A
cultura pop é capaz de mover
multidões, dos mais pequenos fascinados por musicais da Disney aos mais velhos que são atraídos pelos festivais de música
que animam o verão. E, pela dimensão do fenómeno, assente no entusiasmo de fãs
e espírito sociável, estes festivais constituem já um fator importante de
crescimento do turismo em Portugal.
Em
2015, o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo, declarou ao Expresso que a instituição pretendia
apoiar os festivais de verão, replicando uma solução já incrementada no golfe.
A ideia seria constituir uma plataforma digital, na qual estrangeiros podem
inscrever-se, e promovendo a oferta de experiências de modo a valorizar o nosso
país. Aqui, observa-se uma aposta clara nas novas técnicas de marketing, com o
intuito de mostrar Portugal como grande promotor destes eventos, já com impacto
no aumento turistas festivaleiros vindos do estrangeiro. E, embora a atração
principal sejam os artistas, não se descura a imagem de bem receber que
Portugal tem construído como marca distintiva. Em entrevista ao Ambitur, reitera a importância de nos
posicionarmos “como o maior destino de festivais
da Europa”, por estes garantirem uma forte exposição mediática ao longo do ano.
A
mesma organização, agora liderada por Luís Araújo, insiste na preponderância
dos festivais de verão como “veículos turísticos”. No fórum internacional Talkfest (2017), o responsável afirmou
que no ano anterior se atraíram 60 mil turistas estrangeiros, referindo ainda
que “há terreno a ganhar” pois Portugal tem “bom
clima, baixos custos, boas condições de alojamento e alimentação, há vantagens
competitivas”. Nesse ano, seguindo esta visão, o Turismo de Portugal apoiou
eventos consagrados da área, como o Nos
Alive e o Meo Sudoeste, sendo os
turistas provenientes sobretudo de Espanha e do Reino Unido. Em termos de
investimento realizado, de acordo com Jornal de Negócios, a entidade demonstra
um claro interesse em promover os festivais no exterior, tendo disponibilizado cerca
de meio milhão de euros em 2016, e iniciado uma estratégia global para difundir
Portugal além-fronteiras. Assim, os festivais de música são já um cartão-de-visita,
sendo referenciados em sítios na internet como o “visit Portugal”.
Do rock ao hip hop, do folk à música eletrónica, os espetáculos de música correspondem às
expetativas de quem vem de fora, tendo impacto positivo noutros negócios, como
a hotelaria e a restauração. Elencando alguns dos festivais mais esperados, tem-se
inevitavelmente o Nos Alive, que em
2016 foi considerado pela CNN um dos 10 melhores festivais do mundo. De entre
as 55 mil pessoas esperadas em 2017, 21 mil eram turistas estrangeiros, público
atraído por aquele que é um dos melhores cartazes. O Rock In Rio aparece de dois em dois anos e é claramente aquele que
apresenta uma maior variedade de artistas, conseguindo captar pessoas com
diferentes preferências. Abrindo caminho ao rock
e hip hop, em julho surge o Super Bock Super Rock, no Parque das
Nações, em Lisboa, no qual, para além da música, pode disfrutar-se de uma
paisagem incrível junto do Rio Tejo. Saindo da capital, o Marés Vivas e o Nos Primavera Sound, no Porto, são boas
alternativas, destacando-se ainda a norte o Vodafone Paredes de Coura e o EDP Vilar de Mouros (o mais antigo),
e o Meo Sudoeste, na Zambujeira do Mar, opções para aqueles que querem
conciliar a música com o prazer da natureza (rio/mar).
São muitos e bons os
festivais que o nosso país oferece, mérito inquestionável das empresas promotoras
de eventos, que acrescentam ao vigoroso poder da música estratégias de
marketing infalíveis. Seguindo este caminho, existem já em vários festivais
outras diversões, além de concertos, complemento essencial para a diferenciação
que conquista mais e novos públicos-turistas. Uma boa organização e divulgação são
imprescindíveis para o sucesso, porque nada se consegue sem esforço e fazer
crescer o turismo é fazer crescer Portugal!
Inês Magalhães Castro Silva
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
Inês Magalhães Castro Silva
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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