O
Turismo em Portugal tem dado os seus frutos, e, claro está, não só para a honra
de quem visita o nosso país mas também de quem lucra com ele.
A
verdade é que, na ótica do Turista propriamente dito, o Turismo é, muitas
vezes, interpretado como aquilo de quem apenas vê. Por exemplo, os monumentos – o Turismo Histórico - são das
primeiras coisas que se vê quando se pesquisa pelo próximo destino, bem como os
pontos paisagísticos, e, ambos, são considerados os «pontos fortes» do destino
turístico.
Mas
sabemos que, em Portugal, temos muito mais do que isso. Como o título muito bem
indica, o Turismo não é apenas caraterizado pelos monumentos. Em Portugal,
podemos bem dizer que temos, em cada região do nosso país, um elemento que
indica, e muito bem, o Turismo feito através dos produtos regionais de cada uma das regiões existentes.
E
no exemplo que venho falar aqui hoje encontra-se isso mesmo. No Norte de
Portugal, encontramos Monção, que,
sendo uma das terras «raianas» de Portugal – isto é, vizinha de Espanha - se
apresenta como um dos corações do Alto Minho Interior.
Monção
pode não ter o maior dos desenvolvimentos a nível turístico, mas, contra
factos, não há argumentos, pois, nos últimos anos, tem-se notado uma aposta do
Turismo por parte da Câmara Municipal de Monção. Como?
Notoriamente,
a terra monçanense parecia não ter assim tanto «pano para mangas», no que toca
ao Turismo Histórico, ou mesmo o Paisagístico – para além de ainda o ter, como
exemplo, o Centro Histórico, as
Muralhas, ou mesmo a vista sobre o Rio Minho. No entanto, os
regentes decidiram apostar num Turismo inteligente, baseado nos produtos regionais. E a verdade é que
essa aposta tem sido implacável.
Numa
vila com apenas cerca de 20 mil habitantes, espera-se apenas que, no verão,
venham os emigrantes para encher as ruas da pequena terra raiana. Mas a verdade
é que tem-se verificado que cada vez mais turistas aparecem para conhecer a
vila e, principalmente, os seus produtos mais conhecidos. Porquê? A vila dá-nos
uma série de argumentos que, em suma, convencem o turista a visitá-la. Darei
alguns exemplos a seguir.
É
a partir daqui que acontece a Feira do
Alvarinho. A Feira do Alvarinho nasceu há 23 anos, com o intuito de mostrar
o melhor que se faz na região Monção-Melgaço: O Vinho Alvarinho.
Legenda: Monção não é apenas monumentos, é também tradição.
Fonte: Feira do Alvarinho de Monção
Com
um conceito estranhamente diferente daquilo que se costuma ver, a Feira do Alvarinho acaba por
concentrar-se em três noites de verão, onde o indivíduo que a visita tem ao seu
dispor mais de trinta produtores diferentes da região, a vender o seu produto a
preço acessível, bem como muita diversão, aquilo que o típico português está à
espera de encontrar.
Para
além disto, Monção destacou-se, mais uma vez, pelos seus produtos regionais, ao
ser eleito duas vezes pela iniciativa 7 Maravilhas de Portugal.
A
primeira, em 2018, enquadrava as «maravilhas
à mesa», envolvendo a gastronomia com a tradição, e com elementos como o Vinho Alvarinho e o Cordeiro à Moda de Monção. Assim, a
terra monçanense tornou-se na única «mesa» a representar a região minhota.
A
segunda aconteceu no verão de 2019, e juntou as «maravilhas» através dos Doces Tradicionais, no qual Monção se
tornou uma das sete maravilhas, com as famosas e tradicionais «Roscas».
Em
suma, o propósito desta pequena redação serve para refletir um pouco daquilo
que se passa em torno do nosso país, no que toca à abertura do Turismo para «além-fronteiras»,
e, assim, incentivar o turista a encaminhar a sua atividade turística para algo
diferente.
Será
que, com o crescimento de Monção neste setor, acabei de o convencer a visitar
uma das vilas mais antigas de Portugal?
Angelina Domingues Barreiro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2019/2020)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2019/2020)
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