A Feira Afonsina
teve inícios em Setembro de 2011, e tem vindo a ser realizada anualmente. Este
ano não será exceção. A cidade de Guimarães recua no tempo, até à época do
condado portucalense. A criação deste evento teve como um forte motivo atrair
mais turistas, sobretudo da Galiza.
Durante três dias a cidade de
Guimarães, mais concretamente o centro histórico e o monte Latito, mais conhecido
por Colina Sagrada, que envolve o Paço dos Duques de Bragança, Capela de Santa
Cruz, Igreja de São Miguel, Castelo e Campo de São Mamede, transformam-se num
mercado medieval, onde se tenta mostrar aos turistas e aos excursionistas os
costumes e tradições da era medieval.
Em contexto de curiosidade, a agora
Chamada Feira Afonsina teve seu início como Feira Quinhentista, passando para
Feira Joanina, e restringia-se apenas ao Largo da Oliveira e à Praça de
Santiago, e só em 2011 é que passa a ser chamada como Feira Afonsina, tomando
as proporções já mencionadas. Sendo esta cidade classificada desde 2001, pela
UNESCO, como ”Património histórico e cultural da Humanidade”, esta mudança de
nome teve como objetivo potenciar todo o património histórico edificado que
Guimarães possui e também, segundo os responsáveis pelo evento, quis-se dinamizar
e integrar esta programação no evento que se ia viver em 2012, com o anúncio de
Guimarães como Capital Europeia da Cultura.
As feiras Afonsinas eram realizadas no mês
de setembro, passando em 2015 a realizar-se em Junho, mais concretamente no dia
24, para fazerem parte das comemorações do Dia Um de Portugal, que é feriado
municipal e no qual se celebra a Batalha de São Mamede, travada em Guimarães,
em 1128. De realçar que todos os anos a feira tem um tema alusivo aos
acontecimentos da história na era do condado portucalense. No ano passado o
tema foi “O Tratado de Zamora”
A cidade de Guimarães atrai anualmente
milhares de turista, tendo o seu pico entre os meses de Junho a Setembro. Seus
principais turistas provem de vários países, mas os que mais se destacam são:
Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Brasil,
E.U.A, Japão, Bélgica e Canadá. Como é de prever, a maior percentagem recai
sobre Portugal e Espanha, principalmente os da Galiza e os de Madrid. Isto
deve-se ao facto se serem províncias mais próximas e com melhores
acessibilidades à nossa região vizinha, a Galiza.
Focando-nos nos meses de grande pico e
segundo o posto de turismo de Guimarães, a cidade teve em 2011, ano da
realização da primeira Feira Afonsina, um número de visitantes que representou
72% dos participantes, tendo como ocupação de quarto 64,4%. Com isto, podemos
dizer que 7,6% dos visitantes foram excursionistas, uma vez que apenas estivem
um dia na cidade e não pernoitaram lá. Além dos valores apresentados serem
aparentemente bons, a cidade obteve um abrandamento de turistas devido à
conjuntura económica desfavorável que Portugal e a Europa estavam atravessar.
Em 2012, a cidade obteve um espetacular resultado, com um aumento de 106,5%
relativamente ao período homólogo do ano anterior. Este aumento deve ser
entendido como resultado de ter acolhido a Capital Europeia da Cultura. A
ocupação de quartos situou-se nos 64,4%. No ano a seguir ao evento da Capital
Europeia da Cultura o turismo desceu significativamente, chegando apenas nos
meses de grande afluência aos 64% e com uma taxa de ocupação de quartos de
apenas 50,8%. Nos anos seguintes, até 2018, o turismo tem vindo a aumentar bem
como a taxa de ocupação de quartos, estando o ano passado nos 79% nos meses de
pico, e com uma taxa média de ocupação de quarto nos 63,6%. Através da análise
dos diversos indicadores disponíveis, constata-se, que nos últimos anos,
Guimarães tem visto aumentar a sua notoriedade e capacidade de atrair
visitantes.
Guimarães, à semelhança da maior parte
dos destinos turísticos nacionais e internacionais, sofre do efeito da
sazonalidade, um dos maiores dilemas do turismo mundial e para o qual a
generalidade dos responsáveis pelo turismo tenta encontrar soluções. Como o
auge dos turistas se verifica entre Junho a Setembro, facilmente se constata
que o turismo na cidade sofre de sazonalidade, com picos de procura nos meses
de Verão, principalmente Agosto, e quebras nos meses de Inverno.
Em suma, posso constatar que as Feiras
Afonsinas contribuem em muito para o aumento do turismo na cidade, uma vez que
os turistas têm em si aquela curiosidade de saberem e mesmo reviverem os tempos
medievais e, por outro lado, enriquecer ainda mais a cultura pessoal, dado que
é encenado um episódio da era do condado portucalense. Em meu ver, o grande
investimento que a Câmara de Guimarães faz anualmente para manter este evento é
bem aplicado uma vez que o turismo tem vindo a aumentar, bem como a ocupação
dos quartos, o que trás para a cidade um aumento do rendimento da economia
local. O único aspeto negativo que tenho a realçar é o facto da Câmara não
apostar de uma forma significativa na divulgação e propaganda. A meu ver, se a
câmara o fizesse quase de certeza que iria obter resultados ainda mais
favoráveis para a cidade.
Ricardo
Silva
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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