Umm Al-Sheif Majlis. Em conversa com um grupo de amigos que visitou a cidade no passado Verão, percebi que um safari pelo deserto, apesar do preço elevado, deve ser um “must” aquando da visita.
            Em suma, é um facto que no meio do deserto levantou-se uma cidade que promete ser, e em parte já é, uma referência a nível do turismo mundial. A história desta cidade ainda se encontra nos primeiros capítulos e o desenlace espera-se ainda melhor, pois enquanto o setor do turismo no mundo esteve instável em 2015 o Turismo no Dubai conseguiu manter a média de 7% a 9% de crescimento anual que tem registado nos últimos anos. Uma cidade de sonho que todos devíamos ter a oportunidade de visitar!

José Cunha

Referências
http://visao.sapo.pt/visaoviagens/africaemediooriente/dubai=f524776

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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