Portugal,
apesar de ter uma dimensão pequena, ainda apresenta várias desigualdades
acentuados ao longo do território. Estas disparidades são refletidas tanto a nível
económico, como a nível social e de meios de transportes. Muitas vezes pensamos
que as disparidades só existem no interior. Mas acontecem disparidades entre
Braga e o Município de Amares. Muitas das vezes, para as áreas mais rurais só
existem meios de transporte de hora em hora nos períodos escolares. Quando as
crianças se encontram de férias o tempo de espera já é mais longo.
Embora o Município de Amares fique
afastado mais ou menos 30 Km de Braga, considerando a última freguesia que é
Bouro Santa-Maria, as áreas são predominantemente rurais e a população mais
envelhecida encontra-se depois da Vila de Amares. Esta população mantém níveis
de analfabetismo muito elevados e não tem acesso ao serviço médico nem uma vez
por semana nas suas freguesias. A farmácia mais perto é em Amares. O centro de
saúde de Amares não consegue acolher todos os utentes, principalmente durante o
inverno, mandando-os assim para o hospital central. Muitas das vezes, estes
mesmos idosos não têm meios de transportes diretos ao hospital e optam para ir
outra vez para casa doentes.
Os motivos que levaram a maior parte
dos jovens a sair destas aldeias, muitas das vezes, é por estas ficarem longe
dos bens essenciais. As crianças também têm que se deslocar para Centro Escolar
de Amares. Muitas das vezes, estes jovens emigram para outros países à procura
de uma vida melhor ou, alternativamente, mudam-se para Braga.
No Município de Amares também não se
encontram muitas ofertas de emprego. Devido à crise, muitas empresas fecharam.
Uma das maiores empregadoras de construção civil, os Eusébios, em Amares, foi a
falência com a crise.
Para não ter uma discrepância tão
grande entre o Município de Amares e o de Braga seria necessário criar meios de
transportes que levassem a população mais envelhecida às consultas nos
hospitais, diretamente, dar incentivos às empresas para se localizar neste
Município e dar prioridade aos residentes do município nas ofertas de trabalho
quando estas se encontrassem no próprio município.
Amares também poderia viver muito do
seu turismo, já que apresenta patrimónios histórico, cultural e paisagístico
muito valiosos. Temos uma Aldeia de Portugal, chamada Urjal, onde temos muitos
moinhos e azenhas. Temos também vários produtos típicos de Amares em termos
gastronómicos e vinhateiros aos quais poderíamos fazer várias visitas guiadas
durante todo o ano. Poderíamos dar mais vitalidade à população envelhecida usando
o know-how desta população para
ensinar os mais jovens a valorizar a cultura de Amares.
Amares, se fosse bem planeado em termos
turísticos, gastronomia, festividades, poderia fixar mais jovens e trazer
outras pessoas para se fixarem. Para tanto, importaria não fazer isto de
período sazonal, mas ao longo de todo o ano. Importaria dar uma maior
vitalidade a este município e dar melhores condições de vida aos nossos idosos,
os quais se encontram afastados de quase tudo.
Maria da Conceição Veloso Cerdeira
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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