O Enoturismo é uma actividade de turismo relativamente
recente associada à utilização dos recursos vitivinícolas de uma
região, na qual o interesse pelo vinho se repercute no conhecimento do produto
e até do local e do contexto em que é produzido. Desta forma, o Enoturismo pode
ser considerado um produto turístico que se encontra inserido, em simultâneo,
no Turismo em Espaço
Rural (TER), Turismo de Natureza e ainda no Turismo Cultural.
Neste sentido, e apesar da principal motivação do enoturista ser a prova de
vinhos de determinada região, aqui também se poderá integrar o contacto directo
com o património paisagístico e arquitectónico intimamente ligados com a
cultura da vinha e a produção de vinhos.
Uma das faces mais visíveis da prática do Enoturismo em Portugal são as rotas do vinho. Criadas em 1993 e apoiadas pelo programa Dyonisios da União Europeia, estas são constituídas por um conjunto de locais, organizados em rede, devidamente sinalizados, dentro de uma região produtora de vinhos de qualidade, que possam suscitar um efectivo interesse turístico, incluindo 5 locais cuja oferta inclua vinhos certificados, centros de interesse vitivinícola, museus e empreendimentos turísticos, ou seja, qualquer rota deverá ter como objectivo essencial a promoção do desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental da região por ela abrangida.
Apesar das rotas do vinho terem sido criadas com objectivos muito específicos de organização em rede, de desenvolvimento económico, social e cultural da região por elas abrangidas, a verdade é que existem algumas debilidades e alguns obstáculos ao bem funcionamento destas rotas. Enquanto produto turístico, as rotas do vinho em Portugal deparam-se com alguns problemas, nomeadamente ao nível da sua consolidação, uma vez que na falta de regulamentação específica, estas rotas temáticas vêm dependendo das iniciativas dos próprios aderentes, através da formação de Associações de Aderentes, de entidades reguladoras vitivinícolas, como as Comissões de Viticultura Regionais, ou ainda de organismos ligados ao turismo, como as Regiões de Turismo.
Outro dos obstáculos prende-se com a sua actuação, que é bastante dispersa e possui um número significativo de aderentes passivos, em que várias quintas das rotas não recebem turistas e em que em muitas delas não existe um horário para receberem os turistas. Para além disso, há uma falta de competências em turismo por parte dos aderentes, onde por vezes se denota uma comunicação e informação pouco eficazes, que entrelaçados ao alheamento das populações locais e ao reduzido trabalho de “networking” relegam estas rotas muitas vezes para segundo plano.
Desta forma, e tendo em conta que o Enoturismo é um produto turístico que tem de ser encarado como tal, significa que a gestão das respectivas rotas requer, fundamentalmente, competências na área turística, pois estas rotas não devem ser vistas como roteiros, mas sim como redes que se integram noutras redes ao nível da oferta turística e vitivinícola, no qual é necessário apostar fortemente na componente experiencial. Uma rota não se deverá afirmar apenas como um número limitado de elementos. A sua imagem global é da responsabilidade de todas as partes envolvidas, até porque a experiência do turista em torno de uma rota vitivinícola não é simplesmente a soma dos resultados das quintas de forma individual” (Brunori e Rosi, 2000), mas a visão global de uma realidade naturalmente indivisível.
Hoje em dia torna-se cada vez mais importante, e até mesmo fundamental, dinamizar, revitalizar e desenvolver actividades tradicionais que se haviam perdido no tempo de forma a valorizar as potencialidades de cada região. O bom funcionamento das rotas do vinho em Portugal irá permitir, por um lado, que os visitantes contactem mais facilmente com o mundo rural e, por outro lado, contribuirá para a preservação da autenticidade das regiões através da divulgação do seu artesanato, do património paisagístico, arquitectónico e da gastronomia, contribuindo, ao mesmo tempo, para o combate à desertificação e aos constrangimentos de algumas zonas mais rurais do nosso país.
Uma das faces mais visíveis da prática do Enoturismo em Portugal são as rotas do vinho. Criadas em 1993 e apoiadas pelo programa Dyonisios da União Europeia, estas são constituídas por um conjunto de locais, organizados em rede, devidamente sinalizados, dentro de uma região produtora de vinhos de qualidade, que possam suscitar um efectivo interesse turístico, incluindo 5 locais cuja oferta inclua vinhos certificados, centros de interesse vitivinícola, museus e empreendimentos turísticos, ou seja, qualquer rota deverá ter como objectivo essencial a promoção do desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental da região por ela abrangida.
Apesar das rotas do vinho terem sido criadas com objectivos muito específicos de organização em rede, de desenvolvimento económico, social e cultural da região por elas abrangidas, a verdade é que existem algumas debilidades e alguns obstáculos ao bem funcionamento destas rotas. Enquanto produto turístico, as rotas do vinho em Portugal deparam-se com alguns problemas, nomeadamente ao nível da sua consolidação, uma vez que na falta de regulamentação específica, estas rotas temáticas vêm dependendo das iniciativas dos próprios aderentes, através da formação de Associações de Aderentes, de entidades reguladoras vitivinícolas, como as Comissões de Viticultura Regionais, ou ainda de organismos ligados ao turismo, como as Regiões de Turismo.
Outro dos obstáculos prende-se com a sua actuação, que é bastante dispersa e possui um número significativo de aderentes passivos, em que várias quintas das rotas não recebem turistas e em que em muitas delas não existe um horário para receberem os turistas. Para além disso, há uma falta de competências em turismo por parte dos aderentes, onde por vezes se denota uma comunicação e informação pouco eficazes, que entrelaçados ao alheamento das populações locais e ao reduzido trabalho de “networking” relegam estas rotas muitas vezes para segundo plano.
Desta forma, e tendo em conta que o Enoturismo é um produto turístico que tem de ser encarado como tal, significa que a gestão das respectivas rotas requer, fundamentalmente, competências na área turística, pois estas rotas não devem ser vistas como roteiros, mas sim como redes que se integram noutras redes ao nível da oferta turística e vitivinícola, no qual é necessário apostar fortemente na componente experiencial. Uma rota não se deverá afirmar apenas como um número limitado de elementos. A sua imagem global é da responsabilidade de todas as partes envolvidas, até porque a experiência do turista em torno de uma rota vitivinícola não é simplesmente a soma dos resultados das quintas de forma individual” (Brunori e Rosi, 2000), mas a visão global de uma realidade naturalmente indivisível.
Hoje em dia torna-se cada vez mais importante, e até mesmo fundamental, dinamizar, revitalizar e desenvolver actividades tradicionais que se haviam perdido no tempo de forma a valorizar as potencialidades de cada região. O bom funcionamento das rotas do vinho em Portugal irá permitir, por um lado, que os visitantes contactem mais facilmente com o mundo rural e, por outro lado, contribuirá para a preservação da autenticidade das regiões através da divulgação do seu artesanato, do património paisagístico, arquitectónico e da gastronomia, contribuindo, ao mesmo tempo, para o combate à desertificação e aos constrangimentos de algumas zonas mais rurais do nosso país.
Jorge Nunes
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