VIAGEM PELOS SABORES DO ALTO MINHO

A gastronomia no Alto Minho tem um papel essencial e marcante no que toca ao fator turístico e gastronómico na região. A gastronomia tem como caraterística influenciar e demarcar os aspetos de regiões e culturas ao longo dos tempos. Quando falamos de regiões, em específico, como neste caso o Alto Minho, o conhecimento da cozinha tradicional visivelmente acompanha o estilo de vida e é influenciado pelo ambiente ao seu redor.

No Alto Minho, a gastronomia pode ser caraterizada essencialmente como de caráter simples e modesto, o que não implica ou afeta a sua qualidade e confeção. Os ingredientes usados são maioritariamente da região e têm imensa qualidade, sendo uma cozinha que atraí diversos turistas e curiosos aos diversos restaurantes das pequenas vilas minhotas.

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Valença

Valença do Minho é conhecida por ser uma pequena vila portuguesa, com origens remotas e que perdura durante os anos, com evidências de ocupação que datam de há milhares de anos. A sua gastronomia é também um das suas mais-valias. A proximidade com Espanha parece não afetar muito a sua gastronomia, que é notavelmente influenciada por muitos outros pratos do Alto Minho. Além de ser um destino gastronómico conhecido essencialmente pelos pratos de bacalhau e lampreia, é um dos destinos gastronómicos premiado como uma das 7 maravilhas da cozinha portuguesa.

Gastronomia típica de Valença:

-Caldo Verde

-Bacalhau à “São Teotónio”

-O Caldo Verde De Valença

O Caldo Verde, um dos pratos mais emblemáticos da cozinha portuguesa, foi um dos selecionados pelos eleitos no âmbito das 7 Maravilhas da Cozinha Portuguesa. Esta distinção orgulha os restaurantes locais, e deixa a marca da gastronomia na região mas também no país como um reconhecimento não só aos produtos da terra mas a quem os produz e confecionada, ajudando a pequena economia local.

Vila Nova de Cerveira

Vila Nova de Cerveira é também ela uma vila de destaque e proeminência no panorama minhoto. Apenas ganhando relevância no minhoto com o processo de reconquista, esta vila tem cada vez mais ao longo dos anos aprendido a dinamizar as suas caraterísticas e aproveitar a sua localização junto ao rio Minho, que fazem dela um local único.

Em Vila Nova de Cerveira a gastronomia é imensamente influenciada pela proximidade com o rio. Desta ligação surgem imensos pratos e petiscos que giram à volta da panóplia de ingredientes que a região traz à mesa. Exemplo disso é o Sável, que proporciona um prato caraterístico da região, confecionado com arroz e ervas aromáticas. Estes pratos provenientes da atividade piscatória são bons para a economia local e também demarcam aspetos únicos da região, com pratos e arte que apenas em Cerveira podem ser encontrados.

Gastronomia típica de Cerveira:

- Debulho de Sável do Rio Minho

-Biscoito De Milho

- Arroz de Lampreia

Caminha

A vila de Caminha, uma das mais conhecidas do Minho português, conhecida também pela fronteira com Espanha, começou a desenvolver-se maioritariamente após o século XII. A foz do Rio Minho e o Atlântico significam que grande parte do seu comércio fosse ao longo dos séculos proveniente da pesca, comércio marítimo e também fluvial. Porém, não só das influências do litoral se faz a sua gastronomia, sendo que o interior também está presente nos seus pratos. Certamente, a sua localização define os sabores e iguarias que são postos à mesa e proporcionados pelos restaurantes locais aos seus visitantes.

Desde truta, salmão, robalo, sardinha e muitos outras espécies de peixe, todas podem ser encontradas e são confecionadas, sendo que ao longo dos anos as técnicas e adaptação trazem cada vez mais pratos e diversidade à cozinha em Caminha. Também a serra, que contrasta com o mar e rio, proporciona pratos únicos, como o famoso Cabrito há Serra D'Arga, um prato único das povoações de Caminha com muitos apreciadores.

Gastronomia típica de Caminha:

- Cabrito há serra D’Arga

- Caldeirada há Tio Feito

-Lampreia Anatomia

ANA CORREIA

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)