Pertencente ao distrito de Braga, Vila Nova de Famalicão é
visto como a porta de entrada no Minho. A sua localização privilegiada
confere-lhe o estatuto de roteiro principal quando é necessário “cruzar
caminhos”, motivando desde tempos ancestrais a passagem e presença de povos e
civilizações que por lá deixaram marcas das suas riquezas e culturas.
Terra do
conhecimento e da cultura, Vila Nova de Famalicão é também a terra do escritor
Camilo Castelo Branco. Foi em S. Miguel de Seide que o romancista escreveu
algumas das mais belas páginas da literatura portuguesa, e é lá que se mantêm
as suas memórias na casa-museu de Camilo, local que concentra uma referência Cultural
Portuguesa.
A cidade aposta na preservação e valorização do património
histórico-cultural, de que são exemplos o Centro de Estudos do Surrealismo, o
Museu de Bernardino Machado, o Museu da Indústria Têxtil e o Museu Ferroviário
de Lousado. A riqueza patrimonial de Vila Nova de Famalicão revela-se também
através dos raros e belos exemplares da arte românica, de que as igrejas do
Mosteiro de Arnoso, igreja do Mosteiro de Landim e igreja de S. Tiago de Antas
são o expoente máximo. Mas Famalicão é também uma terra do presente e,
sobretudo, do futuro, destacando-se pelo dinamismo da sua política cultural,
nomeadamente através da programação contemporânea da Casa das Artes. Este
espaço é bastante procurado pelos turistas que passam pela cidade, não só pela
sua arquitetura única mas também por reunir projetos artísticos e culturais de
grande dimensão nacional. Deste modo, Famalicão assume a cultura como um polo
de atração turística.
A
cidade, distinguida pelo INE em 2016 com a melhor balança comercial do país, o
que se prende com a forte capacidade produtiva e industrial do concelho, é uma
paragem obrigatória para quem viaja à procura de turismo industrial. Vila Nova
de Famalicão reúne importantes e potenciais clusters
industriais em setores estruturantes para a economia nacional e local sendo
sede de algumas das maiores e mais conceituadas empresas a produzir em Portugal,
como a incontornável Continental Mabor (a 4.ª empresa mais exportadora do
país), a ROQ (empresa mais rentável entre as produtoras de bens), as
Coindu, Leica, AMOB, Riopele, Primor, Porminho, Gabor, Salsa e Tiffosi, entre
tantas outras. A notada a presença de grandes empresas na cidade originou a
criação do projeto “Rota do Têxtil na Bacia do Ave”, com o objetivo dos
turistas conhecerem e contactarem com o processo produtivo das empresas têxteis.
Assim sendo, o roteiro tornou possível atrair e cativar turistas, sendo
atualmente, o turismo industrial também importante no desenvolvimento socioeconómico
da região.
Outro
ponto de interesse é a maravilhosa gastronomia desta cidade. Famalicão tem
desenvolvido uma forte aposta na promoção da Gastronomia local e tradicional,
nomeadamente através da organização de um vasto conjunto de iniciativas, de que
são exemplos a Quinzena da Gastronomia, a Feira de Artesanato e Gastronomia, o
Congresso Internacional de Gastronomia e a edição do Roteiro Gastronómico de
Famalicão. A afirmação de Vila Nova de Famalicão como destino gastronómico de
excelência pode ser comprovada através do restaurante “O ferrugem”, que
alcançou a distinção de melhor restaurante de 2017 pela publicação “ Vinho
Grandes Escolas”. Neste lugar, em que a criatividade se conjuga com a tradição,
uma cozinha inovadora, sensível e personalizada, é já uma referência indispensável
para os turistas que passam pela cidade e apreciam uma boa refeição.
Estes
aspetos fazem de Vila Nova de Famalicão uma cidade com um rico e diversificado
património cultural, que se mostra como a principal atração turística da
cidade, não esquecendo a importância da presença têxtil, assim como da
gastronomia, que mostram a diversidade da cidade e que esta é um local
agradável para visitar.
Fábio Castro
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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