Situada no norte do país, Guimarães é uma das cidades mais
importantes a nível histórico, tendo sido classificada pela UNESCO, em 2001,
como Património Cultural da Humanidade. Para além disso, qual a razão para que
esta pequena cidade seja um destino predileto para milhares de turistas? Quem anda
pelas ruas da cidade berço facilmente consegue constatar que esta beneficia de
recursos únicos e de uma basta riqueza histórica e patrimonial, levando a que
os motivos que levam a que os turistas escolham esta cidade, quer para passar
férias ou para reuniões de negócio, sejam muitos e de várias naturezas.
Mas engane-se quem pensa que esta cidade se resume ao centro
histórico. De facto, um dos locais mais atrativos nesta cidade passa pelo
mesmo, mas a hotelaria concentrada na cidade e estendendo-se pelas moradas do
Berço da Nação, a diversidade na restauração, os espaços culturais, como o S.
Mamede ou o Centro Cultural Vila Flor, os parques desportivos – Multiusos
(visto também como recurso para o turismo de negócios) e Parque da Cidade –, os
museus da cidade (Museu Alberto Sampaio, Museu de S. Torcato, Museu
Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento), as suas festas e romarias, como as
Gualterianas e as Nicolinas, levam a que muitos turistas se desloquem à cidade
em diferentes épocas do ano. Os atrativos do município são muitos e levam-nos
desde o monte da Penha até à Citânia de Briteiros.
Como o maior impulsionador para que esta cidade nunca mais fosse a
mesma, podem ser apontados 2012, ano em que Guimarães ostentou o título de
Capital Europeia da Cultura, e, o ano seguinte, em que organizou a Capital
Europeia do Desporto. Com estas consagrações, abriram-se 150 novos espaços,
levando a uma restauração e rejuvenescimento da cidade. É de notar que Guimarães
é uma das 13 cidades finalistas para o título de Capital Verde Europeia 2020.
Segundo dados provenientes do INE, o número de estabelecimentos
hoteleiros aumentou de 12 em 2001 para 33 em 2015, não estando incluídos os hostels. A par deste aumento e com a
mesma tendência durante os anos em análise, as receitas associadas aos mesmos
estabelecimentos registaram, no último ano referido, um total de 11.829
milhares de euros. No que respeita à origem dos que pernoitam nestes
estabelecimentos, regista-se um aumento entre 2001 e 2015 quer dos turistas
estrangeiros quer dos turistas portugueses. Note-se que, em 2001, os
estabelecimentos hoteleiros receberam cerca de 51.000 hóspedes, sendo 25.400
portugueses e 25.600 estrangeiros, e, em 2015, quase 138.000, registando-se o
maior aumento nos turistas internos, com 71.130 hóspedes, e nos turistas estrangeiros,
com 58.275 hospedes.
Se nos focarmos no centro histórico, mais propriamente no Paço dos
Duques de Bragança e no Castelo de Guimarães, segundo o Guimarães Digital, o
ano de 2017 vai ficar marcado como o ano em que registaram o maior número de
visitantes. Desde turistas a excursionistas, o Paço dos Duques teve um aumento
de 14% de 2016 para 2017, passando a ser o ano em que este monumento teve uma
maior afluência de público. Já no que respeita ao Castelo de Guimarães, este
recebeu cerca de 320.753 visitantes, sendo que mais de 60% foram turistas não
residentes.
É importante realçar que esta cidade, inicialmente designada como
Vimaranes, foi sugerida como um dos 41 locais obrigatórios para visitar pelo
diário americano “New York Times”, esteve em 6º lugar na lista dos 10 melhores
destinos definidos pela Lonely Planet,
foi o 4º destino mais visitado na lista dos locais classificados como
Património da Humanidade e, ainda, esteve entre os cinco melhores lugares
europeus para visitar, escolhidos pelo guia britânico Rough Guides.
Para além de todos estes aspetos, é importante que Guimarães
continue a apostar num turismo sustentável tendo em conta a fragilidade e a
irrecuperabilidade dos seus recursos turísticos, podendo aliar-se às cidades
vizinhas de forma a promover-se.
Carina Daniela Pinto Ribeiro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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