Derivado da expressão British exit, o Brexit consiste no plano de saída do Reino Unido da União Europeia.
Esta possibilidade ainda está em negociação, no entanto, e sabendo que esta
medida poderá trazer consequências não só para o Reino Unido mas também para os
outros países membros da União Europeia, nomeadamente no setor do turismo, está
implícita a necessidade de criar medidas para combater estes efeitos.
Face a este cenário, foi
aprovado pelo Governo de Portugal um “Plano de Contingência Brexit”. Este plano foi criado com o
objetivo de evitar obstáculos e incentivar a reciprocidade, não só para com os
cidadãos portugueses que vivem e trabalham no Reino Unido como também para os
que apenas procuram o turismo. Neste plano estão incluídas medidas como, por
exemplo, a agilização de entrada de turistas britânicos pelos aeroportos de
Faro e do Funchal.
Relativamente
ao turismo, o plano de contingência prevê
dois tipos de medidas:
Medidas
de preparação nacional:
§ Elaboração
de um plano especial de promoção turística de Portugal no Reino Unido
e atração de investimento;
§ Criação
de um canal informativo de relação com o consumidor britânico;
§ Realização
de ações de informação destinadas aos britânicos para operações
de prestação de serviços;
§ Monitorização
contínua dos fluxos turísticos do Reino Unido e do seu impacto;
§ Criação
de uma área de atendimento online para
informações aos turistas britânicos.
Medidas
de contingência nacionais:
§ Articular
medidas destinadas a assegurar que os cidadãos britânicos que viajam para
Portugal mantenham as atuais condições de viagem, tais como: dispensa de
vistos para estadias até 90 dias; possibilidade de reconhecimento mútuo
das cartas de condução; utilização do serviço nacional de saúde; validade
dos contratos de seguros; condições facilitadas
de transportes para animais de companhia
§ Garantir
a manutenção dos direitos das produtoras cinematográficas do Reino Unido
em Portugal.
Além
disto, o plano inclui, ainda, medidas de apoio às empresas nos setores
económicos mais expostos ao Brexit,
designadamente o reforço dos recursos humanos nos serviços aduaneiros e a
abertura de uma linha de apoio às PME. São incluídas também medidas de apoio
aos cidadãos, entre as quais se destaca o reforço dos meios consulares ao
dispor dos portugueses residentes no Reino Unido e a garantia do respeito por
todos os direitos dos britânicos residentes em Portugal.
De
entre todas as áreas que poderão ser afetadas com o Brexit, considero que o turismo será das que sofrerá mais impactos.
Relativamente ao turismo no Reino Unido, e mantendo-se a desvalorização da
libra que se tem vindo a verificar nos últimos anos, este poderá aumentar dado
que os hotéis, restaurantes e mesmo as viagens ficariam, neste cenário, mais
baratos.
Para
Portugal, o cenário não é tão favorável. Segundo um estudo da CIP (Confederação
Empresarial de Portugal), em 2016, os turistas britânicos representaram 21% e
28% do total de hóspedes e dormidas, respetivamente. Tal percentagem talvez se
deva ao facto de estes possuírem um elevado poder de compra, contribuindo,
significativamente, para a economia nacional. Com a saída do Reino Unido da
União Europeia, é inevitável a redução das viagens de turismo dos britânicos
para Portugal.
Posto
isto, na minha opinião, a manutenção das boas relações com os turistas
britânicos, mesmo no caso de o Reino Unido abandonar a União Europeia, é
crucial dado que estes contribuem de forma significativa para o turismo
português, principalmente na região do Algarve. Este plano aprovado pelo
governo considero que seja uma forma de combater a redução do turismo britânico
e fazer com que Portugal continue a ser um dos destinos de eleição dos mesmos.
Catarina Isabel Tinoco Rocha
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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