De acordo com a Organização Mundial do Turismo, segundo dados de 2006, Portugal é um dos 20 maiores destinos do mundo. Nesse ano, quase 12 milhões (valor superior à população residente no país) de turistas visitaram Portugal. O turismo é desta forma considerado um dos mais importantes sectores da economia portuguesa, representando cerca de 8% do PIB e absorvendo perto de 10% do emprego.
Portugal é amplamente reconhecido na Europa pelo sol, praias, gastronomia, herança cultural e patrimonial. A procura turística em Portugal continental concentra-se em duas regiões determinantes – Algarve e Lisboa. O Algarve, no sul de Portugal, é por excelência o ponto turístico de muitos europeus. O clima e a temperatura da água são os principais factores que contribuem para o grande crescimento do turismo nesta região (predominância do turismo balnear). Por outro lado, Lisboa, a capital portuguesa, atrai também muitos turistas, quer pela sua História, quer pelos seus monumentos (exemplos: o Aqueduto das Águas Livres, a Sé Catedral, a Baixa Pombalina, a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos), quer pela sua contemporaneidade. Fora deste território, destaca-se, ainda, a ilha da Madeira que deposita no turismo o principal suporte da sua economia, graças a uma imagem de qualidade já consolidada, ao clima ameno ao longo do ano e à excelência da sua qualidade paisagística, onde importa destacar os valores naturais.
Face ao que foi referido anteriormente, é pertinente dar algum destaque aos chamados recursos gratuitos, cujos valores e características não possuem preço e não são contemplados pelos valores de mercado. São considerados recursos gratuitos, por exemplo, os elementos geográficos, outros factores naturais e os bens públicos: as praias, florestas, rios, parques, monumentos culturais, o folclore, as estradas e outros elementos de infra-estrutura, tais como hospitais, museus, escolas etc. Existe, contudo, um custo na oferta desses bens, inclusive na manutenção das suas condições e conservação, para que possam permanecer como atracções turísticas e meios de acesso a elas.
O factor que diferencia uma região turística de outra, sob o ângulo de recursos gratuitos, é a forma como se associam os recursos naturais e os recursos estruturais. A simples existência de praias, montanhas, parques, florestas e rios não dá a esses lugares possibilidade de atraírem visitantes, se a eles não existirem meios de acesso. Aqui, entram as variáveis eminentemente económicas, que devem ser consideradas nas políticas regionais de desenvolvimento e intensificação do sector turístico, nomeadamente, a disponibilidade de recursos para aplicação na construção e ampliação de meios de hospedagem (hotéis, pousadas, parques de campismo), de restaurantes e de estabelecimentos de diversões culturais e populares (museus, parques temáticos, casas de música etc.); a integração das actividades turísticas com os outros sectores da economia regional; e, a disposição de investir recursos na formação de mão-de-obra especializada, para os vários sectores do turismo receptivo.
Pode concluir-se, que Portugal possui recursos e potencialidades turísticas extraordinárias sobre as quais se tem vindo a desenvolver uma actividade relevante e com peso crescente na economia do país e que pode permitir, segundo o Orçamento de Estado para 2006, desenvolver o “cluster” Turismo-Lazer como um sector estratégico prioritário para o país. A estratégia de promoção e desenvolvimento deste “cluster” deve atender às múltiplas dimensões do sector, nomeadamente o potencial para aumento das receitas externas, para a cobertura do défice da nossa balança comercial, para o combate ao desemprego, para a valorização do património natural e cultural do país, bem como para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses e para a atenuação das assimetrias regionais. O futuro do sector passa por uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, económica e social, no quadro de um novo modelo de desenvolvimento do turismo que privilegie a qualidade, seja em termos de ambiente do destino turístico, seja no que se refere aos empreendimentos e serviços turísticos.
O Turismo revela ser uma boa aposta de futuro, pois a evolução significativa das receitas e o elevado número de turistas, torna-o um dos maiores sectores estratégicos da economia portuguesa, desempenhando um papel vital para o desenvolvimento do país.
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/Minho]
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