A Fundação Biblioteca Nacional é
considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo,
sendo também a maior biblioteca da América Latina. Seu acervo, composto por
importantes itens pertencentes à família Real até serem comprados pelo Brasil
em 1825, é hoje um dos mais importantes locais de visitação de turistas no Rio
de Janeiro.
A chegada do acervo ao Brasil se
deu com a partida da família Real de Portugal, à pressa, em 29 de novembro de
1807. Alguns volumes da Biblioteca Real seguiram juntamente com a família a
viagem pelo oceano Atlântico, mas como nem toda a partida é perfeita, ainda
mais sendo de última hora e considerada uma fuga, não seria difícil imaginar o
resultado depois de tanta correria: dois lotes acabaram ficando para trás no
porto, sendo enviados para o Brasil somente 4 anos depois, em 1811.
Em
1821, a Família Real retornou para Portugal levando de volta os manuscritos da
Coroa, permanecendo no Rio de Janeiro, os mapas, livros, estampas, moedas e
medalhas. No ano seguinte ao retorno da Família Real a Portugal, em 1822, a
Biblioteca Real passou a ser chamada de Biblioteca Imperial e Pública,
recebendo somente em 1876 o nome de Biblioteca Nacional.
Durante
a permanência da Família Real no Brasil, o acervo foi acomodado em alguns
endereços na Cidade do Rio de Janeiro, mas com o passar dos anos o mesmo foi
aumentando seu volume através de doações e novas aquisições, tornando
necessária a construção de um espaço próprio para guardar todo o volume da
Biblioteca Nacional. Foi então inaugurado, em 1910, o atual prédio situado à
Avenida Rio Branco, no centro da cidade. O edifício foi planejado para que se
mantivesse atual por várias décadas e foi, juntamente com outros importantes
edifícios da Avenida, como por exemplo o Teatro Municipal, tombado como conjunto
arquitetónico em 1973 pelo Instituto do Património Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN).
A Fundação
Biblioteca Nacional é hoje um património importante não só para os cariocas,
mas para todo o povo brasileiro, pois não só retrata a chegada da Família Real
ao Brasil, com aberturas de portas para o país, como também permite ampliar o
campo de pesquisa para os leitores e intelectuais. Importa, também, não esquecer
o benefício para os turistas de todo o mundo que, dessa forma, têm acesso à
pesquisa de tão valioso acervo e visitas guiadas pelo interior do edifício, para
além da beleza externa que o edifício oferece para quem passa pela Avenida Rio
Branco.
Patricia de Almeida Machado
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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