Portugal é um país
rico em regiões vitivinícolas e tem fortes tradições de consumo de vinho, sendo
o setor vitivinícola um setor em desenvolvimento e a ganhar cada vez mais
importância na economia nacional. A indústria do
vinho apresenta um elevado volume de negócios e valor acrescentado e tem um
valor positivo na sua balança comercial.
O desenvolvimento
deste setor é de extrema importância quer na ocupação rural quer na criação de
emprego. A elevada produtividade e capacidade exportadora, que representa 70%
do valor produzido, torna esta indústria prioritária para a economia nacional,
representando mais de 15% das exportações do setor agroalimentar e mais de 1,5%
das exportações nacionais.
De acordo com um
estudo elaborado para a Associação das Rotas do Vinho de Portugal, com dados
disponibilizados pelo Turismo de Portugal, que contou com a colaboração de
cerca de 260 unidades de enoturismo, foi estimado um total de 2,2 milhões de
visitantes em 2016.
A criação das rotas
dos vinhos, como instrumentos de organização e divulgação do Enoturismo devem
ter como objetivo potenciar e desenvolver as economias rurais das regiões vinícolas.
O vinho verde é conhecido
mundialmente e cada vez mais é procurado pelos turistas que visitam Portugal,
tendo mesmo conseguido diminuir o favoritismo natural dos vinhos maduros. A
rota dos vinhos verdes tem como cenário a beleza única da região do Minho,
fazendo os turistas percorrer e descobrir as origens, os sabores e a história
desta região portuguesa.
A rota em questão
percorre 49 concelhos, onde é possível desfrutar de praias, montanhas, vales e
rios. A criação deste roteiro teve como ajuda um grande investimento realizado
pela Comissão de Vinicultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), onde foram
aplicados 1,6 milhões de euros através do projeto Minho IN, que foi financiado
pelo PROVERE (Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos, do
QREN).
Uma Rota turística
tem vários desafios inicias. Para além da promoção necessária, é preciso
convencer os produtores a organizarem a oferta, a receberem formação e
consultoria em vários domínios do enoturismo. A Rota do Vinhos Verdes inclui
percursos temáticos, como a Rota das Cidades e Vilas, a Rota do Mosteiros, a
Rota das Quintas e a Rota das Serras.
Existem
aproximadamente 60 aderentes á Rota dos Vinhos Verdes e todos oferecem prova e
venda de vinhos, visitas às adegas, salvo as que não têm. É também comum a
visita às vinhas e, em grau bastante menor, visitas ao Espaço Rural, que inclue
museus ou coleções temáticas.
Os clientes Russos
procuram rotas temáticas dedicadas à aguardente velha. Os clientes dos Estados
Unidos e do Norte da Europa procuram rotas temáticas dedicadas aos solares, aos
espumantes, aos vinhos verdes orgânicos ou biológicos.
Um grande
investimento, na ordem dos três milhões de euros, efetuado no âmbito do
desenvolvimento da rota dos vinhos verdes, visando aumentar a capacidade de
absorção de turistas que pretendam pernoitar nessas regiões foi feito pela
Quinta da Lixa, que é um dos grandes produtores de vinhos verdes, o Monverde
Wine Experience Hotel, do Grupo Unlock Hotels, que se apresenta como o primeiro
hotel vínico da Rota dos Vinhos Verdes.
As vindimas,
provas comentadas, o programa ‘Enólogo por um dia’, menus gastronómicos, food pairing, spa dedicado à vinoterapia, produção
de vinho próprio e possibilidade de criar recordações de viagem únicas são os
trunfos do Monverde para captar turistas. Em 2016, este hotel registou mais de
10 mil dormidas, um crescimento de 26%, enquanto o restaurante recebeu 4.500
visitantes.
A formação de “guias”
locais e enólogos ou peritos em vinhos e gastronomia é essencial para adaptar
as visitas às necessidades dos enoturistas. É prioritária a cooperação
entre os alojamentos, os restaurantes, os transportes, os intermediários, os
operadores, os fornecedores e o comércio, e a ligação deste com o sector público
(administração central, regional e local), para dessa forma criar as condições
necessárias para o aumento da afluência de turistas às rota dos vinhos,
nomeadamente à dos vinhos verdes.
Portugal tem todos
os elementos e condições essenciais para desenvolver este tipo de produto
turístico e, através de um desenvolvimento sustentável do
Enoturismo, será possível promover o território, desenvolvê-lo e
internacionalizá-lo.
Pedro Suspiro Ferreira
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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