sexta-feira, março 20, 2020

Beleza Natural vs. Catástrofes Naturais

         Muitos lugares do mundo encantam-nos pelas suas paisagens e beleza natural, facto que atrai inúmeros turistas de lazer e aventura. Mas a verdade é que alguns destes locais estão nas zonas mais perigosas do mundo por diversas razões. Normalmente, encantam-nos pela beleza dos vulcões ou pelo clima tropical. Esse clima tropical relaciona-se com a posição no globo, o que nos leva também a catástrofes, como furacões, terramotos, tsunamis, etc.
         Mas não é por esses motivos que estes destinos deixam de ser visitados, como é o caso da Indonésia. Um dos destinos preferidos de quem visita esta província é Bali, que conta com 42% dos 14 milhões dos turistas internacionais que visitam a província. Isto acontece mesmo sabendo que este é um local onde acontecem muitas catástrofes naturais. Por exemplo, em 2017, o vulcão Agung entrou em atividade. Isso fez com que milhares de turistas ficassem retidos. Mais recentemente, em 2018, ocorreu um terramoto em Lombok, um sismo e um tsunami nas ilhas Cébeles.
         Nas Filipinas, o peso do turismo no PIB foi de 24,7%, em 2019. O que é uma percentagem bastante significativa tendo em conta que a média mundial é de 10,4%. E 65% dessas deslocações foi feita por lazer e não por motivos de trabalho, que normalmente não dependem de uma escolha. Só com a visualização destes dados, poderíamos pensar que este é um dos melhores destinos mas, pelo contrário, este é um dos destinos mais perigosos devido à sua volatilidade climática, pois é um local onde ocorrem sistematicamente furacões e tempestades tropicais. 
         A Costa Rica, sendo uma zona formada por vulcões, alguns ativos, e pela sua localização também se torna um destino onde se devem tomar alguns cuidados. Nesta região ocorrem muitas vezes terramotos, furacões e tempestades mas, mesmo assim, 13,1% do PIB deve-se ao turismo, onde 74% se deve ao turismo de lazer e 65% por parte de turistas internacionais.
         Na Europa também existem países onde a beleza natural atraia bastantes turistas, mas que incorrem em alguns riscos, não pelo clima tropical mas sim pelos vulcões existentes. Por exemplo, na Islândia, onde em 2010 o vulcão Eyjafjallajokall entrou em erupção levando ao encerramento dos espaços aéreos e cancelamentos de mais de 100.000 voos, afetando 8 milhões de passageiros. Mesmo assim este país é um dos que mais encaixe financeiro tem com a rubrica do turismo nas contas nacionais na Europa, representando 32,6%, em 2019, onde 72% dos visitantes dizem respeito a turismo internacional.
         Para que se possa viajar para estes lugares de uma forma mais segura, existem alguns passos que os viajantes devem tomar em consideração. Em primeiro lugar, deve-se verificar qual é a altura do ano mais favorável à viagem, principalmente nos destinos que são afetados por tempestades. Em segundo lugar, quando a viajem é programada por uma agência de viagens, existem condições nas políticas de reserva que têm em conta os seguros. Para este tipo de destinos, existe uma variante bastante importante: os seguros para desastres naturais. Também se deve ter em atenção a compra dos bilhetes de avião. Estes devem ser comprados juntos, principalmente quando se viaja em diferentes companhias. Caso aconteçam incidentes como o da Islândia e existam voos cancelados, temos uma ressalva para os restantes voos, que não necessitam de custos adicionais. Um último conselho será levar o contacto da embaixada e consulados, caso necessite de alguma informação.
         Ou seja, como vemos pelos números apresentados, não é por um país apresentar riscos que deixa de ser visitado. Muitos turistas não deixam de querer experienciar certas aventuras e deslumbrar-se com paisagens de cortar a respiração. Estes destinos têm também, em alguns casos, medidas que protegem os visitantes e a população, em geral. O que é necessário é termos boas informações do local que vamos visitar e em que altura realizar a viagem. E importa nunca deixar de lado a possibilidade de que algo possa correr mal e prevenirmo-nos para essa eventualidade. 

Carina Sousa

Bibliografia:
https://www.wttc.org/

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2019/2020)

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