O aumento constante das cargas fiscais sobre as entidades patronais e o aumento constante do IVA, levam milhares de PME a repensar a sua permanência no mercado.
Os mais radicais continuam a afirmar que as crises servem para eliminar as empresas que não estão devidamente implementadas no mercado e que não se conseguiram modernizar a tempo. Contudo, são as PME que têm sofrido na pele todas as atitudes irresponsáveis tomadas pelos nossos Chefes de Estado.
Em Portugal, mais de 80% do tecido empresarial é PME.
Pode-se entender a realidade do flagelo vivido pelas entidades patronais deste tipo de empresas olhando para o caso de Valença do Minho.
Valença, cidade do Distrito de Viana do Castelo, situada junto ao Rio Minho, fazendo fronteira com Tuy, Cidade do Norte de Espanha, dedica-se maioritariamente ao Comércio Tradicional.
Nesta cidade do Norte de Portugal, existe dentro da sua Fortaleza o maior “Centro Comercial ao ar livre” da Europa, com mais de 180 espaços comerciais, concorrentes entre si, nos mais variados ramos da atividade económica.
Mesmo com 10 mil visitas diárias, em média, este “Centro Comercial” já viveu épocas de maior prosperidade. Pode-se, até, afirmar que o Turismo existente nesta Cidade está em sérios riscos, isto, se a carga fiscal do nosso país e dos outros países mais próximos, caso de Espanha, for aumentando.
Se acredito que o Comércio Tradicional pode um dia acabar?
Na minha opinião, eu acredito piamente que isso não irá acontecer, até porque faz parte da nossa cultura a continuidade das Mercearias, dos Talhos, das lojas no Centro da Cidade. Todos nós gostamos de parar nesses espaços comerciais, até porque acreditamos que vamos sair de lá mais satisfeitos e com produtos de melhor qualidade. Acredito nesta continuidade, até porque a proximidade existente entre entidades patronais, empregados e clientes nos faz por vezes sentir em “casa”.
Assim, afirmo que apesar dos tempos de crise que agora todos atravessamos, um dia estas empresas vão voltar ao seu auge e recuperar todos os clientes que as grandes superfícies lhes foram “roubando” ao longo dos últimos tempos, exclusivamente devido às conhecidas “marcas brancas”.
[artigo de opinião produzido no Âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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