O
concelho de Terras de Bouro apresenta-se, atualmente, como um dos principais
destinos turísticos, em Portugal. A par do crescimento do setor no país, o
concelho decidiu não ficar para trás, nesta evolução, sendo que a grande oferta
de que dispõe faz com que cada vez mais turistas se interessem e decidam
visitar a região. Um dos principais, senão o principal fator de atração de
Terras de Bouro explica-se pelo facto de a maioria do seu território estar
inserida naquele que é o único parque nacional existente, em Portugal, o Parque
Nacional da Peneda-Gerês. As montanhas,
as praias fluviais ao longo dos rios Homem e Cávado, a Mata da Albergaria,
preenchida por árvores seculares, assim como a fauna e flora únicas em algumas
espécies, dão uma importantíssima riqueza ao património natural da região e
fazem com que o turista se deslumbre de todos as vezes que se sinta envolvido
por tão magníficas paisagens.
Por
outro lado, aquele que, a meu ver, compete mais com o património natural, como
motivo de atração do concelho, é o seu património religioso. O culto da
religião e a fé sempre moveram multidões. E a principal prova disso é que,
todos os anos, milhares de peregrinos se deslocam ao São Bento da Porta Aberta.
O santuário é considerado o segundo maior centro de peregrinações, no país,
logo a seguir a Fátima, e apresenta-se como uma das principais fontes de
dinamização económica no concelho.
No
entanto, estas não são as únicas motivações que levam um turista a visitar a
região. Terras de Bouro é também procurado por um vasto conjunto de fatores,
que incluem a saúde, a gastronomia, a arquitetura,
vestígios arqueológicos de povos galaicos e pré-romanos e a sua etnografia,
atribuindo à região uma identidade cultural forte que a destaca como um dos
principais destinos turísticos, em Portugal. A autarquia tem tido um papel
fundamental na dinamização destas potencialidades, apoiado na criação de
iniciativas, algumas delas já com efeitos visíveis, que têm como objetivo
desenvolver cada vez mais o turismo na região.
Em
2017, por iniciativa da Gerês Viver
Turismo, foi criada a Associação de Defesa e Promoção do Gerês, que se
assumiu como uma espécie de "selo de garantia" da qualidade do
turismo na região. A criação de um logótipo e a associação do Gerês a uma
imagem permitiu que se ultrapassasse o facto de, até então, o Gerês ser só um
nome, criando uma nova perceção na mente do potencial turista e na sua
priorização deste a outros destinos turísticos.
Em
mais uma ação de dinamização do setor que mais emprega na região, o Presidente
da Câmara Municipal anunciou, em 2018, com implementação prevista, no presente
ano, uma taxa turística, cujas receitas reverterão integralmente para ações
destinadas a atrair mais turistas ao concelho. Esta é uma excelente medida que,
sendo bem-sucedida, permitirá ultrapassar graves problemas de acessos às praias
e zonas de lazer, ao longo do Rio Homem, e às cascatas, atualmente conhecidas
pelo seu perigo.
A
aliança entre um potencial turístico tão elevado e um esforço claro da
autarquia tem apresentado resultados promissores no que toca à viabilidade do
setor. Através da consulta de dados apresentados pela Pordata, é possível
verificar que, em 2009, existiam apenas 19 alojamentos turísticos no concelho,
sendo que, em 2017, esse valor subiu para um novo total de 47. Um crescimento
tão grande só se justifica pelo facto de a procura também ser cada vez maior.
As dormidas em alojamentos turísticos, o principal indicador encontrado para
quantificar a evolução do número de pessoas que procuram Terras de Bouro como
destino, aumentaram de pouco mais de 70.000, em 2009, para perto das 150.000,
em 2017. É, de facto, um indicador preciso que permite espelhar o franco
crescimento da região.
Em
suma, é possível afirmar que o turismo em Terras de Bouro se apresenta,
atualmente, como um dos principais destinos turísticos, em Portugal, e que
muito tem sido feito para que assim seja. A autarquia tem revelado uma clara
preocupação, adotando uma postura proativa, que será, sem dúvida, a estratégia
certa para que o setor se desenvolva sustentavelmente na região. Esta política
deverá servir de exemplo a muitas outras autarquias que não optam pelo mesmo
caminho e não conseguem aproveitar as potencialidades do seu território com
tanta eficiência.
Pedro
Miguel Pires Dinis
Referências
Bibliográficas:
https://www.pordata.pt/Municipios/Dormidas+nos+alojamentos+tur%C3%ADsticos+total+e+por+tipo+de+alojamento-748
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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