O
turismo é uma atividade económica que, para além dos prestadores e destinatários
de serviços turísticos, mobiliza a globalidade de um espaço humano e
geográfico. A atividade turística só pode gerar fortes bases para um
desenvolvimento sustentado se contar com a participação e apoio das gentes
locais. Em razão disso, qualquer projeto, na área do turismo, como noutras, tem
uma mais-valia importante se puder entusiasmar e motivar as gentes locais, que são
parte relevante do produto turístico que uma qualquer região pode oferecer.
A
par disso, Guimarães recebeu nos últimos anos iniciativas como a Capital
Europeia da Cultura e a Cidade Europeia do Desporto que, para além do elevado
impacto internacional, foram eventos que ajudaram a instalar dinâmicas e a
entrar no quotidiano do vimaranense. No entanto, pretende-se um novo nível de objetivos orientados para o ambiente
e a sustentabilidade. Um novo paradigma de cidade, eficiente e com qualidade de
vida. Guimarães pretende assim desenvolver a dimensão ambiental.
2014 marca
o início da construção da candidatura de Guimarães à Capital Verde Europeia
2020, com a elaboração de um plano global. É o documento técnico estruturante
de toda a candidatura. Entre 2015 e 2017, é o período de
preparação da candidatura no terreno. São os anos em que as equipas
operacionais farão o seu trabalho de implementação das boas práticas ambientais
e dos investimentos necessários, identificados no plano global. Começam então a
surgir ações às boas praticas ambientais.
No
início de 2017, a cidade-berço, ciente da importância de definir um plano
estratégico de biodiversidade para proteger e promover as áreas urbanas, cria o
projeto P2GREeN – Proteção e Promoção da Biodiversidade de Guimarães –
Património Natural. Trata-se de um importante e crucial Plano Integrado de
Biodiversidade Urbana, que pretende que se adicione valor às áreas verdes da
Cidade para que os cidadãos possam apreciá-las e respeitá-las. Além disso, o
plano pretende contribuir para aumentar a importância das espécies
autóctones.
O P2GREeN compreende
duas etapas principais, nomeadamente: o Diagnóstico/Caracterização; e
a Valorização de uma potencial área verde da cidade. Estas duas
etapas principais são compostas por seis ações distintas, todas elas
relacionadas, que podem ser implementadas por qualquer cidade a fim de promover
e valorizar a biodiversidade das áreas urbanas. Na fase de
diagnóstico/caracterização, estão contemplados o Plano de Controlo de
Espécies Invasoras, o projeto de Educação Ambiental “Guimarães mais
floresta” e a criação de uma Base de Dados de Biodiversidade de
Guimarães “BiodiversityGO!”.
Após
a caracterização, são designados um conjunto de projetos que visão a
valorização das áreas, nomeadamente através da criação de Rotas da
Biodiversidade, a criação de estruturas que facilitem a observação e
contemplação de espécies e o estabelecimento de medidas que visem
a Promoção do Turismo de Natureza.
Já
em meados do mesmo ano, Guimarães continua a realizar um esforço importante na
promoção da atividade turística no âmbito ambiental, sendo o concelho mais
distinguido na região norte do País com a Green
Key (Chave Verde), num total de três. O Parque de Campismo da Penha, o
Restaurante ´A Cozinha` e o Hotel Mestre de Avis recebem este galardão
internacional, atribuído em Portugal pela ABAE. O Green Key, tem como objetivo promover o Turismo Sustentável em
Portugal através do reconhecimento anual de empreendimentos turísticos,
alojamento local, parques de campismo e restaurantes que implementam boas
práticas ambientais e sociais, que valorizam a gestão ambiental nos seus
estabelecimentos e que promovem a Educação Ambiental para a
Sustentabilidade.
Em
2018 é o ano de decisão! As três candidaturas com melhor classificação
integram uma shortlist e terão de
apresentar perante um júri final o seu plano de ação e estratégia de
comunicação. A lista de cidades finalistas ao título de Capital Verde Europeia
2020 foram Ghent, Lahti e Lisboa.
Apesar
de Guimarães não ter entrado na shortlist
de cidades finalistas ao título de Capital Verde Europeia 2020, realizou um
excelente trabalho, onde alguns exemplos de
excelência contidos na candidatura de Guimarães foram incluídos na lista de
boas práticas da Comissão Europeia. Em 2020, é celebrada
a Capital Verde Europeia. A grande cidade escolhida à distinção foi Lisboa.
Desta
forma, Guimarães procurou os mais
elevados padrões ambientais, encorajou a cidade a comprometer-se com metas
ambientais ambiciosas e divulgou modelos e práticas que serviram como
referência para outras cidades. É bom viver em Guimarães!
Eduarda Gonçalves
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
Eduarda Gonçalves
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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