É
com certeza que podemos afirmar que nos últimos tempos o turismo tem sido o
setor que mais se tem desenvolvido, e assim contribuído para o crescimento da
economia nacional. Este setor é frequentemente visto como um motor de
crescimento económico, desenvolvimento regional e um impulsionador do bem-estar
das populações. Assim sendo, as receitas provenientes deste setor e os seus
efeitos têm sido alvo de um intenso estudo. Para comprovar o que foi dito
anteriormente, irei dar como exemplo uma notícia relativamente recente do
jornal “Observador”, onde refere que o turismo é o setor com maior contributo
para o crescimento do PIB.
Este
setor contribui para cerca de 9% do PIB. Imagine-se que na Europa apenas somos
ultrapassados pela nossa vizinha Espanha. O que é que isto significa? Significa
que o nosso território é muito valorizado e Portugal tem de saber utilizar
estes seus recursos, tentando assim obter o maior benefício possível que este
setor tem para oferecer. A procura turística está a ter um papel fundamental na
recuperação das economias europeias, sobretudo na economia portuguesa. É
possível constatar que zonas como Lisboa, Porto e Algarve estão na moda, e que
são visitadas por milhares de pessoas anualmente. Cidades como estas são os
focos principais e devem estar preparadas para acolher quem faz questão de nos
visitar. Nas zonas referidas anteriormente, mas também um pouco por todo o
país, o trabalho deste setor tem sido inigualável. Tem sido o motor para áreas
como o imobiliário, os transportes e a restauração.
A
dinâmica do turismo em Portugal tem permitido mais receitas e a criação de
postos de trabalho. Com base em dados do INE, pode-se salientar que a procura
turística (consumo por parte de estrangeiros, mas também residentes), subiu
para os 26,7 mil milhões de euros em 2017, mais 14,5% face ao ano anterior. Estes
números mostram a qualidade do produto turístico que se pratica em Portugal. Prova
disso, também, foi o reconhecimento internacional, onde fomos considerados o
melhor destino do mundo na 20ª edição dos World
Travel Awards, em 2017, sendo esta a primeira vez que um país europeu
recebeu esta distinção nos designados “Óscares do turismo”.
Ao
falar em turismo, e para se fazer uma correta análise do mesmo, numa visão mais
económica, é necessário ter em conta 3 pontos de vista. O ponto de vista do
lado da procura (por exemplo, quem viaja, quem pratica o turismo), pelo lado da
oferta (onde estão inseridas as empresas, os transportes, o alojamento), e
ainda ter em conta o destino (uma vez que a atividade turística causa impactes
económicos, sociais e culturais sobre o local escolhido).
O
turista é a figura central no estudo do turismo porque é este quem toma a
decisão de viajar, escolhe o destino e efetua as despesas do consumo turístico,
gerando assim impacte sobre a região de destino. Por outro lado, as caraterísticas físicas,
culturais e estruturais da região de destino têm um papel fundamental na
atração de turistas, bem como o tipo de oferta turística disponível.
O
mercado turístico é um mercado atípico porque não vende um produto específico,
mas dá o direito ao usufruto de um bem ou serviço num local diferente do de
residência. As regiões Portuguesas, para serem mais competitivas em matéria de
turismo, deverão apostar na diversificação do seu produto, aproveitando os seus
recursos naturais e histórico/culturais. Todavia, o Estado deve publicitar mais
as suas regiões como destinos de férias, a nível internacional, e não limitar a
sua oferta apenas ao Algarve, bem como continuar a investir em infraestruturas
físicas, nomeadamente, meios de comunicação, espaços de lazer e de cultura, com
o intuito de tornar o país mais atrativo para a prática de turismo.
Andamos
então de mãos dadas com o turismo. Portugal necessita deste setor para
equilibrar as suas contas. Neste momento, é o seu maior aliado. Temos um trunfo
na mão e cabe aos nossos responsáveis máximos saber lidar com isso e manter
este parceiro. É uma parceria tão forte que desde os períodos de recessão o
turismo nunca nos abandonou e embora sofrendo algumas quebras consegue sempre
puxar-nos para cima.
Sim,
o turismo também traz alguns aspetos negativos. Sim, talvez com o aumento do
turismo, por norma, os preços de bens de consumo ou de habitação subam, contudo,
são muito mais as vantagens do que as desvantagens. É a minha opinião. Se não
quisermos aproveitar o turismo, vamos aproveitar o quê? Neste momento,
parece-me a nossa melhor alternativa e os resultados estão à vista de todos. Basta
pesquisar “Impacto do turismo em Portugal”, e os primeiros tópicos que
encontramos é do género: “Impacto no PIB pode chegar aos 16%...”. Por isso, não
há que reclamar, há sim que estudar e trabalhar formas de dinamizar ainda mais
este setor. Contra factos não existem argumentos. Devemos muito a quem nos
visita, quer se goste ou não.
Bruno Pereira
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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