O projeto da Rota do
Românico insere-se num vasto conceito de património cultural e constitui um
itinerário que leva os seus visitantes a descobrir o património das terras do Vale
de Sousa, do Douro e do Tâmega. Esse itinerário leva os visitantes a conhecer
mosteiros, capelas, castelos, pontes, torres que foram construídas entre o século
XII e XIV e que caraterizam a paisagem da região. A Rota do românico é um
protejo que visa contribuir para o desenvolvimento do Tâmega e do Sousa cujo
seu objetivo é promover o território através da valorização do património.
O projeto teve o seu início
em 1998, com a seleção de 21 monumentos na zona do Vale de Sousa, e em 2003
deu-se a concretização do projeto com ações de restauro, de conservação e de
valorização dos monumentos. Para além dos monumentos, o património imaterial
também foi inserido na rota. O projeto foi apresentado ao público em 2008, já
com várias estratégias de marketing, como guia turístico, brochuras, um website, vídeos promocionais e outros.
Em 2009, a Rota do Românico torna-se membro da TRANSROMANICA, a maior rede
europeia de destinos românicos, sedeada na Alemanha, e em 2010 a rota já ligava
58 elementos patrimoniais românicos. Desde a sua criação, a Rota do Românico já
ganhou vários prémios turísticos e assume-se como uma presença constante em várias
feiras de turismo, tanto nacionais como internacionais. Com toda esta dinâmica,
a rota tem ajudado a criar atividades económicas e postos de emprego nas
regiões que se inserem na rota, dando destaque a hotéis, restaurantes e até empresas
de animação turística.
Foi realizado por António
Duarte de Sousa Araújo Pinheiro, autor da dissertação de mestrado em Património
e Turismo Cultural “O perfil do turista
no destino da rota do românico”, em 2012, um inquérito para traçar um
perfil sobre os turistas da Rota do Românico. Foram realizados 91 inquéritos
com base no estado civil, sexo, idade, país de origem, localidade, habilitações
literárias, situação profissional, rendimento familiar, despesa média por dia e
por pessoa, com quem viajou, número de vezes que visitou destinos culturais nos
últimos 3 anos, fatores que influenciaram a decisão, motivo da viagem,
transporte utilizado para chegar ao destino, meios de organização da viagem,
visitas anteriores e modalidade de alojamento. Verificou-se que cerca 52,7% dos
turistas são casados e que turistas solteiros detêm uma percentagem de 27,5%.
Em questões de gênero, verificou-se uma maior afluência de turistas do sexo feminino,
ocupando cerca de 60,4% dos turistas, enquanto que relativamente ao sexo
masculino verificou-se um valor aproximado aos 38,5%.
Em relação à idade, registou-se
um maior número nas faixas etárias compreendidas entre os 25/34 anos (24,2%) e
55/64 anos (23,1%). Os inquéritos foram respondidos por turistas de 10 países,
sendo que os que apresentaram mais participantes foram: Portugal (72,5%), Espanha
(6,6%) e França (4,4%).
Nas habilitações
académicas, vimos que há mais pessoas com ensino superior, ou seja, turistas
que detêm o grau de licenciado correspondem a 32,97%, enquanto que
relativamente ao ensino secundário o valor ronda os 19,78% e bacharelato os 14,29%. Ao todo, a soma de turistas com
um grau de ensino superior, bacharelato, licenciatura, mestrado e doutoramento
faz um total de 61,54%, o que significa que mais de metade dos inquiridos tem
curso superior.
Quanto à ocupação profissional,
45,1%, dos questionados trabalha por conta de outrem, enquanto 36,3% são
trabalhadores por contra própria, sendo 11% reformados.
Verificou-se que 36,26%
viajou com a família e 20,88% com o companheiro(a), e apenas 7,69% viajaram
sozinhos. De acordo com os inquéritos os turistas, nos últimos 3 anos, 20,9%
visitaram 2 vezes destinos culturais, 11% visitaram 3 e, ainda, 70% viajaram
para esse tipo de sítios 5 ou menos vezes. Apenas 5,5% não visitaram algum
destino cultural. Nos fatores que influenciaram a tomada de decisão de visita à
região destaca-se a internet.
A grande maioria
alojou-se em Hotéis, 59,34%, e 12,09% preferiu Turismo de Habitação. Outras
modalidades de alojamento utilizadas foram aldeamentos, residência e casa de
familiares.
Após a análise dos critérios,
conclui-se que mais de metade dos turistas vieram em uma viagem de lazer e os motivos
para visitar a região foram: a possibilidade de conhecer a gastronomia da
região, conhecer a história e visitar locais de interesse histórico-cultural e,
por último, pela simpatia das pessoas.
Isa
Micaela Guimarães da Silva
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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