O conceito
de desenvolvimento rural tem sido um motivo de reflecção na Europa e um pouco
por todo o mundo. O conceito poderá ser definido, de uma forma simples, como a
melhoria das condições de vida dos residentes nas áreas rurais, integrando a
economia, a cultura e a política destas regiões. Onde temos que considerar a
relação com a natureza, a responsabilidade cívica em áreas que não são
densamente povoadas e que dependem do urbano, ou seja, o seu perfil de
desenvolvimento depende da dimensão das cidades de proximidade.
O rural
não é todo ele homogéneo, nem deve ser encarado como tal. Devemos olhar para
cada caso específico com um objecto de análise, física e humana do espaço, tal
como é difícil chegar a um consenso na definição de rural, talvez porque existam
‘vários rurais’, e cada um deles com características únicas; as tradições, a
paisagem, a economia, a agricultura entre outros factores que contribuem para
grandes diferenças num pais tão pequeno. Até se torna desconcertante em alguns
casos mencionar o desenvolvimento, pois este não existe e parece não ter forma
nem lugar. No entanto, noutros locais, este desenvolvimento é visível e muito
bem aceite pelas suas populações.
Relativamente
aos programas de financiamento, as políticas mais relevantes no contexto
europeu são as políticas agrárias da PAC (Politica Agrícola Comum), que está
idealizado para englobar todos os países, independentemente da sua escala, mas
que não vai de encontro ao financiamento das pequenas explorações, uma
realidade bem presente no Norte de Portugal, (minifúndios). Contamos ainda com
o programa das políticas estruturais de desenvolvimento regional e as políticas
de coesão económica e social do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional).
Este disponibiliza um pacote de ajudas destinadas ao sector agrário e meios
rurais, através do FEDER (Fundo de Desenvolvimento Regional), do LIDERII
(Ligação entre acções de Desenvolvimento da Economia Rural), entre outros, com
o principal objectivo de fomentar o desenvolvimento rural.
Em
Portugal muito se tem debatido a necessidade de desenvolver o espaço rural, sendo
este vasto e bastante diversificado, grande parte em condições de abandono, com
uma população bastante reduzida e idosa, pois existem aldeias onde não nasce
uma criança há mais de cinquenta anos. Temos assistido a vários projectos de
reabilitação ou valorização do património rural, com o principal propósito de
incentivar o turismo, o TER (turismo em espaço rural). O TER é sem dúvida uma
oportunidade de desenvolvimento rural, aliado a uma divulgação adequada e a bons
produtos turísticos, que podem dinamizar uma área rural, na criação de emprego,
na procura dos produtos locais, entre outras actividades que ajudam no
desenvolvimento económico dessas localidades. Mas esta actividade turística em
espaço rural não tem só vantagens. A mudança dos hábitos quotidianos dos
habitantes locais é um dos principais transtornos.
A
agricultura e a silvicultura deveriam ser valorizadas em Portugal, sobretudo
com o objectivo de promover um melhor desenvolvimento rural. Embora o espaço
rural não seja apenas agricultura ou silvicultura, pois sempre estiveram
presentes, sendo estas fontes de rendimento das populações e de subsistência, formas
de desenvolvimento sustentável, aproveitando recursos sem os esgotar e
preservando a paisagem na utilização de terrenos cultiváveis.
Actualmente
em Portugal temos assistido ao apoia do governo aos jovens agricultores através
do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), defendendo que a revitalização
do tecido produtivo no sector da agricultura, em Portugal, é uma prioridade do
desenvolvimento económico. Sendo um excelente princípio, na minha opinião,
basta olharmos para os países mais desenvolvidos para perceber que a
agricultura é uma base económica importante.
Mas os
jovens agricultores representam 2,9% dos agricultores em Portugal, o que relativamente
aos outros países da União Europeia é insuficiente. Contudo, estes trazem mais
conhecimento ao sector, mais inovação, novas ideias, que são sempre bem-vindas.
Na minha opinião, a agricultara deve fazer parte do plano de desenvolvimento
rural em Portugal, de uma forma sustentada, impulsionando a economia rural na
criação de emprego, na fixação de população, sendo esta, uma forma de autonomia
local e regional no território rural do nosso país.
Alice
Prata
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