Como
nota introdutória, gostaria de justificar a minha escolha por esta temática. Em
primeiro lugar a minha qualidade de residente no concelho de Paços de Ferreira
fez com que já me tenha cruzado anteriormente com “consequências” deste
projecto. Por outro lado, o facto de eu estar tão perto, fisicamente, e revelar
um profundo desconhecimento em relação ao mesmo deixou-me intrigado.
A Rota do Românico do Vale do Sousa é um
projecto que tem como fundamento o aproveitamento de um legado histórico comum,
com o propósito de potenciar a região em torno desta característica. Desde 1998
que o projecto tem vindo a ganhar forma, inicialmente estava confinado ao Vale do Sousa mas, desde 2010, o
seu espaço de acção foi alargado aos restantes concelhos da NUTIII – Tâmega (Amarante,
Baião, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses e Resende).
Da
análise do trabalho desenvolvido pela RRVS fiquei com a clara impressão de que
este projecto pode ser tomado como um exemplo de uma política de
desenvolvimento regional sustentável. Esta forma como se parte de uma ideia, um
elo de ligação desta região, e se chega a um produto, não pode ser privada de
análises mais profundas.
Tudo
começou com um conjunto de acordos entre entidades públicas e privadas que
fizeram com que houvesse uma união de esforços em torno de um objectivo comum,
o crescimento económico e social da região. A ajuda de programas de
financiamento destinados a desenvolver projectos como este para outros
patamares, refira-se neste caso o EEC-PROVERE, levou a que o projecto crescesse
sem nunca esquecer as características únicas da região. Este crescimento foi
sustentado numa boa estruturação da Rota e num conjunto de ferramentas
adjacentes, fundamentais no alcançar dos objectivos propostos para a região.
Assim, para além de diversos prémios e
distinções arrecadadas ao longo do tempo, o trabalho da Rota do Românico tem
vindo a ser reconhecido pelo seu papel fundamental no aparecimento de um novo
sector produtivo, gerador de receitas, emprego e notoriedade para a região. São
de destacar as unidades de superior qualidade de alojamento, restauração,
animação turística, roteiros turísticos temáticos e unidades museológicas.
Penso
também que, tendo em conta o passado do projecto, a equipa de gestão do mesmo
será capaz de lidar com o alargamento da Rota e tudo o que isso por
representar.
Mas o
que é que falta? Por que razão eu e muitos de nós nunca tínhamos ouvido deste
projecto? Na minha opinião, a resposta não se encontra na elaboração do
projecto propriamente dito, mas talvez numa possível falha de comunicação. A falta
de sensibilização da população em geral, nomeadamente residentes, é no meu
ponto de vista um elemento que explica algumas carências do projecto. Para que
esta ideia dê cada vez mais frutos é necessária uma melhor sinalização, uma
melhor promoção das actividades e fundamentalmente criar um sentimento de
pertença e envolvimento junto dos agentes e população local.
Com
uma acção contínua de sensibilização para o projecto, creio que será mais fácil
atingir patamares óptimos, ajudando desta forma ao desenvolvimento da região e
consequentemente do país.
Eliseu Ferreira
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