No início do século XIX, Portugal não
fabricava porcelana – a indústria era inexistente no país. E como era muito
apreciada pelo povo português e pelos visitantes, a maior parte do produto era
importado da China e, mais tarde, de outros países europeus. Porém, existiu uma
iniciativa de conhecer o modo de fabrico da porcelana. Em 1824, é fundada a
Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, que foi a primeira unidade industrial
dedicada à porcelana em Portugal.
O sucesso da mesma foi um fator
determinante no empreendimento industrial da produção das peças de porcelana
portuguesa. O fundador, José Ferreira Pinto Basto, uma figura de destaque na
sociedade portuguesa no século XIX, deixou a sua herança no século posterior ao
citado. Contudo, o desconhecimento da pasta de porcelana era um problema. A
qualidade do manuseamento da pasta de vidro origina peças com relevos e ornatos
lapidados. Através do domínio deste tipo de produção, estudaram-se na prática,
a composição da pasta, e, em 1880, centraram-se intrinsecamente na produção da
porcelana portuguesa com os seus originais desenhos e formas.
Em Vista Alegre, os significativos
progressos tecnológicos abasteceram a região com um reconhecimento de nível
internacional, nacional e regional, dando à localidade um grande nome. A
empregabilidade neste lugar aumentou substancialmente. Mudou a vida da
população, suas rotinas e enriqueceu o local, através das várias exportações. A
qualidade do produto dada à sua produção regular entre 1832 e 1840 são
importantes para o esclarecimento do benefício da prática. Nas primeiras
décadas da laboração, a contratação de mestres vindos de países estrangeiros,
com experiência, foi determinante na formação de mão-de-obra local, altamente
especializada na produção da porcelana.
Nos anos seguintes, o desenvolvimento
industrial modificou o estilo da porcelana, adquirindo um tom romântico e
lírico, corrente no século XIX, onde se estabelecem as técnicas mecânicas de
decoração. O projeto europeu "Vista Alegre Heritage Museum" estimula
o turismo no município português de Ílhavo, centrando-se na sua produção de
porcelana. Amplos esforços colocam Ílhavo no mapa como destino cultural.
Após a inserção do projeto na região, a
fábrica da Vista Alegre aumentou suas vendas em 46% para as lojas locais, a sua
faturação internacional subiu 25%, a produção de porcelana assegurou 1.495
novos postos de trabalho já existentes em Vista Alegre e criou 100 novas
ofertas. Também se observou a duplicação das pernoitas de turistas na cidade, Workshops foram criados para escolas e
visitantes, atraindo quase 3.000 participantes, além dos artistas que expuseram
as suas peças na IDPool - Design
Residence. A gigante sueca Ikea também possui parcerias com a fábrica, e
comercializa em suas lojas diversas peças em porcelana. Tudo isto fomentou e
deu nome à marca de Porcelanas de Vista Alegre.
Em suma, percebe-se positivamente o
desenvolvimento industrial, a promoção da empregabilidade e os empreendimentos:
comercial e cultural. Abruptamente, as diversas mudanças na vida da população e
nome da região contam com a drástica movimentação de pessoas e emissão de
resíduos poluentes no fabrico do produto. Uma solução viável para esta questão
baseia-se no equilíbrio entre as novas tecnologias e as energias renováveis, o
que causa menos danos, e uma produção industrial mais comprometida com a
consciência ambiental.
Carolina Almeida
Bibliografia:
A porcelana como
património cultural traz vantagens ao centro de Portugal-Projetos. Disponível em: <https://ec.europa.eu/regional_policy/pt/projects/portugal/capitalising-on-porcelain-as-cultural-heritage-pays-off-in-central-portugal>. Acesso em: 13 abr. 2019.
Regulamento n.º 271/2016. Diário da
República n.º 52/2016, Série II de 2016-03-15. Pags: 9189 - 9195
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