quinta-feira, janeiro 12, 2012

Rota do Românico do Vale do Sousa

Como nota introdutória, gostaria de justificar a minha escolha por esta temática. Em primeiro lugar a minha qualidade de residente no concelho de Paços de Ferreira fez com que já me tenha cruzado anteriormente com “consequências” deste projecto. Por outro lado, o facto de eu estar tão perto, fisicamente, e revelar um profundo desconhecimento em relação ao mesmo deixou-me intrigado.
A Rota do Românico do Vale do Sousa é um projecto que tem como fundamento o aproveitamento de um legado histórico comum, com o propósito de potenciar a região em torno desta característica. Desde 1998 que o projecto tem vindo a ganhar forma, inicialmente estava confinado ao Vale do Sousa mas, desde 2010, o seu espaço de acção foi alargado aos restantes concelhos da NUTIII – Tâmega (Amarante, Baião, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses e Resende).
Da análise do trabalho desenvolvido pela RRVS fiquei com a clara impressão de que este projecto pode ser tomado como um exemplo de uma política de desenvolvimento regional sustentável. Esta forma como se parte de uma ideia, um elo de ligação desta região, e se chega a um produto, não pode ser privada de análises mais profundas.
Tudo começou com um conjunto de acordos entre entidades públicas e privadas que fizeram com que houvesse uma união de esforços em torno de um objectivo comum, o crescimento económico e social da região. A ajuda de programas de financiamento destinados a desenvolver projectos como este para outros patamares, refira-se neste caso o EEC-PROVERE, levou a que o projecto crescesse sem nunca esquecer as características únicas da região. Este crescimento foi sustentado numa boa estruturação da Rota e num conjunto de ferramentas adjacentes, fundamentais no alcançar dos objectivos propostos para a região.
Assim, para além de diversos prémios e distinções arrecadadas ao longo do tempo, o trabalho da Rota do Românico tem vindo a ser reconhecido pelo seu papel fundamental no aparecimento de um novo sector produtivo, gerador de receitas, emprego e notoriedade para a região. São de destacar as unidades de superior qualidade de alojamento, restauração, animação turística, roteiros turísticos temáticos e unidades museológicas.
Penso também que, tendo em conta o passado do projecto, a equipa de gestão do mesmo será capaz de lidar com o alargamento da Rota e tudo o que isso por representar.
Mas o que é que falta? Por que razão eu e muitos de nós nunca tínhamos ouvido deste projecto? Na minha opinião, a resposta não se encontra na elaboração do projecto propriamente dito, mas talvez numa possível falha de comunicação. A falta de sensibilização da população em geral, nomeadamente residentes, é no meu ponto de vista um elemento que explica algumas carências do projecto. Para que esta ideia dê cada vez mais frutos é necessária uma melhor sinalização, uma melhor promoção das actividades e fundamentalmente criar um sentimento de pertença e envolvimento junto dos agentes e população local.
Com uma acção contínua de sensibilização para o projecto, creio que será mais fácil atingir patamares óptimos, ajudando desta forma ao desenvolvimento da região e consequentemente do país.

Eliseu Ferreira 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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