sábado, abril 20, 2019

O encanto do Alto Douro

Conhecido por Vinhateiro, o Alto Douro é uma região especialmente típica da paisagem que carateriza a vasta região definida do Douro, considerada a região vitícola regulamentada mais antiga do mundo. A paisagem cultural do Alto Douro demonstra a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, por ação ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrâneo que a região suporta.


Esta combinação entre a atividade humana e natureza permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as caraterísticas do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha, e criando uma paisagem de um encanto e beleza raras.
O Douro produz o “néctar” e famoso vinho do Porto, que tão conhecido é a nível mundial, representando o principal indicador de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia local. O grande investimento humano nesta paisagem de singular beleza tornou possível a fixação das populações desde a longínqua ocupação romana, e dele resultou uma realidade viva e em evolução, ao mesmo tempo testemunho do passado e motor do futuro, solidamente ancorado na otimização dos recursos naturais e na preservação ambiental.
O turismo cresceu significativamente no Douro, onde a sazonalidade está a diminuir e os visitantes chegam de barco mas, também, de carro, autocaravana, comboio ou de bicicleta. A sazonalidade está a diminuir tão notoriamente que se pode até dizer que a época baixa já não é tão grande. O verão prolongado que se tem vindo a verificar de ano para ano tem aumentado a procura deste destino e cada vez mais cedo. O turismo fluvial serviu para impulsionar o outro tipo de turismo, a Via Navegável do Douro (VND), que desce de Barca de Alva até ao Porto, atrai cada vez mais turistas que optam por viajar em pequenas embarcações, cruzeiros de um dia ou barcos-hotéis e por programas que vão desde uma hora até uma semana. Segundo fontes da agência lusa, o ano de 2017 atingiu um número recorde de um milhão de passageiros fluviais no Douro, e em 2018 o número terá aumentado.
Os locais mais procurados pelos turistas e excursionistas vão do simples passeio bastante agradável pelo Douro (de barco), onde podem apreciar as magníficas paisagens que esta região nos proporciona, ao Museu do Douro, localizado no Peso da Régua, às diversas quintas, vinhos, gastronomia, cultura, até a passeios privados e exclusivos a partir do cais da Folgosa, em Armamar.
De várias nacionalidades são os turistas que procuram o Alto Douro, como os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália, Argentina, Uruguai, Bélgica, França, Luxemburgo, sendo o maior número os Portugueses com um poder de compra “um pouco acima da média” e que “têm também grandes conhecimentos culturais”.
A cidade da Régua tem-se vindo a adaptar ao crescimento do número de turistas, com a criação de parques de estacionamento para autocaravanas, que tem vindo a ser muito procurado, principalmente por franceses, alemães, espanhóis ou dinamarqueses, que possuem um elevado poder de compra e efetivamente compram e consomem na cidade e daqui partem para visitar outros locais do Douro. O tempo de permanência ronda os três dias. A cidade também nos oferece Animação Turística, que vende passeios em cruzeiro diários, em jipes ou de “tuk-tuk” e possui também uma loja onde vende vinho, azeite e compotas da região.
Os visitantes que chegam individualmente ou em pequenos grupos, muitos deles do Porto, e sobem de comboio para passar um dia no vale do Douro. O Senhor Pedro Teixeira lançou o projeto Da_Vide, que aproveita as vides, resíduos resultantes da limpeza das videiras após as vindimas, para expor e vender os produtos que já desenvolveu, como canetas, colheres, ímanes, porta-chaves e até enfeites de Natal, que são muito procurados pelos norte-americanos.
Com a inauguração em 1990 dos 210 quilómetros da Via Navegável do Douro abriu-se uma porta ao turismo que foi, depois, consolidada em 2001 com a classificação do Douro como Património Mundial da UNESCO. Venha visitar o Douro e usufruir dos encantos da Sua beleza que nos tem para oferecer e deixar nosso corpo livre.  

Ricardo Silva

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

1 comentário:

Pedro teixeira disse...

Belo Trabalho! Os nossos parabéns! Cumprimentos, Pedro Teixeira