terça-feira, março 13, 2018

Um caso notável de crescimento

          Com apenas 801 km^2, o Arquipélago da Madeira é composto por sete ilhas, mas apenas duas delas são habitadas e suscetíveis de visitas. No entanto, a ilha da Madeira é uma das maiores da Macaronésia, recebendo turistas de todas as idades durante todo o ano e de diversas partes do mundo. Mas nem sempre foi assim. Inicialmente, esta ilha era vista como um destino antiquado, tendo-se vindo a rejuvenescer.
Eleita pela UNESCO, em 1999, como Património da Humanidade e tendo uma Reserva Mundial de Biosfera desde 2011 e uma Área Protegida Europeia desde 1995, a pérola do oceano esconde uma luxuriante vegetação. Entre as 7 Maravilhas de Portugal, em 2010, a ilha da Madeira recebeu um galardão de “Floresta e Matas”, e a ilha de Porto Santo recebeu, em 2012, um galardão de “Praias e Dunas”.  Contudo, este destino não se destaca apenas pela sua biodiversidade e já foi distinguido com prémios de diferentes áreas ao longo dos anos. Na passagem de ano para 2007, foi-lhe atribuído um recorde mundial de “Maior espetáculo Pirotécnico do Mundo”. Se nos focarmos no Funchal, este já foi reconhecido entre as melhores cidades europeias, segundo o Tripadvisor, e ainda entre as cidades europeias que mais se destacam na promoção da mobilidade sustentável. Mas não é só. Em 2015, a Madeira foi galardoado a 6ª melhor ilha do mundo para passar férias e, desde então, foi eleita o “Melhor destino Insular do Mundo”.
A autenticidade e simpatia das pessoas, a segurança, a preservação da ilha e dos seus serviços, bem como a cultura, estão no topo dos principais fatores responsáveis por levar os turistas a optar por este destino.
Quem visita esta ilha, sinónimo de requinte e sofisticação, pode verificar que a oferta é muita e variada. Com uma lista interminável de trilhos para caminhar, este destino proporciona vistas únicas, capazes de suster a respiração dos mais aventureiros. Desde montanhas, como por exemplo, Pico do Areeiro e Pico Ruivo, até às praias (praia formosa e praia de Porto Santo), existem elementos suficientes para servirem os gostos mais díspares, dado que dispõe de museus (museu CR7, museu de Arte Sacra do Funchal, Museu da Baleia da Madeira, Museu da eletricidade, …), jardins (Jardim Botânico da Madeira, Parque de Santa Catarina, Palheiro Gardens, …), quedas de água (Paul da Serra, Cascata das Vinte e Cinco Fontes), igrejas, mercado dos lavradores, entre muitos outros pontos de interesse.
Um outro motivo que veio influenciar o crescimento dos turistas na Madeira vem do turismo de cruzeiros, onde, no final de 2017, quase 300 cruzeiros atracaram no porto de Funchal, movimentando cerca de 540 mil passageiros.
Estes motivos são mais do que suficientes para explicar o sucesso desta ilha que, ano após ano, bate o seu recorde, chamando a atenção dos mais curiosos. Note-se que, segundo dados do INE, entre 2013 e 2015, abriram quase 400 estabelecimentos hoteleiros, com um proveito total de 330.901 milhares de euros no último ano. Em 2017, a ilha dos amores recebeu 1.4 milhões de turistas, sendo a maior parte deles de origem alemã e inglesa, que permanecem cerca de 6 noites para descobrir os encantos que a ilha lhes reserva. No total, os hotéis registaram 7.5 milhões de dormidas, faturando 407.3 milhões de euros.
Apesar de tudo isto, é importante realçar que esta pequena ilha deverá diversificar os seus mercados tradicionais de forma a ter um destino alternativo face a qualquer quebra dos mesmos, mas sempre com cautela e apostando na qualidade em detrimento da quantidade.

Carina Daniela Pinto Ribeiro


(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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