Com apenas 801 km^2, o
Arquipélago da Madeira é composto por sete ilhas, mas apenas duas delas são
habitadas e suscetíveis de visitas. No entanto, a ilha da Madeira é uma das
maiores da Macaronésia, recebendo turistas de todas as idades durante todo o
ano e de diversas partes do mundo. Mas nem sempre foi assim. Inicialmente, esta
ilha era vista como um destino antiquado, tendo-se vindo a rejuvenescer.
Eleita pela UNESCO, em 1999, como Património da Humanidade e tendo
uma Reserva Mundial de Biosfera desde 2011 e uma Área Protegida Europeia desde
1995, a pérola do oceano esconde uma luxuriante vegetação. Entre as 7
Maravilhas de Portugal, em 2010, a ilha da Madeira recebeu um galardão de “Floresta e Matas”, e a ilha de Porto Santo
recebeu, em 2012, um galardão de “Praias
e Dunas”. Contudo, este destino não
se destaca apenas pela sua biodiversidade e já foi distinguido com prémios de diferentes
áreas ao longo dos anos. Na passagem de ano para 2007, foi-lhe atribuído um
recorde mundial de “Maior espetáculo
Pirotécnico do Mundo”. Se nos focarmos no Funchal, este já foi reconhecido
entre as melhores cidades europeias, segundo o Tripadvisor, e ainda entre as
cidades europeias que mais se destacam na promoção da mobilidade sustentável.
Mas não é só. Em 2015, a Madeira foi galardoado a 6ª melhor ilha do mundo para
passar férias e, desde então, foi eleita o “Melhor
destino Insular do Mundo”.
A autenticidade e simpatia das pessoas, a segurança, a preservação
da ilha e dos seus serviços, bem como a cultura, estão no topo dos principais
fatores responsáveis por levar os turistas a optar por este destino.
Quem visita esta ilha, sinónimo de requinte e sofisticação, pode
verificar que a oferta é muita e variada. Com uma lista interminável de trilhos
para caminhar, este destino proporciona vistas únicas, capazes de suster a
respiração dos mais aventureiros. Desde montanhas, como por exemplo, Pico do
Areeiro e Pico Ruivo, até às praias (praia formosa e praia de Porto Santo),
existem elementos suficientes para servirem os gostos mais díspares, dado que dispõe
de museus (museu CR7, museu de Arte Sacra do Funchal, Museu da Baleia da
Madeira, Museu da eletricidade, …), jardins (Jardim Botânico da Madeira, Parque
de Santa Catarina, Palheiro Gardens,
…), quedas de água (Paul da Serra, Cascata das Vinte e Cinco Fontes), igrejas,
mercado dos lavradores, entre muitos outros pontos de interesse.
Um outro motivo que veio influenciar o crescimento dos turistas na
Madeira vem do turismo de cruzeiros, onde, no final de 2017, quase 300
cruzeiros atracaram no porto de Funchal, movimentando cerca de 540 mil
passageiros.
Estes motivos são mais do que suficientes para explicar o sucesso
desta ilha que, ano após ano, bate o seu recorde, chamando a atenção dos mais
curiosos. Note-se que, segundo dados do INE, entre 2013 e 2015, abriram quase
400 estabelecimentos hoteleiros, com um proveito total de 330.901 milhares de
euros no último ano. Em 2017, a ilha dos amores recebeu 1.4 milhões de turistas,
sendo a maior parte deles de origem alemã e inglesa, que permanecem cerca de 6
noites para descobrir os encantos que a ilha lhes reserva. No total, os hotéis
registaram 7.5 milhões de dormidas, faturando 407.3 milhões de euros.
Apesar de tudo isto, é importante realçar que esta pequena ilha
deverá diversificar os seus mercados tradicionais de forma a ter um destino
alternativo face a qualquer quebra dos mesmos, mas sempre com cautela e
apostando na qualidade em detrimento da quantidade.
Carina Daniela Pinto
Ribeiro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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