Diante da
procura gradual por Portugal como ponto turístico de referência, pelo modo
como o turismo é vivido em todo o mundo e tendo como princípio
a tecnologia ao dispor do turista, podemos destacar que a substituição
dos suportes habituais pelo desenvolvimento de conteúdos multimédia
em aplicações móveis tornou-se um instrumento prático e cada vez
mais eficaz de difusão da informação em qualquer momento e lugar.
A
maioria dos dispositivos móveis disponíveis no mercado vêm
equipados com ecrãs a cores, câmara de vídeo, maior aptidão de
armazenamento, processadores mais rápidos e com caraterísticas de
processamento de gráficos tridimensionais. Esta situação, juntamente
com a alta taxa de penetração que este tipo de dispositivos apresenta
no mercado atual, assim como o seu elevado uso por parte da maioria
das pessoas, facultam o contexto ideal para uma aposta cada vez mais
forte no desenvolvimento de aplicações de Realidade Aumentada. Tenha-se
em conta que os dispositivos móveis são hoje em dia as plataformas primordiais
de apoio às aplicações com esta tecnologia.
Apesar da
Realidade Aumentada ser uma tecnologia pouco notória em várias áreas
de utilização, o Turismo é sem dúvida uma área onde esta tecnologia
se destaca, pela curiosidade inovadora que exalta no seu uso e pela
sua utilidade prática, oferecendo mais vida aos locais e à história de um
país, e cooperando para o enriquecimento cultural dos locais e
pontos de interesse espalhados por todo o mundo.
O Turismo,
como outras áreas de negócio, pretende assistir ao avanço
das tecnologias de informação e comunicação procurando modernizar as
suas estruturas e os seus ativos. Assim, ao longo do tempo, tem
desenvolvido novas “pontes” para uma melhor interação do turista com
os locais de visita. As capacidades e as aplicações móveis de Realidade
Aumentada dedicadas ao Turismo poderão ser desiguais, o uso da
tecnologia poderá ser aplicada em museus, galerias, ou espaços
abertos onde objetos como quadros, esculturas, artefactos e ruínas
podem ser ”aumentados” e completados em tempo real com informação, como
texto, imagens, animações tridimensionais, áudio ou vídeo.
O sistema
de armazenamento, pesquisa e receção de informação foi dos que padeceu
de uma maior renovação, acabando por elevar as expetativas no
que toca à informação digital e conteúdos importantes para
determinado contexto. Em relação ao Turismo, e até hoje, esta
informação digital é pouco usada pelos guias de viagens, sejam eles tradicionais ou
eletrónicos, ficando assim inatingível aos turistas. Alguns dos esforços
para fazer chegar esta informação aos visitantes são algo como
quiosques de informação turística que forçam o turista a sair
do sítio em que se encontra e que quer conhecer para
obter informações adicionais sobre o seu ponto de interesse.
O passo
seguinte evolutivo da informação turística passará pelo progresso de
aplicações que possibilitem receber informação e conteúdos multimédia,
sem muito esforço e de forma adaptada às necessidades e desejos do
próprio visitante. Estes sistemas serão uma mais-valia e a inclusão
de Realidade Aumentada fará parte das soluções móveis que possibilitarão
uma outra experiência para o turista, em tempo real.
Assim
a Realidade Aumentada será seguramente um ilustre complemento de
enorme potencial, aliado à experiência que proporciona e que pode
impulsionar decididamente a inovação ao nível dos guias turísticos em
Portugal e no mundo. É sem dúvida uma nova forma de comunicar com os
momentos e com os espaços que preenchem as nossas vidas.
Eduarda Gonçalves
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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