quinta-feira, abril 11, 2019

Web Summit – impacte na hotelaria em Portugal

Web Summit (originalmente, Dublin Web Summit) é a maior conferência da Europa em tecnologias, realizada anualmente desde 2009. A empresa foi fundada por Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. O tema da conferência é centrado na tecnologia da internet e os participantes vão desde empresas da Fortune 500 até às pequenas empresas de tecnologia. Contém uma mistura de CEOs e fundadores de start-ups tecnológicas em conjunto com uma série de pessoas da indústria de tecnologia global.
Nos primeiros cinco anos, o evento foi realizado em Dublin, Irlanda. Em setembro de 2015, Paddy Cosgrave, co-fundador e CEO da Web Summit, anunciou que o evento seria realizado pela primeira vez em Lisboa, em 2016.
Após duas edições realizadas em Lisboa, a Web Summit e o Governo Português anunciaram, em Outubro de 2018, uma parceria a 10 anos, que permite manter a conferência na capital Portuguesa até 2028.
A primeira edição, realizada em 2016, contou com cerca de 53.056 pessoas de mais de 166 países e, ainda, 67 empresas. No ano seguinte, em 2017, o número de participantes aumentou para 59.115, mais 6000 comparativamente ao ano anterior, assim como o número de países e empresas presentes, 170 e 150, respetivamente. No ano passado, em 2018, a terceira edição da cimeira de tecnologia e inovação, contou com 69.304 participantes de 159 países e, ainda, 200 empresas.
Face a estes números elevados de participantes, a cidade de Lisboa teria de dar uma resposta em termos de alojamento, restauração, transportes, entre outras coisas.
Posto isto, irei abordar o impacte deste evento na hotelaria. E logo no primeiro ano, ou seja, em 2016, a taxa de ocupação na capital, na comparação com quatro dias de 2015 (de domingo a quarta-feira), subiu oito pontos percentuais, de 71 para 79%. Mas, ainda assim, a expetativa de ocupação de 85% não foi atingida. Relativamente ao preço médio de quarto, este foi de 130 euros, mais 45 euros que no ano anterior, e a expetativa era de pouco mais de 160 euros.
A plataforma online Airbnb, em 2017, nota que as 18 mil reservas representam um acréscimo de 20% face a 2016, ano em que foram feitas 15 mil reservas nesta mesma plataforma. Estas reservas tiveram um impacte de 1,5 milhões de euros, mais 25% que em 2016. A maioria dos hóspedes que usaram esta plataforma vem de França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Brasil. Neste mesmo ano, a taxa de ocupação fixou-se nos 92% e o preço médio por noite em 141 euros, verificando-se um aumento de 13 pontos percentuais e 11 euros face ao ano anterior.
Em 2018, os hotéis em Lisboa atingiram uma taxa de ocupação de 93% e subiram o preço médio para os 172 euros. As expectativas eram os 100% de ocupação, o qual não foi possível alcançar, contudo, comparativamente ao primeiro ano, 2016, já existe um aumento significativo, e quem sabe talvez para o ano chegue mesmo aos 100%.
Em suma, este foi um enorme investimento e ótimo para o turismo, e até mesmo para o crescimento económico do nosso país, pois até 2028 milhares de pessoas de vários países irão deslocar-se a Portugal para participar neste evento. E visto que já se encontram em Portugal deveríamos arranjar forma de levar estes participantes a outros pontos do nosso país.

João Pedro Peixoto Abreu

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

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