As
instituições de ensino superior (IES), na atualidade, são indispensáveis para
um crescimento coeso e sustentável de uma determinada área ou região. Isto na
medida em que os IES contribuem para o desenvolvimento socioeconómico,
aprofundando o conhecimento e pesquisa nas diferentes áreas.
Porém, as IES deparam-se com
contestações, na medida em que as atividades estejam ou não próximas das
necessidades do mercado. Posto isto, o tema do relatório é o “Impacto do ensino superior para o
desenvolvimento regional: Reflexão a partir de seis estudos de casos”, abordando
os impactes na dinâmica social, o impacte na atividade económica e os impactes
no emprego e na qualificação da população.
O
ensino superior, de formação inicial e contínua, assim como a respetiva
formação, são, na minha opinião, essenciais para o desenvolvimento
socioeconómico de uma região, sobretudo nos dias de hoje, onde a
competitividade entre empresas assume caráter global. Sendo assim, existe a
necessidade das empresas recrutarem pessoas que apresentam habilitações
académicas de graus superior. Segundo Arbo e Bennewort, “O potencial de desenvolvimento e crescimento económico de um país,
de um território, está estrategicamente ligado ao valor do seu capital social e
do conhecimento”.
Com
isto, retiramos que as instituições de Ensino Superior apresentam impactes
diretos e também indiretos, exemplo disso são as consequências diretas no
sistema demográfico, pelo motivo que origina novos residentes, tanto na sua
face de formação académica como também numa fase pós-graduação, ou seja,
aqueles que arranjam emprego na região após término dos estudos.
Consequentemente, esta dinâmica vai apresentar efeitos diretos nos fluxos de
consumo como nas caraterísticas do mercado e de emprego.
Os
casos que foram alvo de análise demonstram a multidimensionalidade e
complexidade que envolve as IES, assim como os seus contextos de influência
territorial. Contudo, estes casos não foram tratados de forma igual, com
modelos metodológicos diferentes e os graus de aprofundamento de indicadores
utilizados, tudo isto porque temos um objeto de estudo refletivo e não
comparativo.
A
minha escolha foi tratar o caso da Universidade de Évora, sendo justificado
pelo facto de Évora ser uma capital de distrito e ser um território que se
insere na região interior de Portugal Continental.
Quanto aos
resultados recolhidos e representados na obra que nos serviu de referência (“Impacto do ensino
superior para o desenvolvimento regional: Reflexão a partir de seis estudos de
casos”), nota-se que, em 2011, o concelho de Évora abrangia 55921 habitantes,
sendo que cerca de 8500 estavam diretamente relacionados com a Universidade de
Évora, 7500 eram estudantes e 1000 eram colaboradores, sendo que, destes 7500
estudantes, apenas 30% era do concelho de Évora. Relativamente ao impacte na
atividade económica, segundo o artigo, apresentou um valor total de despesas de
58 milhões de Euros, sendo que os gastos dos estudantes corresponderam a 3,6%
do PIB, em 2001, do Alentejo Central e de 1,2% do Alentejo. Por último, quanto
aos impactes no emprego e na qualificação da população, a Universidade de Évora
empregou 2200 pessoas indiretamente.
Concluindo,
está mais que assente o conceito que as IES são inteiramente relacionadas com o
conceito de desenvolvimento coeso e sustentável das regiões, criando capital
humano, permitindo o desenvolvimento socioeconómico e aprofundando
conhecimentos, sendo que a evolução e desenvolvimento do mercado global
associado a uma grande competitividade vai requer pessoas com elevadas habilitações
literárias. A aposta e o desenvolvimento, tanto no conhecimento como nas
instituições de ensino superior, irá destacar aqueles que apresentam mais
capital humano e, consequente, capacidade para um desenvolvimento
socioeconómico sustentável.
Quanto
ao caso de estudo da Universidade de Évora, o impacte na região foi notado
tanto pela positiva como pela negativa. Por um lado, o estabelecimento de
ensino apresentou uma despesa total de 58 milhões de Euros. Por outro lado,
empregou indiretamente 2200 pessoas e atraiu população jovem para a região
cerca de 7500.
Nuno J. A. Costa
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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