No
mundo atual, onde cada vez mais se verificam grandes movimentações demográficas
na procura de melhores condições de vida, como a litoralização, em
contrapartida, as regiões do interior sofrem de fenómenos contrários, como o
abandono e desertificação. Face a isto, estas mesmas regiões tentam contrariar
a situação apostando na divulgação das suas potencialidades, atraindo turismo
através dos seus pontos fortes, com práticas de gestão atentas às necessidades
dos turistas.
No
caso da serra da estrela, o fator de localização é importantíssimo, na minha
opinião. Isto porque a “Serra da Estrela” abrange 15 concelhos no interior de
Portugal Continental, como Gouveia, Seia, Manteigas, Covilhã, entre outros, o
que permite aos turistas conheceram uma vasta região com diversas tradições e
costumes.
As
movimentações demográficas, desde sempre na procura de melhores condições de
vida, vêm provocar profundas reformas na distribuição da população em Portugal.
Posto isto, nota-se que o interior se encontra cada vez mais deserto e inabitado,
onde, em certos casos, apenas pessoas idosas continuam a residir.
Consequentemente, encontramos a sobrepopulação e sobrelotação no litoral,
sobretudo nas grandes áreas metropolitanas de lisboa e Porto. Já Orlando Ribeiro
afirmava “que os espaços rurais (por oposição aos urbanos), apesar de entendidos como
pouco desenvolvidos e onde não é apetecível viver o “dia-a-dia”, são ideais
para restabelecer o corpo e a mente, criando tendências de revalorização
daqueles espaços e formando-se a ideia de que o turismo poderá contribuir para
a sua revitalização”.
Ao nível
político e institucional, a valorização e propagação dos espaços rurais em
Portugal só iria ser reconhecida em 1983, quando se considerou o turismo rural
como sendo de utilidade pública. No entanto, apenas depois da adesão do país à
então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986, e com a adoção das
políticas comunitárias, é que esse tipo de turismo foi impulsionado. Foi
entendido (por alguns) como a forma mais fácil de combater os problemas
relacionados, de forma indireta ou direta, como o êxodo rural, ou seja, resolver
problemas de abandono dos espaços e de falta de meios para apoiar as atividades
aí desenvolvidas, como a agricultura e/ou criação de gado. O papel do Estado
foi sentido sobretudo no incentivo à criação de oferta de unidades de turismo
rural, em particular de alojamentos turísticos.
A região da
Serra de Estrela, e Portugal continental, no seu todo, são território caraterizados
pela diversidade paisagística e naturais. Contudo, e referindo-me à região da Serra
da Estrela, esta apresenta aspetos negativos, como fragilidades a nível
económico. Sendo assim, na minha opinião, o património rural, quer ele seja
material ou imaterial, constitui o principal recurso sofre o qual assenta a
oferta turística dos territórios rurais, complementada por serviços correspondentes
de alojamentos, restauração, animação e lazer.
À semelhança
do que acontece com outras áreas de natureza rural, o turismo representa para a
Serra da Estrela um fator estratégico e determinante para o crescimento da
economia e promoção do bem-estar social. A sua evolução, contínua e dinâmica,
com implicações diretas nas comunidades e no território, exigem uma abordagem
cada vez mais cuidada e capaz de promover o seu crescimento de forma
sustentável, quer a nível socioeconómico, quer ambiental.
Concluindo,
nota-se que o turismo apresenta ser uma atividade que demonstra potencialidades
para erguer uma região no interior de Portugal, nesse caso, a Serra da Estrela,
por ser uma atividade de divulgação das regiões, sem apresentar custos
adicionais, para além de apresentar um acréscimo no bem-estar social da
população daquela região.
Nuno J. A. Costa
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
Nuno J. A. Costa
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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