A gastronomia faz parte
da experiência turística, enriquecendo-a e transformando a viagem de uma forma
única. É um veículo transmissor de culturas e espelho de uma sociedade. Através
de experiências gastronómicas, conhece-se, sente-se e prova-se a essência da cultura
de um território. A forma de confecionar o alimento e de o servir faz parte da
herança cultural, dos costumes e das tradições da sociedade. A autenticidade e
o genuíno são a essência que define e diferencia a cultura e as formas de
viver. Através da gastronomia, esses valores são transmitidos ao visitante num
contexto cultural e gastronómico.
A cultura portuguesa tem
nas suas tradições gastronómicas um valor imenso e heterogéneo, que muito tem
contribuído para a valorização da oferta turística do país. O património
gastronómico nacional é reconhecido e apreciado em todo o mundo pela sua
diversidade, pelos sabores únicos e qualidade dos produtos com que os pratos
são confecionados.
A procura de fatores de
autenticidade ligados à cultura dos destinos, a par com a segurança e a relação
qualidade-preço, faz de Portugal um dos melhores destinos da Europa para
viagens de gastronomia e vinhos, e a gastronomia portuguesa revela elevados
níveis de satisfação junto dos turistas.
E Portugal está na moda.
Toda a gente sabe. Basta abrir um site
de viagens e com alguma probabilidade aparecerá um artigo sobre o país. A gastronomia
está na moda. Toda a gente sabe. E, segundo a Organização Mundial de Turismo, a
comida já se tornou uma motivação essencial na intenção de escolha de um
destino turístico, além de ser um elemento fundamental da história, da tradição
e da identidade de um território.
Não há números
atualizados sobre o peso da gastronomia no turismo. Os últimos dados de que o
Governo dispõe são de 2007 e muito mudou desde então. Mas a gastronomia é
claramente um dos eixos da nossa promoção e da informação que quem nos visita
partilha sobre Portugal.
A gastronomia e vinhos
foram identificados como estratégicos e constituem, em conjunto, um produto de
destaque no PENT (Plano Estratégico Nacional para o Turismo até 2020),
apresentado pelo Ministério da Economia, no qual se prevê um potencial de
crescimento dos turistas deste segmento superior a 8% nos próximos anos. E
falar em crescimento turístico e gastronomia é falar da cidade de Braga, que
oferece a quem nos visita uma gastronomia riquíssima, suculenta e variada,
segundo a tradição de várias gerações, com o bacalhau a assumir-se como o prato
predileto. A diversidade da paisagem natural e as influências recebidas durante
séculos de outras gentes são elementos que explicam a multiplicidade das
especialidades gastronómicas.
A arte da culinária em
Braga é famosa, não só pela variedade de ementas, mas sobretudo pelo cuidado e
frescura na sua confeção. Entre as especialidades gastronómicas de Braga é
forçoso referir o Bacalhau à Braga, à Narcisa ou à minhota, o cabrito assado,
rojões à minhota, papas de sarrabulho, arroz “pica no chão” e, dentro da
doçaria, o mais conhecido de todos: o famoso Pudim Abade de Priscos. Com isto, para
acompanhar, temos o famoso vinho verde da região, branco ou tinto, que permite
um bom acompanhamento qualquer que seja o prato escolhido.
Mas é na doçaria que a
cozinha de Braga atinge uma maior originalidade e requinte, com o pudim Abade
de Priscos, os doces de romaria e os biscoitos secos para acompanhar o chá, bem
como outras especialidades ricas da longa tradição conventual e popular.
Além disso, o Município
de Braga proporciona aos seus habitantes e a quem a visita vários eventos de
gastronomia e vinhos ao longo do ano, como o “Fim de Semana Gastronómico”,
“Vinho Verde Fest”, “Verde Cool”, “Gastronomia Viva!”, “Amigos do café”,
“Tardes Gulosas”, “Braga à Lupa: o Pudim do Abade de Priscos” e o “Sugestões do
Chef”. Nestes eventos, é possível apreciar e conhecer tudo o que há de bom da
gastronomia e vinhos da região do Minho.
Marco
Emanuel Mendes Azevedo
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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