terça-feira, janeiro 10, 2012

Paredes de Coura: a música como um impulso do desenvolvimento

Paredes de Coura é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Minho-Lima. O Concelho de Paredes de Coura tem uma área de 138 km2 de superfície, distribuída por vinte e uma freguesias. O rio Coura atravessa o concelho no sentido Leste-Oeste e o seu leito define, em conjunto com os seus afluentes, as zonas mais férteis do concelho. Define-se como um concelho bastante montanhoso, atingindo o seu ponto mais alto no Corno de Bico, a 889 metros de altitude.
O Festival Paredes de Coura é um festival de música de Verão que ocorre anualmente nos meses de Julho e Agosto na Praia Fluvial do Tabuão. A primeira edição deste festival sucedeu-se em 1993. Ao longo dos anos tem vindo a evoluir e atrai milhares de jovens oriundos de todos os pontos do país e da Europa, tendo até sido considerado um dos melhores festivais realizados em território português. Conhecido pelo seu anfiteatro natural, Paredes de Coura oferece uma bela paisagem tanto aos músicos como aos espectadores, não deixando ninguém indiferente e faz jurar um regresso, por todo o ambiente melodioso e idílico que transmite. Para muitos, o Paraíso.
Perante um estudo da dinâmica do crescimento económico na pequena região da Vila de Paredes de Coura, verifica-se que a actividade económica predominante foi, até há duas décadas atrás, a agricultura. Recentemente o concelho assistiu a um ligeiro processo de industrialização, progresso e a uma expansão do sector dos serviços.
Paredes de Coura reúne os seguintes pontos fortes, no que concerne às suas actividades económicas: cursos de formação profissional adequados às necessidades; Escola Profissional sedeada no concelho com vasto reconhecimento em todo o distrito; aproveitamento das potencialidades agrícolas, ambientais e florestais; aproveitamento das potencialidades históricas/patrimoniais e turísticas; fundos e programas comunitários e emergência de serviços de proximidade. Todavia, este progresso e evolução foram essencialmente impulsionados pela existência do Festival de Música Paredes de Coura (com 20 anos de existência e sucesso). Este eleva em grande escala os padrões tanto a nível económico como a nível cultural, territorial e social exaltando o nome da região por todo o país, ano após ano. Consequentemente, além da evolução e desenvolvimento já referidos, presenciou-se um forte aumento no turismo desta região minhota. De facto, não se apurou um aumento na procura desta região apenas na época festivaleira, verificando-se simultaneamente um acentuado acréscimo do turismo no espaço rural ao longo de todo o ano. Deste modo, o sector turístico tornou-se um elemento significativo e estruturante no Plano de Desenvolvimento Económico e Social, pois influencia beneficamente uma ampla rede de actividades económicas como o alojamento, restauração, transportes, comércio local, entretenimento e outros serviços para os turistas. Por exemplo, na época do Festival de Música, o alojamento chega mesmo a ter 100% de lotação ocupada.
É de realçar que, certas unidades turísticas da região surgiram apenas com o forte reconhecimento do nome do Festival de Música. Actualmente, no coração do Alto Minho, este concelho usufrui de um rico património histórico, monumental e artístico, com importantes marcos arqueológicos e etnológicos: monumentos da era romana, troços medievais do “Caminho de Santiago”, pontes medievais, ofícios tradicionais de artesanato, arquitecturas típicas de uma ruralidade magnífica e bem preservada, a extensa e serena área da Paisagem Protegida do Corno de Bico, a calma e verde Praia Fluvial do Tabuão…
Concludentemente, constata-se que o turismo, de facto, quando implementado de forma sustentada, torna-se um importante instrumento de desenvolvimento de qualquer economia, pois propicia benefícios a longo prazo. Adicionalmente, conclui-se que, realmente, o reconhecimento deste concelho deve-se particularmente ao Festival de Música Paredes de Coura que realçou o que de mais magnificente este concelho admiravelmente rural desfruta para oferecer.

Ana Raquel da Silva Nogueira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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