O mercado de
turismo procura cada vez mais a descoberta de novos horizontes em um universo
em que os clientes são cada vez mais exigentes, informados, aventureiros e
sempre preocupados com a recompensa do seu investimento financeiro. Hoje, o
turismo é uma indústria de tendências para experiências mais genuínas e
autênticas. A UNESCO considera atualmente este turismo como uma forma de nova
geração para a realização do turista/consumidor, aonde têm que se adequar os
comportamentos, as administrações dos destinos, o consumo e a gestão fora dos
paradigmas tradicionais (do turismo). O turismo criativo nos traz uma visão de
vida melhor e embeleza a riqueza das nossas explorações.
Portugal
mostra muitos santuários como a dos violinos em Espinho, a alguns quilômetros
do Porto, um fantástico trabalho da família Capela, iniciado em uma oficina
familiar, especializada na construção e reparação de instrumentos de cordas. É
uma trajetória de reconhecimento internacional e dá origem à formação do
Quarteto Capela de Lisboa como homenagem.
É por lá que
se mostra a sabedoria como se faz um violino, com o conhecimento de escolas de
construção, como a França e a Itália. É uma visita que não se pode perder.
A rota da
Filigrana, criada em Gondomar, a 8 Km do centro do Porto, mostra um território
conhecido pela ourivesaria, história estruturada pela relação
Homem-oficina-ouro. A trajetória do
artesão começa cedo, por volta dos seus sete anos de idade, onde se aprende a
mexer nos primeiros fios de Filigrana, arte tão típica de Portugal. É um
verdadeiro domínio de transformar fios tão finos e pequenos em belíssimas peças.
E a valorização do trabalho das mulheres, as enchedeiras, que preenchem as
peças, porque são mais delicadas e perfeccionistas para este trabalho tão
exigente.
O Turismo
Criativo, de que vamos falar futuramente muito sobre este tema, é uma das
idéias mais interessantes quando estamos visitando um destino e a aprender os
pormenores da cultura local. Pintar o seu próprio azulejo, aprender a fazer o
pão castrejo em Castro Laboreiro, ter a experiência da produção vínica da rota
dos vinhos e o conhecimento do fantástico mundo das cortiças e rolhas são
algumas experiências da visão de turismo como algo maior.
Esta nova
forma e modelo de turismo vai demandar uma participação mais presente dos
agentes locais e o reconhecimento da criatividade como ferramenta para a
atração dos destinos de turismo cultural, e a oferta de novas oportunidades de
envolvimento aos turistas e visitantes.
De vários
estudos realizados acerca deste tema, os resultados indicam ainda um longo
caminho para se percorrer, com planejamentos e estratégias mais estruturadas
focadas no desenvolvimento do turismo Criativo, embora a implementação de
modelos já em vários destinos nacionais seja a aproximação do crescimento desta
forma de turismo.
Gilberto Demoro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
Sem comentários:
Enviar um comentário