O turismo
é, atualmente, um dos setores de atividade económica mais em voga pela sua importância
no desenvolvimento económico, e pelo seu crescimento constante.
Este
sector que tem sido exaustivamente alvo de estudo, permitindo reconhecer o
impacto num país. O objetivo do estudo deste fenómeno deve-se ao facto de todos
querem tirar o máximo de benefício. Apesar da importância dada a este setor ser
recente, pois os países viram nesta atividade uma alavanca para estimular a
economia, o turismo é associado a uma prática comercial desde que Thomas Cook
organizou a primeira viagem de larga escala, onde transportou cerca de 570
pessoas num tour até Leicester.
Assim,
evoluindo até aos dias de hoje, e revelando-se atualmente como principal fonte
de receita de muitas cidades, regiões e mesmo de países, nasceu a necessidade de
desenvolver e retirar o máximo de benefícios possíveis. Neste momento, inúmeros
operadores privados procuram especializar-se em certos serviços e apostar em
rendibilizar ao máximo o movimento de pessoas para fora do seu ambiente
rotineiro. No entanto, também as organizações públicas modificam políticas e
revelam um maior peso na despesa deste setor, que por vezes são extremamente
dispendiosas, para favorecer o crescimento do turismo, com a esperança que este
dê o seu retorno, quer a nível financeiro quer social.
Contudo,
uma questão prevalece: será que esta necessidade emergente de crescimento deste
setor fará com que o turismo cresça de uma forma sustentada? Ou será que neste
caso estamos, num sentido figurado, a construir a casa começando pelo telhado?
Pretendo
com isto transmitir que acredito que ainda haja ainda trabalho fundamental a necessitar
de ser desenvolvido, de forma a estabelecer as bases para que esse crescimento aconteça
de uma forma sustentável, e que revele o retorno esperado pelas organizações,
tanto públicas como privadas, que investem em prol do turismo.
No
fundo, o que se espera é que a base do turismo sejam as pessoas. Todos somos
parte integrante do turismo, por exemplo, da nossa região. O que pretendo
transmitir é as pessoas que podem ser um fator fulcral na experiência dos
turistas que visitam a nossa região, e que é importante revelar isso às
próximas gerações, e tal só poderá ser feito através da educação.
Como é
claro, espera-se que esta “educação” já esteja enraizada em todos aqueles que
trabalham diretamente no turismo. Espera-se que o trabalhador que está atrás do
balcão no aeroporto seja atencioso, ou que o rececionista do hotel seja cortês,
ou o individuo que tem o seu emprego no posto de turismo da cidade seja o mais prestável
possível. No entanto, apenas isto não chega. No entanto, muitas das vezes o
turista não tem plano estabelecido ou expectativas adjacentes e, neste caso,
não basta colocar pessoas preparadas para receber turistas. Deve-se colocar
pessoas que estejam prontas para melhorar toda a experiência em torno da
visita, que sejam detentores de um conhecimento cultural da região e que
incutam o desejo de explorar toda a região.
De
forma a justificar ver o meu ponto de vista, vou tentar exemplificar, através
de um plano hipotético mas que se poderia facilmente concretizar. Imagine-se
então um destino turístico ideal, onde o governo investiu milhares de milhões
de euros do seu orçamento com o objetivo de melhorar as infraestruturas, dado
que as caraterísticas geográficas da região são por si só um ponto atrativo, e
onde todos aqueles que trabalham no setor do turismo têm a melhor formação
possível. Agora imagine-se que o turista está na hora da partida deste destino
idílico, onde teve uma experiência positiva, e decide apanhar um táxi até ao
aeroporto.
Imagine-se
agora que o táxi chegou extremamente atrasado, e o motorista revelou-se
extremamente antipático e até mesmo inconveniente, enquanto conduz um veículo
que não se encontra propriamente asseado e até de uma forma pouco segura. Por
fim, este taxista, a caminho do aeroporto, escolhe deliberadamente a rota mais
longa, para que assim possa capitalizar ao máximo do serviço que está a
providenciar àquele turista, que entretanto acompanha o trajeto no seu
telemóvel e consegue constatar que aquele caminho é de facto o pior que podia
ser escolhido.
Ora, o
turista teve uma experiência maravilhosa mas, no fim de tudo, foi o taxista que
não foi profissional e deu uma experiência terrível no seu serviço. Chegado a
casa, o turista fará uma retrospetiva a sua viagem e, apesar de todas as
memórias positivas que dela teve, o serviço do taxista terá uma peso enorme na
avaliação deste destino, pois no fundo o turista sente-se enganado, e não está
seguro se é aconselhável voltar, ou até mesmo recomendar este destino aos seus
conhecidos.
É
claro que este caso é um pouco extremo e, claro, hipotético, mas mostra o peso
que apenas uma pessoa pode ter na experiência de cada turista, e, replicando este
tipo de atitudes, pode-se pôr em causa o desenvolvimento saudável do turismo
numa dada região.
Cabe a
todos nós trabalhar para proporcionar uma experiência positiva a todos os
turistas, dado que estes representam um canal de comunicação para possíveis
visitantes. Nas atitudes mais pequenas, podemo-nos destacar. Até aqueles que
pensam que nunca irão ter interferência no turismo da região pode-lhes
acontecer que um turista lhes peça indicações no meio da rua, e a partir desse
momento são parte integrante da experiência desse mesmo turista, e mesmo que
não se possa ajudar temos o dever de ser simpáticos, e disponíveis ao máximo
que pudermos.
Num
ponto extremo, todos somos responsáveis pelo desenvolvimento do turismo. No
momento em que não atiramos o lixo para o chão estamos a construir um país mais
limpo, e para além de todas as outras implicações positivas, estamos também e
deixar um país mais limpo para os turistas que nos possam visitar. Este fator
revela-se importante no peso da opinião que um turista adquire sobre um país.
Deste modo, resulta clara a necessidade de estudar o turismo, pois podemos
observar quais as variáveis com maior relevância neste fenómeno.
Em
forma de conclusão, e terminando também com a metáfora da construção da casa
que estava a ser construída pelo telhado, temos de considerar que, todos nós e
as nossas atitudes são a fundação dessa casa, e é em todos nós que está a base
para um crescimento sustentável do turismo.
André Rodrigues Gomes
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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