Com valor histórico e
arquitetônico, a livraria Lello foi erigida em 13 de Janeiro de 1906 e tem sido
reconhecida como uma das mais belas do mundo devido à sua personalidade e
singularidade. Após ter sido inspiração para J.K Rowling ao escrever Harry
Potter, o local ganhou maior visibilidade.
Os vôos de baixo custo
têm intensificado o número de visitantes nas cidades europeias – no ano de
2017, o Porto recebeu 2,5 milhões de turistas. Embora tenha ocorrido um grande
aumento no número de turistas, os mesmos consideram o Porto uma cidade
tranquila, sem grandes caos ocasionado pelo turismo massificado, com exceção da
livraria Lello, onde pessoas fazem fila todos os dias, apesar do
tempo de espera de mais de 20 minutos, em média. Neste mesmo ano, a livraria
recebeu 1,2 milhões de visitantes e faturou mais de 7 milhões.
A livraria se adaptou ao
novo contexto da cidade, preservando e mantendo a história e características do
local e se reestruturou para receber os visitantes. Houve um período em
que a livraria atenuou muito sua venda de livros, e então surgiu a
ideia de cobrar taxa de entrada, que atualmente custa cinco euros,
que podem ser revertidos em desconto na compra de livros, o que garantiu
que a livraria permanecesse fiel ao seu princípio de vender
livros.
O impacto negativo do
crescente turismo na livraria é que clientes habituais –principalmente
os portugueses – deixaram de frequentar a livraria. Mas se, por um
lado, a livraria deixou de receber seus clientes tradicionais, por outro, o
aumento no número de visitantes gerou novas oportunidades de emprego.
Em 2015, a livraria possuía apenas 9 funcionários e, no ano de 2018, esse
número passou para 49 e com reforço de mais 10 colaboradores no verão.
A Lello é hoje a livraria
de rua que mais vende livros em Portugal e seus administradores a consideram
uma “embaixada da cultura portuguesa” para os estrangeiros. E seu fluxo intenso
tem atraído turistas para outros comércios num raio de 1,2 quilômetros
quadrados, o que garante ofertas de trabalho não só na livraria mas também
em outros comércios, e como consequência o desenvolvimento econômico e social
da cidade.
Carolina Almeida
Bibliografia:
MANDIM, David. Lello vende 1200 livros por dia.
"Somos o maior exportador cultural do país". Diário de Notícias.
Portugal, 24 agosto, 2018.
OLIVEIRA, Sara. "Livraria Lello: a maior parte
do visitantes são turistas". Portugal, 30 maio, 2017.
< http://ulpinfomedia.pt/2017/05/30/livraria-lello-a-maior-parte-dos-visitantes-sao-turistas/>
acesso 8 março, 2019.
STAFF, Der Spiegel. "How tourists are
destroying the places they love". Alemanha 21 agosto, 2018
acesso 08 de março. 2019.
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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