A Web Summit (originalmente, Dublin
Web Summit) é a maior conferência da Europa em tecnologias,
realizada anualmente desde 2009. A empresa foi fundada por Paddy
Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. O tema da conferência é
centrado na tecnologia da
internet e os participantes vão desde empresas da Fortune 500 até
às pequenas empresas de tecnologia. Contém uma mistura de CEOs e
fundadores de start-ups tecnológicas
em conjunto com uma série de pessoas da indústria de tecnologia global.
Nos primeiros cinco anos, o evento
foi realizado em Dublin, Irlanda. Em setembro de 2015, Paddy
Cosgrave, co-fundador e CEO da Web
Summit, anunciou que o evento seria realizado pela primeira vez em Lisboa, em
2016.
Após duas edições realizadas em
Lisboa, a Web Summit e o Governo Português anunciaram,
em Outubro de 2018, uma parceria a 10 anos, que permite manter a conferência na
capital Portuguesa até 2028.
A primeira edição, realizada em
2016, contou com cerca de 53.056 pessoas de mais de 166 países e, ainda, 67
empresas. No ano seguinte, em 2017, o número de participantes aumentou para
59.115, mais 6000 comparativamente ao ano anterior, assim como o número de
países e empresas presentes, 170 e 150, respetivamente. No ano passado, em
2018, a terceira edição da cimeira de tecnologia e inovação, contou com 69.304
participantes de 159 países e, ainda, 200 empresas.
Face a estes números elevados de
participantes, a cidade de Lisboa teria de dar uma resposta em termos de
alojamento, restauração, transportes, entre outras coisas.
Posto isto, irei abordar o impacte
deste evento na hotelaria. E logo no primeiro ano, ou seja, em 2016, a taxa de
ocupação na capital, na comparação com quatro dias de 2015 (de domingo a
quarta-feira), subiu oito pontos percentuais, de 71 para 79%. Mas, ainda assim,
a expetativa de ocupação de 85% não foi atingida. Relativamente ao preço médio
de quarto, este foi de 130 euros, mais 45 euros que no ano anterior, e a
expetativa era de pouco mais de 160 euros.
A plataforma online Airbnb, em 2017, nota que as 18 mil reservas representam um
acréscimo de 20% face a 2016, ano em que foram feitas 15 mil reservas nesta
mesma plataforma. Estas reservas tiveram um impacte de 1,5 milhões de euros,
mais 25% que em 2016. A maioria dos hóspedes que usaram esta plataforma vem de
França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Brasil. Neste mesmo
ano, a taxa de ocupação fixou-se nos 92% e o preço médio por noite em 141
euros, verificando-se um aumento de 13 pontos percentuais e 11 euros face ao
ano anterior.
Em 2018, os hotéis em Lisboa
atingiram uma taxa de ocupação de 93% e subiram o preço médio para os 172
euros. As expectativas eram os 100% de ocupação, o qual não foi possível
alcançar, contudo, comparativamente ao primeiro ano, 2016, já existe um aumento
significativo, e quem sabe talvez para o ano chegue mesmo aos 100%.
Em suma, este foi um enorme
investimento e ótimo para o turismo, e até mesmo para o crescimento económico
do nosso país, pois até 2028 milhares de pessoas de vários países irão
deslocar-se a Portugal para participar neste evento. E visto que já se
encontram em Portugal deveríamos arranjar forma de levar estes participantes a
outros pontos do nosso país.
João Pedro Peixoto Abreu
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)
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