A cidade que encantou o imaginário
popular após a sua descoberta no fim do século XVII, com a fama de “El Dourado
brasileira”, configura-se no presente como um dos mais importantes cartões-postais
do Brasil. É símbolo do Brasil colonial, em especial, um retrato do período
conhecido como o ciclo do ouro, que vigorou durante todo o século XVIII.
O ouro encontrado era encoberto por uma
camada escura de óxido de ferro, mineral presente em abundância na região. Derivado
desta caraterística, em particular, temos o atual nome do município: Ouro
Preto.
Durante o período colonial, a atual Ouro
Preto, era batizada como Vila Rica, representando a economia pulsante da época.
Tal vigor económico resultou na ascensão de uma rica aristocracia regional, classe
esta que enviava os seus filhos para obter estudo e educação formal na
metrópole, Portugal, e então os mesmos retornavam à Vila Rica. Esta elite local,
em conjunto com os imigrantes portugueses na região, deram origem aos
movimentos culturais que trouxeram impacto na arquitetura, na literatura e em todas
as esferas da nova sociedade que surgira em torno da exploração do ouro. Este
fenómeno cultural ficou conhecido como uma forma de expressão artística única:
o Barroco Mineiro.
Esta herança de peso atribuiu a Ouro
Preto o título de Património Mundial da UNESCO, em setembro de 1980, e como
ferramenta para garantir a preservação deste rico património a cidade possui
diversos tombamentos, e passa, também, por constantes intervenções e
revitalizações. Ouro Preto, além disto, faz parte do circuito turístico
denominado “Estrada Real”, constituído pelas cidades que contam a história da rota
do ouro no Brasil colónia, que posteriormente seria enviado para Portugal.
Embora Ouro Preto possua todos os
requisitos e já se configure como um destino de Turismo Cultural, a nova meta é
também se tornar destino de um Turismo criativo que crie um elo entre a
comunidade local e os turistas, de forma a promover intercâmbio cultural e
desenvolvimento regional. De acordo com Machado e Alves (2013), os moradores
locais aprovam o turismo e enxergam no mesmo uma possibilidade de rendimentos
financeiros, entretanto, reconhecem que lhes falta investimento em capacitação
para ofertar uma melhor experiência turística e, adicionalmente, ainda há
dificuldade em estabelecer comunicação com os turistas.
Além da sua história, a cidade
atualmente também possui em seu portfolio
turístico, a gastronomia local, o artesanato, as festas tradicionais, os
concertos de música, os eventos universitários e o famoso Festival de Inverno. O
município também busca explorar a riqueza de seus distritos, que têm a oferecer
o ecoturismo e o turismo rural.
Ao que se indica, cabe à esfera pública
e aos agentes locais gerenciarem a marca “Ouro Preto” com eficiência, agregando
maior competitividade turística ao local, promovendo desenvolvimento económico
de forma sustentável, extraindo o “ouro” presente na atualidade: o turismo.
Caio
Martins
Referências bibliográficas
Machado, S., & Alves, K. (2013). O
turismo em Ouro Preto - Minas Gerais, Brasil - na perspectiva dos moradores. Turismo
e Sociedade, 6(3).
Vieira, L. (2016). Ouro Preto e o século
XIX: o mito da decadência. Revista CPC, 0(22), 145-189.
Diniz, A., & Versiani, L. B. (2006).
A demanda doméstica e internacional do produto turístico Ouro Preto e seus
limites temporais e espaciais. Turismo: Visão e Ação, 8(1), 91-104.
Rezende, E. Barroco mineiro: nação
civilizada, patrimônio protegido. (2011). Monografia
(Especialização em Cultura e Arte Barroca) - Instituto de Filosofia, Artes
e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Cidade Histórica de Ouro Preto. Extraído de: [http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/list-of-world-heritage-in-brazil/historic-town-of-ouro-preto/]
Ouro Preto Minas Gerais
– MG. Extraído de: [http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/minasgerais/ouropreto.pdf]
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
– MG. Extraído de: [http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/minasgerais/ouropreto.pdf]
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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