Ponte
de Lima tem-se distinguido, ao longo dos últimos anos, pelo seu empenho em
utilizar o seu património histórico, gastronomia, cultura e produtos da região
de forma a fazer com que a vila apareça no radar de turistas, tanto nacionais
como estrangeiros, tentando não deixar de fora a população local, sendo exemplo
disso a Festa do Vinho Verde e Produtos Regionais, a Feira do Cavalo, e os
constantes eventos do Teatro Diogo Bernardes, entre muitos outros.
Um
exemplo deste esforço feito pelo município para estimular o turismo cultural da
vila é o assunto tratado neste ensaio. No mês de julho, já durante a chamada
“época alta” do turismo, ocorre (por norma) nas primeiras duas semanas do mês,
o festival Percursos da Música, no
centro histórico de Ponte de Lima, organizado pelo Teatro Diogo Bernardes
(responsável pela agenda cultural do município). Desde a sua primeira edição,
em 2010, este festival reúne no seu programa vários géneros de música,
abrangendo desde música clássica a música contemporânea. Para além de recitais
de violino, piano ou outros instrumentos, atuações de bandas locais e de
artistas internacionais, e workshops de
dança, já passaram nas suas várias edições nomes, como Rita Redshoes, Noiserv,
Filho da Mãe e Vitorino d’Almeida.
Uma
das “imagens de marca” deste festival é o facto de não se realizar num recinto
ou lugar específico, mas sim em vários locais do centro histórico de Ponte de Lima,
uns mais emblemáticos do que outros. Contudo, esses lugares não são sempre os
mesmos. O Teatro Diogo Bernardes, o Auditório da Academia de Música e o Largo
de Camões, que eram das paragens mais conhecidas do festival, deixaram de estar
presentes. Na última edição (2018), os espetáculos realizaram-se nos seguintes
locais: Avenida dos Plátanos, Largo de S. João, Rua Formosa, Escadaria da
Capela das Pereiras, Rua Cardeal Saraiva, Largo da Picota e Largo da Alegria
(sendo este “além da Ponte”, em Arcozelo).
Outro
aspeto importante deste festival é o facto de ser gratuito. É verdade que sendo
ao ar livre seria difícil de controlar (em alguns dos locais é possível ver
residentes a assistir nas suas janelas/varandas), mas o facto de não ter
qualquer custo para os espectadores e ainda assim disponibilizar todo o
equipamento necessário e lugares sentados é, sem dúvida, algo chamativo para os
interessados, para além de refletir o esforço dos organizadores em agradar aos
visitantes.
Esta
iniciativa, tal como é referido no título, é um exemplo de dinamização do
centro histórico de Ponte de Lima. Pessoas que vão à vila só com o objetivo de
assistir aos concertos acabam por consumir algo além dos espetáculos não
diretamente relacionado com estes últimos. Ou seja, para além de dar a conhecer
certos pontos da vila aos espectadores, é um incentivo para os negócios locais:
cafés, restaurantes, alojamento, lojas de recordações. Isto, junto com outras
iniciativas do município nesta época, acaba por estimular a criação de emprego
regional (ainda que sazonal), há uma maior preocupação em manter o património
local, e acaba por ser a maior “publicidade” que se poderia fazer ao turismo em
Ponte de Lima – o feedback de
visitantes, que mesmo tendo ido sem intenção de conhecer muito a zona, acabaram
por o fazer e tiveram uma boa experiência.
Tudo
isto se torna uma “bola de neve”, que traz efeitos positivos tanto para o
turismo e, consequentemente, economia locais, como para o património do centro
histórico.
[1] Diana
Filipa Fernandes Gonçalves, PG38502, Mestrado em Património Cultural, Instituto
de Ciências Sociais, Universidade do Minho.
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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